O Documentário John Lilly, narrado por Chloë Sevigny, estreia no Festival Internacional de Cinema de Rotterdam. O filme explora a vida e os experimentos do neurocientista John C. Lilly com a consciência humana e animal. A obra, intitulada John Lilly and the Earth Coincidence Control Office, é dirigida por Michael Almereyda e Courtney Stephens.
Documentário John Lilly: Uma Jornada pela Consciência
O filme utiliza materiais de arquivo e entrevistas. A ideia é mostrar a ambição e as controvérsias que marcaram a carreira de Lilly. Seu trabalho inspirou filmes como The Day of the Dolphin (1973) e Altered States (1980), além do videogame Ecco the Dolphin. Lilly, com suas pesquisas, continua influenciando o presente.
Os diretores Michael Almereyda e Courtney Stephens, em entrevista, falaram sobre a concepção do documentário. Discutiram também a influência duradoura e as controvérsias de John Lilly. Abordaram, ainda, os filmes sobre sua vida e a escolha de Chloë Sevigny como narradora.
Stephens conta que conheceu o trabalho de Lilly na faculdade. Seus livros circulavam no meio estudantil. A princípio, achou que seria um ótimo filme. Mas percebeu que seria um projeto grande, já que Lilly teve uma vida complexa, com diferentes fases. Durante a pandemia, conversou com Almereyda, que também se interessou pela história. E assim o projeto começou.
Almereyda complementou que os dois filmes baseados na vida de Lilly são fascinantes e distintos. Ele conhecia também o livro Easy Travel to Other Planets, de Ted Mooney. A obra de ficção, baseada nos experimentos com golfinhos nas Ilhas Virgens, impactou o diretor.
Leia também:
A estrutura do filme segue, em grande parte, a cronologia da vida de Lilly. Contudo, a abundância de material sobre o cientista tornou o processo de edição um desafio. A intenção era fazer jus à cronologia, percorrendo não só a vida de Lilly, mas também as mudanças na América e na cultura pop.
A descoberta do conceito ECCO (Earth Coincidence Control Office) de Lilly trouxe uma série de coincidências à produção. Em 2023, Almereyda foi convidado para um festival de cinema no México. Lá, descobriu que o marido da organizadora era amigo do filho de Lilly, recém-falecido. O filho de Lilly, que morava no México, guardava um arquivo de vídeos caseiros do pai, até então desconhecido. Esse material, digitalizado pouco antes da viagem de Almereyda, foi uma grande sorte para o filme. Diversas outras coincidências aconteceram durante a produção. Conforme avançavam no projeto, novas informações e materiais surgiam de forma inesperada. Isso tornou a jornada de criação do documentário ainda mais intrigante.
A produção do filme durou cerca de dois a três anos. Os diretores trabalharam com material inédito. Contaram com a colaboração da Universidade de Stanford, que possui um grande acervo de Lilly, incluindo cadernos e outros documentos. O objetivo era apresentar a complexidade de Lilly sem emitir julgamentos. Queriam que o público formasse sua própria opinião sobre o cientista. Os diretores esperam que o filme seja acessível e misterioso ao mesmo tempo, refletindo a personalidade de Lilly. Como destacam em uma das entrevistas para o filme: “Lilly era um poeta que não sabia que era um poeta”.
O filme mostra como as ideias de Lilly, por mais excêntricas que sejam, ainda são relevantes. A principal delas é o reconhecimento de baleias e golfinhos como seres sencientes. Criaturas que compartilham o planeta conosco e merecem respeito. O documentário também aborda a autoexploração como ferramenta de desenvolvimento pessoal, que vai além da cultura dos anos 60. Lilly abriu espaço para essas discussões, que continuam presentes na cultura atual. Seus experimentos com tanques de isolamento sensorial e comunicação entre espécies tiveram suas raízes em contextos militares e de inteligência. Mais tarde, essas práticas se tornaram acessíveis a indivíduos e se popularizaram.
A escolha de Chloë Sevigny como narradora se deu por sua voz e espírito independente. Ela representa a curiosidade e a busca por novas experiências. Qualidades compartilhadas por Lilly e pelos golfinhos. Sevigny, com suas raízes na subcultura americana, onde as ideias de Lilly circulavam, conduz o espectador por esses universos complexos.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.