Ontem, além do Android Go que é focado em smartphone de baixo custo, a Google mostrou mais novidades inclusas no Android O. O sistema já havia sido liberado em prévia desde Março. Ele traz melhorias em bateria, notificações e áudio.
O sistema chega com um multitarefa mais econômico, central de notificações mais personalizável e uma série de refinamentos internos. Nesta quarta-feira (17), a empresa revelou mais novidades, incluindo funções de segurança e manutenção de sistema.
Android O: Bateria x desempenho
Sabe aqueles apps chatos que fica em segundo plano gastando seu plano de dados e, consequentemente, drenando sua bateria e deixando seu smarphone mais lento com o tempo? O Google quer dar um jeito nisso. A principal novidade do Android está diretamente relacionada a isso: o sistema de multitarefa. Não há segredo, reduzindo os aplicativos em segundo plano, ou melhor, otimizando como eles se comportam, vai reduzir o consumo de energia de programas que rodam constantemente em background e você nem percebe. Quando você tira uma foto, por exemplo, provavelmente o Google Fotos será acionado para fazer backup na nuvem, talvez um Dropbox ou OneDrive com upload automático também e, para finalizar, um aplicativo de galeria de fotos deve indexar a imagem.
“O Android O limitará a atividade dos aplicativos em background em três áreas específicas: transmissões implícitas, serviços em segundo plano e atualizações de localização”, disse Dave Burke, vice-presidente de engenharia do Android. No caso de transmissões, o Google diz que está limitando essas funções porque muitos aplicativos estão registrados para recebê-los, com base em eventos do sistema, podem drenar a bateria de um smartphone muito mais rápido. Para o Android O, os aplicativos não poderão se registrar para o que o Google chama de transmissões implícitas em seu manifesto, que não segmentam um aplicativo específico.
“O Android O limitará a atividade dos aplicativos em background em três áreas específicas: transmissões implícitas, serviços em segundo plano e atualizações de localização”
Assim como acontece com o iOS, ele vai especificar como e quando os aplicativos irão utilizar esses serviços que consomem muita bateria. Isso significa utilizar menos a antena do GPS, limitar o uso do AGPS que utiliza também as antenas das operadoras, e muito mais. Com isso, com redução no gasto de energia, haverá mais recursos para se gastar com aplicativos que o usuário deseja naquele momento.
É claro que isso é apenas o que eles disseram, a questão é como as interfaces proprietárias e modificações dos fabricantes irão aproveitar isso. Afinal, todas as novidades do sistema são direcionadas ao Android puro, sem as modificações feitas pelas OEMs. Muito disso já é feito parcialmente. Touchwiz da Samsung é mestre em “matar” aplicativos em segundo plano. A MIUI da Xiaomi idem.
Mas sem dúvidas que isso é uma mudança muito significativa. E o mais interessante é que o Android tá seguindo os passos do iOS. A Apple sempre fez isso, sempre colocou limites aos desenvolvedores na hora de usar recursos do sistema. Digamos que é um mal necessário.
A empresa também fez otimizações no sistema para torná-lo mais rápido. O tempo de boot, por exemplo, pode cair pela metade nos smartphones Pixel. Os aplicativos também serão beneficiados: segundo o Google, o Planilhas tem o dobro de desempenho no Android O, mesmo sem nenhuma otimização específica para o sistema.