A 54ª edição do Festival de Rotterdam 2025, que aconteceu entre 30 de janeiro e 9 de fevereiro, teve como diretora Vanja Kaludjercic e diretora-gerente Clare Stewart. Elas falaram ao The Hollywood Reporter sobre a programação deste ano e os desafios enfrentados pelo festival e pela indústria cinematográfica independente.
Programação e Destaques do Festival de Rotterdam 2025
A comédia negra Fabula, do diretor holandês Michiel ten Horn, abriu o festival. É a primeira vez que um filme holandês abre o evento desde 2018. O filme conta a história de um criminoso que enfrenta problemas pessoais e profissionais. Já o filme de encerramento foi This City Is A Battlefield, da cineasta indonésia Mouly Surya. Uma coprodução holandesa-indonésia ambientada na luta pela independência da Indonésia contra a Holanda em 1946.
O acordo de coprodução entre a Holanda e a Indonésia, assinado em dezembro, abriu caminho para subsídios holandeses a produções indonésias, com um possível reembolso de 35% através do Netherlands Film Production Incentive.
Apesar dos cortes de verbas em algumas instituições culturais do país, anunciados pelo novo governo holandês, o Festival de Rotterdam 2025 não sofreu cortes. Seu orçamento até aumentou, de US$ 9,5 milhões (9,1 milhões de euros) no ano passado para US$ 9,8 milhões (9,4 milhões de euros) em 2025.
Kaludjercic e Stewart ressaltaram o compromisso do festival em apoiar o cinema independente de regiões pouco representadas. Rotterdam sempre teve foco na diversidade de vozes e linguagens cinematográficas de países com pouca visibilidade internacional.
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O diferencial do festival
Vanja Kaludjercic destacou a importância do festival para a descoberta de novos talentos e a busca por narrativas pouco exploradas. O festival serve como uma plataforma de lançamento para novos cineastas, ajudando-os a encontrar parceiros e colaboradores.
Clare Stewart compartilhou sua experiência pessoal com o festival, ressaltando sua importância no desenvolvimento de sua carreira como programadora e curadora. Ela destacou a visão inovadora do festival em abraçar trabalhos que transcendem os limites tradicionais do cinema.
O filme de encerramento, This City Is A Battlefield, de Mouly Surya, ilustra perfeitamente essa filosofia. Uma coprodução com apoio do Hubert Bals Fund (HBF), que ajudou a cineasta indonésia a encontrar um coprodutor holandês, beneficiando-se do recente acordo de coprodução entre os dois países.
Além disso, o programa deste ano evidencia a conexão entre a Holanda e a Indonésia. Diversos filmes de ambos os países estão presentes nas diferentes seções competitivas do festival. O Festival de Rotterdam 2025 sempre foi palco de debates geopolíticos. A ênfase na parceria holandesa-indonésia permite reflexões importantes sobre as relações pós-coloniais.
Desafios Políticos e Econômicos
O festival reconhece a influência do atual cenário político na Holanda e na Europa, com o crescimento de governos de direita. A programação reflete essa realidade, incluindo filmes que abordam o contexto político atual, e buscando entender o presente através do passado.
Um exemplo é uma programação especial dedicada ao cineasta ucraniano Serhiy Masloboishchykov, cuja carreira se estende por 30 anos e que agora apresenta seu último filme, Yaza, uma pré-estreia internacional no festival.
Clare Stewart, do ponto de vista econômico, discutiu sobre como preservar diálogos abertos no clima político atual, ao mesmo tempo em que se mantém o relacionamento com os órgãos de financiamento governamentais. O festival garante o financiamento por mais quatro anos. No entanto, há pressão crescente sobre as fundações filantrópicas.
O Festival de Rotterdam 2025 tem um papel importante no fomento ao cinema independente. O festival sempre atuou como um pioneiro na área de coproduções internacionais e mercados de coprodução. O festival busca formas de apoiar cineastas que não possuem fácil acesso a financiamentos ou que trabalham em contextos políticos difíceis.
Filmes e eventos mais esperados
Vanja Kaludjercic destacou Our Father, the Last Days of Dictator, de José Filipe Costa, como um filme incrível na competição Big Screen, sobre os últimos dias do ditador português Salazar. Seu staff e médicos mantiveram a farsa de que Salazar era o presidente mesmo após seu derrame.
Clare Stewart comentou a conversa entre Cate Blanchett e Guy Maddin, com uma exibição especial de Rumours, destacando a conexão com o USP do festival e a trajetória de Guy Maddin, um cineasta que começou em curtas no festival e evoluiu para trabalhos de instalação. A parceria de ambos no filme ilustra o espírito do festival.
O Festival de Rotterdam 2025 se consolidou pela sua contribuição para a coprodução internacional, apoiando a diversidade de histórias e linguagens cinematográficas, o que se reflete tanto no mercado de coprodução quanto na seleção Dark Room, dedicada a filmes em desenvolvimento. Há um foco em cineastas georgianos com dificuldades de obter apoio estatal.
O festival tem um trabalho contínuo, além do evento, para apoiar cineastas, conectando-os e expandindo suas redes de contatos. A meta é focar em cineastas com pouco acesso a financiamento ou que enfrentam dificuldades políticas.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via The Hollywood Reporter