ÍNDICE
Ontem tivemos a oportunidade de passar uma hora com o Motorola Razr, smartphone que foi assunto nos últimos dias no mundo todo. O caro smartphone com tela dobrável da Motorola, traz um sentimento de nostalgia e, ao mesmo tempo, de grande avanço tecnológico.
Esqueça especificações, esse não é o foco do Razr e muito menos desse hands-on, afinal, não estamos com o aparelho para submeter o mesmo a testes.
Razr foca 100% no design e na construção
Desde o seu projeto — que inclusive teve origem no Brasil — a Motorola quis que ele fosse totalmente inspirado no antigo V3, até nos mínimos detalhes como as linhas curvas na frente e na lateral.
Na essência, ele é um V3 moderno. O maior destaque, obviamente, é sua tela. Ela é de P-OLED (P de plástico). A tela se dobra ao meio, mas em um sistema de dobradiças que parece ser mais evoluído que o Galaxy Fold.
Leia também:
Ela abre e fecha mais suavemente, já que dentro do mecanismo há um espaço vazio que dá mais espaço para que a dobra seja menos agressiva a tela, em um formato de sino. Graças a isso, mesmo aberta, não há aquele vinco onde é feita a dobra.
A Motorola disse que foram mais de 30 protótipos em parceria com os engenheiros da Lenovo, que tinham experiência em dobradiças devido a notebooks da linha Yoga.
Aberta, a tela possui 6,2 polegadas com aspecto 21:9, exatamente o mesmo tamanho e proporção do Motorola One Action e One Vision. Diferente do V3, o Razr, obviamente, fica aberto em um ângulo reto. Quando aberto, a pegada é exatamente igual a qualquer outro smartphone de barra atual e, além disso, é extremamente fino.
A tela, embora tenha uma resolução baixa de 876 x 2142 pixels, salta aos olhos. Em qualquer ângulo você não perde informações ou vê distorções. Mas, olhando fixamente bem de perto, é possível ver um pouquinho de serrilhado em alguns ícones, devido à resolução baixa.
Na parte de baixo, o queixo, idêntico ao V3, possui o alto falante, o leitor biométrico e entrada USB Tipo-C.
Quando fechado, ele é muito pequeno e cabe no bolso facilmente. Por um momento, você lembra como era antigamente onde os smartphones não ficavam parte fora do bolso ou faziam um volume enorme. A tela frontal tem apenas 2,7 polegadas e resolução de 600 x 800, mas que acaba tendo uma densidade de pixels maior que a principal.
Nessa tela, você consegue ler e dar respostas curtas em mensagens, ver notificações, controlar música , e outras coisas. Mas, o principal, é que da para usar essa tela com a câmera principal, ficando um poderosa câmera selfie.
A câmera, a propósito, possui 16 MP e tem abertura de f/1.7. Ele também tem uma câmera frontal quando aberto, com 5 MP e abertura de f/2.0. Segundo a Motorola, o uso principal está mais para vídeo chamadas do que para fotos, ou seja, a qualidade não deve ser lá aquelas coisas.
Ele tem uma construção impecável. Ele tem toda a estrutura feita em aço inoxidável, a parte traseira é em vidro 3D que garante um design único.
Especificações técnicas
Ah, antes que eu me esqueça, as especificações: o chipset é o Snapdragon 710, possui 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento.
Não, ele não tem chipset topo de linha. A Motorola justifica que um processador intermediário consome menos energia, e isso ajuda sua bateria de apenas 2.510 mAh. Um processador mais potente consome mas energia, então teriam que aumentar o tamanho e espessura do Razr, descaracterizando totalmente seu design.
Falando nisso, para manter o aparelho fino desse modo e mesmo assim ter, relativamente, boas tecnologias e hardware moderno, o time de engenharia trabalhou pesado.
Por exemplo: há uma placa de circuito móvel nele, que se movimenta quando o celular fecha, abrindo mais espaço para a dobra da tela; já a bateria, é dividida em duas células, uma de cada lado.
Ele roda o Android 9.0 e tem o mesmo sistema rodando em outros aparelhos da marca. Mas, o mais legal, foi a Motorola colocar um botão na barra de atalhos que, ao ser acionado, “transforma” a tela em um V3 antigo, com o mesmo teclado na parte de baixo e a pequena tela (sem touchscreen) na parte de cima.
Vale a pena? Vem para o Brasil? E o preço?
Resumindo: é um aparelho sensacional, mas, por outro lado, conceitual e de nicho. Vai agradar somente quem quer um design bonito, que chame a atenção e seja diferente.
Embora a tela dobrável seja apaixonante, ela não agrega função (a não ser deixar o corpo menor, mas isso não é função). No Galaxy Fold e Huawei Mate X, as telas dobram com um propósito, que é ser um tablet e ter mais espaço de uso.
O Razr é totalmente focado em design e na construção, a Motorola deixou claro isso. Em termos técnicos; de usabilidade, de câmeras e desempenho, é um bom intermediário, mas que seria inferior à linha G, por exemplo.
Custando U$ 1.500 nos EUA, sem dúvidas que ele será algo exclusivo, para poucos. Ele chega ao Brasil em janeiro e ainda não tem preço, mas não se assustem se chegar mais caro que o mais caro dos iPhones.