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O LG G8X Thinq é um smartphone bem diferente do que conhecemos. Ao invés de trazer um smartphone dobrável, a LG resolveu fazer algo mais simples e, até certo ponto, mais funcional: um smartphone com duas telas. A grande vantagem é que você escolhe quando usar, ou não, a segunda tela. A ideia tem prós que o transformam quase perfeito para pessoas multitarefas, porém, há também alguns contras que podem desanimar. Acompanhem o review para descobrir em qual lado você fica.
Vamos focar nas telas nesse review. Ele com uma tela não tem nada de diferente dos concorrentes, conforme veremos.
Leiam também – Review do smartphone LG G8s ThinQ: um topo de linha de respeito, mas cobra muito por isso
LG G8X ThinQ possui duas telas e isso faz toda diferença
A tela secundária fica dentro de uma espécie de case que se acopla no conector USB-C do smartphone. A LG teve o cuidado de replicar a tela no case em tudo. Elas possuem a mesma tecnologia OLED, com o mesmo tamanho e resolução: 6,4 polegadas com resolução de 1080 x 2340 pixels e aspecto 19.5:9. Outras tecnologias incluem suporte ao HDR-10 e compatibilidade de 100% com o DCI-P3. Além disso, são protegidas pelo Corning Gorilla Glass 6.
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A LG foi tão minuciosa, que a tela secundária também tem o recorte do notch, porém não existe câmera. Provavelmente, isso significa que eles aproveitam a mesma tela também no case, economizando assim na produção.
A conexão é rápida. Depois de acoplada, automaticamente aparece um botão na tela principal que, basta clicar, que a segunda tela é ativada. Depois de ativada, o menu ganha algumas opções para controlar a tela.
Ao usar o Chrome, por exemplo, às duas telas são automaticamente unidas, passando a abrir os sites nas duas telas. Claro que não é perfeito, pois, a enorme divisão das duas telas incomoda um pouco, ficando muito distante do uso de um tablet ou dobrável. Além disso, somente aplicativos da LG e alguns de terceiros, como o Chrome, possuem suporte a isso, ficando um pouco limitado o uso.
Uma função legal de usar duas telas é que, automaticamente, quando você digitar algo a tela de baixo vira um teclado virtual completo. A experiência com documentos, por exemplo, é muito boa ao fazer isso, mostrando que ele tem uma boa vocação para trabalho. Por outro lado, há um problema: essa função só funciona usando o teclado da própria LG, ou seja, se você usa o teclado do Google, ou outro qualquer, o teclado irá estranhamente abrir em uma das telas como se fosse uma tela normal. Como o teclado da LG não é exatamente o melhor, já que erra muita na predição de palavras, isso é um pouco frustrante.
Para amenizar, a LG parece que já sabia que isso iria acontecer. Toda vez que você vai digitar algo, aparece um pequeno ícone na barra inferior que, tocando nele, é possível instantaneamente mudar de teclado, por qualquer um que esteja instalado no celular.
Na vertical, o navegador fica em uma tela deixando a outra livre. Nesse caso, é possível abrir qualquer outro aplicativo instalado no LG G8X ThinQ nela.
Esse é o ponto principal, a multitarefa que ele fornece. Você pode fazer o que quiser em um lado e deixando o navegador, redes sociais ou qualquer outra coisa do lado. Dá até para usar dois aplicativos de redes sociais, como Facebook, WhatsApp e etc, já que ele tem suporte para usar duas contas. Além disso, o bom hardware não deixa nada travar, funcionando tudo liso, sem travamentos ou nada a respeito.
Há como controlar o brilho independentemente na segunda tela, ou, caso prefira, com uma toque ele repete o brilho. Outro ponto negativo, é que como a maioria dos outros apps, a segunda tela não é compatível com outros launchers. Isso significa que, mesmo que você use um launcher de terceiros, a segunda tela irá executar o launcher da LG, assim você irá operar o celular com dois launchers diferentes.
Agora, vamos falar de uma das suas principais funções: jogar. O LG G8X ThinQ tem a capacidade de transformar a segunda tela em um controle virtual, com opções padrões e ainda com opções de personalizar os botões. No geral, é uma função bem legal. Como a tela do case é bem mais leve e fina, tem como deixar o teclado na tela principal, ou seja, no celular. Desse modo, todo o peso fica na mão, ficando bem confortável de jogar.
A má notícia é que pouquíssimos jogos são compatíveis e o reconhece como controle. Somente alguns da Gameloft e outros, como fortnite, tiveram parcerias com a LG no projeto. Quem quer um smartphone só para jogos e possui uma variedades de jogo, o controle em si não seria uma justificativa para comprar o G8X.
Como o case não tem bateria própria, a descarga da bateria é muito rápida quando conectado, apenas algumas poucas horas, afinal, são duas telas ligadas ao mesmo tempo. Para carregar com a capa, há um adaptador magnético que gruda em 5 contatos abaixo da capa. Só funciona para carregar e transferir dados, as funções de HDMI que o celular tem nativamente, deixam de funcionar.
Hardware: Embora tenha excelente desempenho, ele poderia ter mais RAM e armazenamento
Se tratando de hardware, temos aqui o que há de melhor: processador Snapdragon 855, 6GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno UFS 2.1. Sim, poderia ser melhor, com 8 GB de RAM e até 512 GB como a concorrência. Mas, a LG costuma colocar um hardware abaixo mesmo.
Antes de tudo, vamos dar uma olhada nas especificações técnicas do aparelho:
- Tela OLED de 6,4 polegadas com resolução FHD+
- Segundo display de mesmo tamanho e proporção de 19,5:9
- Processador Snapdragon 855
- 6 GB de RAM
- 128 GB de armazenamento interno
- Memória expansível até 2 TB com MicroSD
- Câmera frontal de 32 MP
- Duas câmeras traseiras:
- Sensor principal de 12 MP
- Sensor secundário grande-angular de 13 MP
- Leitor de impressões digitais no display, som estéreo e certificação IP68
- Bateria de 4.000 mAh
- Android 9.0 Pie
- Cores: Aurora Black
No geral, o desempenho é o mesmo que o LG G8s ThinQ, que compartilha boa parte do hardware. Estamos falando de um topo de linha, ou seja, tudo o que há hoje em termos de jogos ele vai rodar com gráficos no máximo e sem engasgos.
A bateria de 4.000 mAh me surpreendeu. Todos os dias de uso consegui facilmente um dia de uso intenso. Depois de um mês, a marca ainda melhorou. Claro, estou falando de apenas uma tela. Ao conectar a segunda tela, o tempo de bateria cai drasticamente por motivos óbvios, mas, mesmo assim, se o usuário saber economizar quando está usando as duas telas, principalmente ajustando o brilho separadamente, consegue meio dia de trabalho. Isso é muito bom, afinal, são duas telas ligadas.
LG G8X ThinQ imita descaradamente interface One UI da Samsung
Na parte de software o LG G8X ThinQ roda o Android 9 e vem com sua nova interface LG UX 9.0 que somente o G8X possui, o G8S ainda está com a anterior. Ela é boa, rápida e bonita. Será muito elogiada se não fosse por um motivo: ela é descaradamente idêntica a One UI da Samsung.
A LG não teve pudor. Até as nuances de cores, bordas dos blocos, tudo, absolutamente tudo é igual à interface da rival coreana.
Ainda bem que, assim como a nova interface da Samsung, tudo aqui é muito rápido e intuitivo. O lado positivo é que a LG copiou algo excelente.
Câmeras são satisfatórias, mas nada espetacular
O G8X possui duas câmeras traseiras: uma câmera padrão de 12 megapixels e uma câmera grande angular de 13 megapixels. A LG foi uma das primeiras fabricantes de telefones a incluir câmeras grande angular, que considero até hoje mais útil que as de zoom.
Existe um modo de pouca luz chamado Night View, semelhante ao Pixel 4, iPhone 11 e outros. O G8X conseguiu capturar uma foto decente em uma sala quase escura – eu consegui distinguir vários móveis e objetos na foto que não conseguia ver com meus olhos. Mas comparado ao Galaxy S10, o modo de pouca luz do G8X não é tão bom. O Galaxy S10 capturou uma imagem muito mais nítida com menos ruído digital e iluminação e cores mais precisas.
Porém, com ampla iluminação, a G8X tira fotos nítidas e brilhantes com bom contraste e excelente foco. Embora o efeito HDR não faça as imagens parecerem tão cinematográficas ou vibrantes quanto o Galaxy S10 ou P30, as cores e a exposição são retratadas com mais precisão com o que vi diante dos meus olhos. Os resultados podem parecer “sem graça” no geral, mas as imagens são mais próximas do que vemos com os olhos.
Na frente, há uma câmera de 32 megapixels para selfies super nítidas e também pode tirar fotos no modo retrato. As fotos de retrato são boas, mas não ótimas. Notei áreas manchadas ao redor do meu cabelo (esperado) e mãos (não esperado). Isso fez o efeito bokeh parecer artificial e não natural como outros concorrentes. Pelo menos, é possível ajustar o nível do desfoque ao vivo ou depois de tirar a foto.