Dez anos após seu lançamento, The Order: 1886 continua sendo um título que divide opiniões. Lançado para PlayStation 4, o jogo da Ready at Dawn destacou-se pela sua proposta cinematográfica e ambientação steampunk, mas também enfrentou críticas devido à sua curta duração e excesso de cutscenes. Será que ele envelheceu bem?
Um Clássico Cult com Seus Peculiaridades
Desde 2006, a PlayStation tem se dedicado a criar jogos exclusivos, grandes e cinematográficos, que justifiquem a compra do console. Franquias de sucesso como God of War, Marvel’s Spider-Man e The Last of Us são exemplos disso. No entanto, alguns títulos não alcançaram o mesmo reconhecimento, tornando-se projetos únicos com uma base de fãs que os apreciam pelo que são.
The Order: 1886 se encaixa nessa categoria. Desenvolvido pela Ready at Dawn, o jogo foi lançado em 20 de fevereiro de 2015, sendo o primeiro trabalho original do estúdio após anos de desenvolvimento de jogos derivados de God of War e Jak & Daxter para PlayStation Portable. Naquela época, juntamente com Bloodborne da FromSoftware, era um dos únicos grandes exclusivos não-sequenciais da Sony, oferecendo algo diferente dos cenários contemporâneos de Infamous: Second Son e do futuro distante de Killzone: Shadow Fall.
A temática steampunk com história alternativa não era comum na época, e a revelação inicial de The Order na E3 2013 despertou grande interesse, especialmente ao sugerir elementos sobrenaturais na trama.
Apesar de algumas sequências de terror bem elaboradas, The Order é um jogo de ação e aventura que se torna divertido ao ser jogado pela primeira vez. A premissa dos Cavaleiros da Távola Redonda defendendo Londres de lobisomens e outras ameaças tem um charme peculiar, e a trama se desenvolve de maneira surpreendente. A revelação de que uma empresa de transporte está enviando vampiros para os Estados Unidos, e que um desses vampiros é um nobre respeitado que aparece ao longo do jogo e também é Jack, o Estripador, é tão absurdamente entusiasmada que é difícil não se envolver. Para quem curte uma boa história, vale a pena ficar de olho nos 10 filmes mais populares da Netflix.
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Some isso a um bom sistema de tiroteio e cenários bem construídos, como a infiltração e combate em um dirigível, lutas individuais contra lobisomens e um ataque solitário a uma ponte, e você terá uma experiência envolvente que faz desejar uma sequência!
Críticas e Legado de The Order: 1886
No entanto, The Order: 1886 não foi um sucesso absoluto de crítica e público. As principais críticas apontavam para a curta duração do jogo (cerca de cinco horas, segundo um playthrough vazado antes do lançamento) e o excesso de elementos cinematográficos. Alguns capítulos consistem apenas em cutscenes, que, apesar de impressionantes tecnicamente, podem parecer exageradas se o jogador não estiver totalmente envolvido na história.
Segundo Andrea Pessino, co-fundador da Ready at Dawn, em uma entrevista recente, o jogo originalmente tinha uma divisão mais equilibrada entre gameplay e cutscenes, mas a imposição de uma data de lançamento fixa pela Sony resultou em muitos cortes e na transformação de segmentos interativos em momentos não-interativos. Idealmente, esses problemas seriam resolvidos em uma sequência, mas essa possibilidade se perdeu, especialmente após o fechamento da Ready at Dawn pela Meta em 2024.
É sempre incerto quais jogos da PlayStation farão sucesso entre os fãs de grandes títulos. No auge do estilo cinematográfico nos consoles PlayStation 3 e Xbox 360, a trilogia Uncharted da Naughty Dog e o Last of Us original definiram o que significava ser uma experiência cinematográfica na PlayStation. Desde então, outras equipes internas aprimoraram as bases dramáticas da Naughty Dog de diferentes maneiras, inspirando-se em filmes. God of War utiliza um estilo de filmagem em plano-sequência, enquanto Ghost of Tsushima se inspira em filmes de samurai, especialmente nos do diretor japonês Akira Kurosawa.
Os jogos Spider-Man da Insomniac também possuem muitas referências cinematográficas, e desde a era do PlayStation 3, seus jogos Ratchet & Clank têm sido comparados a filmes da Pixar, principalmente devido aos gráficos. Outros jogos da PlayStation têm ambições menores, adotando uma energia de programas de TV pulp. Horizon da Guerrilla Games e Days Gone da Bend Studio têm a vibe de séries de gênero de nível B que você ama ou ignora, mas respeita quem gosta.
The Order se encaixa nesse nicho, e a Ready at Dawn merece reconhecimento por criar um jogo que se dedica ao seu próprio universo sobrenatural, apresentando personagens e cenários cuidadosamente renderizados que não estariam fora de lugar em um drama de época de prestígio. Apesar de suas falhas, o jogo se esforça para entregar algo único, mas, como acontece na indústria do entretenimento, nem sempre o melhor esforço é suficiente. Às vezes, o reconhecimento demora a chegar, ou o jogo compete com inúmeras outras opções.
Apesar de não ter alcançado todo o seu potencial em 2015, The Order: 1886 oferece uma experiência sólida em 2025. É difícil saber o quão duradoura seria a franquia, mas o que existe é envolvente o suficiente para desejar um remaster ou port para PC, permitindo que seja reexaminado como tantos outros jogos.
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Via Gizmodo