Depois de vários e vários rumores e vazamentos, a Motorola anunciou agora há pouco nos EUA o aguardado Moto X. Ele é o primeiro smartphone feito totalmente sobre a supervisão do Google que adquiriu a empresa pouco tempo atrás. Como todos esperavam, ele não é um smartphone super poderoso com mais de 2 núcleos de processamento, pelo contrário, a Motorola destaca o software e a personalização do Moto X.
O Moto X, assim como prevemos no Tekimobile, é baseado na nova plataforma “Moto X8” da empresa que estreiou semana passada na nova linha “Droid”. O novo chip de fabricação própria tem “oito núcleos” compostos de um processador dual-core de 1.7 GHz que é baseado no Snapdragon S4 Pro da Qualcomm, uma GPU quad-core (Qualcomm Adreno 320), um núcleo dedicado a “computação contextual” e outro dedicado ao “processamento de linguagem natural”. Graças a isso, o software do aparelho está sempre pronto para responder a comandos de voz mesmo que as CPUs estejam em repouso, isso só para citar um exemplo. Isso ajuda na autonomia da bateria, que tem capacidade de 2200 mAh.
Para completar o hardware, o Moto X tem 2 GB de RAM e 16 GB ou 32 GB de memória interna, com um slot para cartões microSD. Em termos de conectividade há suporte a redes 4G, Wi-Fi no padrão 802.11 a/b/g/n e ac, Bluetooth 4.0 e NFC. Para fechar uma tela de AMOLED com 4.7 polegadas e resolução HD de 1280 x 720 pixels.
Câmera com nova tecnologia Clear Pixel
Outro detalhe interessante é sua câmera com 10.5 MP que traz a tecnologia chamada “Clear Pixel”. Explicando resumidamente, enquanto uma câmera tradicional usa um arranjo de pixels sensíveis a cores específicas do famoso RGB que é composto do vermelho, verde ou azul e depois com a intensidade da luz em cada uma destas cores criar as outras cores, com a tecnologia ClearPixel a câmera possui pixels “transparentes” que captam toda a informação luminosa, independente da cor. Com isso é possível tirar melhores fotos em ambientes pouco iluminados e usar velocidades do obturador mais altas, o que resulta em menos fotos borradas em cenas de ação, como na hora de fotografar uma criança ou um bichinho de estimação. Isso é um grande passo, pois sabemos que que fotos borradas são vilãs dos smartphones.
A tão aguardada “personalização”
O que mais causou curiosidade desde o começo dos rumores, é a tal personalização do aparelho que a Motorola comentou. A empresa diz que o Moto X é o primeiro smartphone “projetado por você”. Embora fosse improvável personalizar o hardware, tinha gente que ainda acreditava nisso. Obviamente a personalização envolve o design do aparelho. Ao comprar o Moto X, o consumidor pode personalizar vários de seus aspectos, como a cor, os papéis de parede que serão embarcados e até mesmo pedir a gravação de uma mensagem na tampa traseira, num total de mais de 2.000 combinações possíveis. Nos EUA os consumidores podem visitar o site Moto Maker e escolher a cor da frente do aparelho (preta ou branca), 18 cores para a tampa traseira e mais 7 cores para os “detalhes” (botões de volume, anel ao redor da câmera). Os aparelhos são produzidos em uma fábrica da Motorola no Texas, e a Motorola garante a entrega em até quatro dias.
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Software
Como diz o titulo, o Moto X é quase um Nexus. Ele vem de fábrica com o Android 4.2.2 – embora esperávamos o 4.3 – mas é uma versão muito limpa somente com alguns recursos extras se comparado com o Nexus 4. Um deles é o “Touchless Control”: o smartphone está “sempre atento” e pronto a receber comandos de voz. Basta dizer “OK Google Now” seguido de um comando, como “what is the forecast for today” para obter a previsão do tempo. Tudo isso sem sequer tocar no aparelho. Também é possível obter instruções de direção, definir um alarme ou obter uma lista de comandos disponíveis dizendo “OK Google Now, help me”. O recurso é uma extensão do Google Now, já disponível em qualquer aparelho com o Android 4.1 ou mais recente. Um detalhe interessante: o smartphone “aprende” a voz do usuário, e responde apenas a ela.
Também há um sistema de notificações (Active Display) que ativa apenas parte da tela para exibir informações como mensagens recebidas ou chamadas perdidas quando o smartphone está inativo. Assim o usuário recebe mais informações do que com um LED piscando, mas com consumo de energia menor do que se o aparelho inteiro for “acordado” só para saber quem ligou.
A interface da câmera também foi modificada e é operada por gestos. Deslizar um dedo a partir da borda esquerda da tela traz uma menu circular com configurações da câmera, e deslizar a partir da borda direita leva para a galeria. Há opções para fotografia HDR (High Dinamic Range), efeitos ao vivo e vídeo em câmera lenta, juntamente com recursos típicos como flash e a possibilidade de silenciar o obturador.
Infelizmente ele não vem com um botão dedicado a câmera, fato comum com exceção da Sony. Porém o app de câmera dele permite que uma foto seja tirada quando você toca em qualquer lugar da tela ou segurar o dedo sobre a tela para tirar várias fotos em sequência. Para aproximar ou afastar a imagem o usuário pode arrastar um dedo para cima ou para baixo em qualquer lugar na tela.
Outro novo recurso é o “Captura rápida” (Quick Capture): os usuários podem ligar a câmera agitando ou chacoalhando o telefone duas vezes, ignorando a senha de bloqueio de tela ou o padrão de segurança no aparelho. O gesto libera apenas o uso da câmera: para usar outros apps e recursos ainda é necessário desbloquear o smartphone.
O Moto X chega custando US$ 199 nos EUA, juntamente com um contrato com uma operadora e estará disponível nas quatro grandes operadoras no país. O preço é o mesmo do HTC One ou do iPhone 5, mas ambos possuem um hardware superior ao Moto X, será que a empresa acertou? Embora ele já tenha até sido homologado no Brasil, ainda não há informações sobre o lançamento no Brasil.