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A TCL lançou recentemente no Brasil a série de TV TCL P715, são Smart TVs de entrada que chegam rodando o Android TV e possuem resolução 4K. Custando a partir de R$ 2.799, elas possuem entre 50 e 75 polegadas, design com bordas finas e dá para usar usando somente a voz.
Testamos o modelo de 50 polegadas durante o último mês, e nesse review mostraremos se vale a pena, ou não, comprar. Além é claro de avaliar se o Android TV e os comandos de voz ficaram bem nesse modelo.
Design e construção
Mesmo sendo um modelo “básico” que custa R$ 2.799 (preço sugerido), a TCL P715 traz um design bem refinado para a categoria.
Assim como a antecessora P8M, ela continua com bordas super finas deixando ela mais compacta que concorrentes da mesma faixa de preço, além é claro de ser mais bonita. Ele possui de altura 70,2 cm contando a base e 65,8 cm sem a base, de largura possui 111,3 cm, 26,7 cm de profundidade com base e apenas 7,6 cm de espessura.
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A TCL escolheu por usar um design metálico nas bordas laterais que são pretas, quase se confundindo com a tela, deixando elas parecendo ainda mais finas. Na parte inferior, ela é prateada mas mantêm um visual bem minimalista. Há somente ali o logo da TCL.
Abaixo da bordas, há uma pequena barrinha onde há um LED de energia no canto e um conjunto de quatro LEDs no centro que servem de feedback do Google Assistente, quando a TV entende que você está falando com ela, os LEDs acionam. Esses LEDs podem ser ativados ou desativados em uma chavinha atrás da TV. Além disso, ele é coberto de tecido que dá ainda mais ar de sofisticação a peça.
Conexões e controle remoto
O controle remoto é o mesmo usado em outras Smart TVs da marca. Possui atalhos para Netflix e Globoplay e um direcional para usar para operar o Android TV. O controle é muito semelhante a TV Box com Android TV, e isso é bom para quem está migrando para uma TV com o mesmo sistema.
Ela possui três entradas HDMI, uma vídeo composto, duas USB, uma entrada para antena, uma de áudio optica e uma saída para fones de ouvido, o que não é muito comum. Todas as conexões ficam na laterla direita da TV, bem escondidas.
Na parte sem fio, ela possui conexão bluetooth 4.0, sendo compatível com controles de vídeo games e fones de ouvido, bem como caixas de som. O Wi-Fi não caiu nenhuma vez desde que a conectei, por outro lado, ela só suporta a frequência 2,4 GHz e não 5 GHz.
TCL P715 tem imagem boa, um salto em relação a anterior
Antes de considerar a qualidade, já adianto que essa TV só opera com 60 Hz. Se você pretende usar ela para jogar nos novos Playstation 5 ou Xbox Series, tenha em mente que ela não suportará 120 Hz e também não tem suporte ao HDMI 2.1.
Em relação ao modelo anterior, a PM8, a nova P715 melhorou. No geral a imagem está muito boa para sua faixa de preço. Claro, não dá para esperar nada excepcional que modelos mais caros, mas no geral a imagem me agradou bastante.
Um dos pontos que vale mencionar, é que na PM8 o backlight era simplesmente irritante, não tinha como assistir algo com tons escuros e não reparar as bordas brilhantes em volta da tela. Já na P715, embora ainda dê para notar um pouco de luz “saindo” das bordas, não incômoda. Se você não pensar nelas, provavelmente nunca irá perceber.
Na parte de brilho também gostei. Posicionei ela ao lado de uma janela bem grande e coloquei uma softbox de frente com a TV só para ver se conseguia assistir, e consegui. Como ela tem um bom nível de constraste (que dá para aumentar ainda mais nas configurações), as imagens ficaram ainda sim visíveis.
Como no geral ninguém posiciona uma TV em frente a uma janera ou fonte de luz, o brilho será bom para 100% dos casos, mesmo em salas maiores.
Como estamos falando de uma TV de LCD, nunca veremos o aclamado preto profundo de telas OLED, não dá para esperar milagres da TCL P715. Como é um modelo barato, ela não tem um controle refinado da iluminação traseira como nas QLED, o chamado FALD (Full-array local dimming). Mesmo assim, achei o preto relativamente profundo levando em conta ser uma TV mais básica.
A TCL até tentou simular o FALD usando uma função de software chamada micro dimming. Mas, na prática, quando ativado havia um excesso de saturação. Isso faz com que em lugares onde não há de fato um preto, e sim sombras mais cinzentas, ficassem pretas. Decidi por não usar a função, já que, como disse, naturalmente ela apresentou uma boa profundidade de pretos.
Outra coisa que incomodava na PM8 é a deficiência em ângulos. Na P15 houve uma boa melhora, embora não seja excelente, se por necessidade for preciso que alguém assista TV em ângulo mais difícil, ela se saiu bem para um painel VA.
Som
A TCL P715 tem apenas dois alto-falantes que são básicos. Você consegue um bom nível sonoro até para salas normais, claro, dentro de suas limitações. O som não é dos mais alto e percebi que acima de 60 o som começa a ficar limitado, tornado-se estridentes e com distorções. Porém, não preocupa tanto, pois dificilmente o volume precisa ficar acima do 40.
Os graves não são acentuados, isso era esperado para uma TV de entrada, afinal ele não tem alto-falante dedicado para os graves.
Android TV – faltou hardware
Um dos grandes destaques da P715 é o fato dela vir rodando o Android TV. Mas ela acaba sendo mais completa pois vem com o Google Assistente embutido e serve como um hub central da sua casa. É ccomo se fosse você tiversse um Google Mini embutido nela. Isso significa que você conseguirá controlar todos os seus dispositvos inteligentes dando comandos a sua TV, eliminando o uso do Nest ou Mini.
Além disso, como qualquer Android TV, ele vem com o Chromecast embutido.
Esse recurso é muito bem vindo, pois você consegue controlar a TV totalmente sem usar o controle, só por voz. Somente as TVs mais sofisticadas da Samsung e LG possuem tais funções, porém não são tão completas como o Google Assistente, pois no geral os comandos ficam mais restritos dentro de produtos da própria marca (com excessões).
Todos os serviços de streaming estão disponíveis, com excessão do Apple TV: Netflix, Disney+, Prime Video, DirecTV Go, HBO Go, Telecine, Youtube e etc. Além deles, dá para contar com a infinidade de apps presentes na Play Store.
Você consegue ligar e desligar a TV, abrir séries diretamente no serviço que deseja. Ela também reconhece comandos bem restritos aos apps, como quando a Netflix pausa o vídeo: basta você dizer “continuar assistindo” que a série ou filme começa de onde parou. Nenhuma TV Box com Android TV possui essa compatibilidade.
Você também consegue controlar todos seus equipamentos de IoT: ligar lâmpadas, interruptores, tomadas, controlar outras TV Box, falar comandos diretamente para um celular Android e assim por diante.
Tudo perfeito, correto? Seria, se não fosse o fato da TV parecer não ter hardware suficiente para o sistema.
No geral, embora tolerável, o maior problema é a lentidão do sistema. Tenho duas caixinhas com Android TV em casa: uma Mi Box 4K e uma baratinha da Elsys e acreditem: ambas são bem mais rápidas e fluídas que a Smart TV TCL P715.
É preciso ter paciência. Até a navegação por menus sofre com travadinhas e falta fluidez em toda a navegação.
A resposta dos aplicativos também é não é das melhores. Alguns mais pesados, como o Disney+ e o DirecTV Go, demoram para abrir, e por diversas vezes travaram. Não é atoa que a TCL fez questão de colocar um botão na tela principal de “Aceleração do sistema” que é um app para limpar a memória. Ele é muito necessário, é um modo de fazer a TV “pegar no tranco” quando está muito lenta.
No geral, embora o Android TV seja mais versátil que o Tizen (Samsung) ou Web OS (LG), a experiência é bem lenta nessa TV, quando comparada com as concorrentes.
TCL P715: Vale a pena a compra?
Sim, vale a pena.
Mesmo com o problema de lentidão do Android TV, você acaba acostumando pois, diferente de um celular, você usa bem pouco pois a maior parte do tempo estará assistindo algo.
Custando hoje na faixa dos R$ 2 mil ou menos em promoções, ela é mais barata que concorrentes como a TU8000 da Samsung que está na faixa dos R$ 2.200 ou as Nanocell da LG na faixa de R$ 2.400.
Comparando com as concorrentes, ela tem um sistema mais completo e maior compatibilidade com dispostivos de IoT e aplicativos tendo uma qualidade de imagem e som compatíveis.