A primeira grande mudança que se nota é a interface. Assim como o nome, ele é algo totalmente diferente, algo pensando praticamente no zero. Ele tem como base o Project Photon, que deixa o navegador com ar mais minimalista e, ao mesmo tempo, funcional.
Os efeitos dessa mudança são estes: as linhas arredondadas que por muito tempo foram padrão no Firefox cederam espaço para traços retos, os ícones agora têm alto contraste, os menus foram reorganizados, o campo de pesquisa foi integrado à barra de endereços (mas dá para trazê-lo de volta) e os efeitos de transição estão mais suaves. A integração com o Pocket está lá assim como o modo de leitura.
Mas isso são apenas firulas. O que a Mozilla realmente quer é entregar algo mais funcional, com uma usuablidade melhor que os concorrentes. Como sempre acontece em um lançamento ou atualização de navegador, o destaque fica por conta do consumo de memória RAM, A Mozilla destaca que a nova versão consome até 30% menos memória RAM do que o Chrome. Uma das razões para isso, seria o fato de o Firefox criar, desde a versão 54, quatro processos e distribuir as abas abertas entre eles de modo otimizado. Para efeito de comparação, no Chrome a matemática é mais simples: Uma aba é igual a um processo. Ou seja, 15 abas seria 15 processos. Por isso que com muitas abas o Chrome começa a devorar ferozmente a memória RAM do seu PC. Veja a ilustração abaixo.
Quanto ao desempenho geral, a Mozilla fala que o Firefox Quantum consegue ser até duas vezes mais rápido que o Firefox 52 (lançado no ano passado). Vários recursos explicam essa diferença. Um dos mais importantes é o Quantum CSS, novo motor de renderização de CSS desenvolvido com base na linguagem Rust.
O quesito segurança não foi esquecido. O Firefox 57 permite, por exemplo, que a proteção contra rastreamento (Tracking Protection) esteja sempre funcionando, não se limitando a abas privativas. Essa opção, porém, precisa ser ativada nas configurações do navegador.
Além de ajudar na privacidade e segurança, o Tracking Protection pode diminuir o tempo de carregamento da página em até 44% ao bloquear scripts e outros recursos usados para coleta de dados de navegação. Caso alguma página importante deixe de funcionar adequadamente por conta disso, é possível colocá-la em uma lista de exceções.
Mudanças tão expressivas costumam ter efeitos colaterais. Aqui não foi diferente. O Firefox tem um gigantesco ecossistema de extensões, mas milhares delas ainda não foram adequadas para as APIs WebExtensions, que são a base do Quantum. Isso significa que, ao migrar para a nova versão do navegador, muitas extensões podem simplesmente não funcionar. Mas é um problema a ser resolvido com o tempo. Por ora, dá para saber quais extensões são compatíveis aqui.
A versão final do Firefox 57 está disponível para Windows, Linux e macOS. Versões móveis estão sendo liberadas gradativamente.