O Filme sobre Salazar “Our Father – The Last Days of a Dictator”, que estreou no Festival Internacional de Cinema de Roterdã, explora os últimos dias do ditador português António de Oliveira Salazar. O filme retrata um Salazar debilitado após uma queda, confinado em sua residência oficial, o Palacete de São Bento, sem perceber que seu governo de 36 anos chegou ao fim.
Filme sobre Salazar explora os bastidores da ditadura
O diretor José Filipe Costa mergulha na peculiar situação de Salazar, que permanece alheio à sua deposição, enquanto seus funcionários mantêm a farsa de seu poder. A trama se passa em 1968 e acompanha a rotina do ditador, seus serviçais e a dedicada governanta Maria, que nutria grande afeição por ele. A narrativa levanta questões sobre o passado, presente e futuro, abordando temas como fascismo, farsas políticas e a “alucinação coletiva” que permeava o regime.
O longa foi filmado em locações que reproduzem o interior do Palacete de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro português. As cenas externas, no entanto, foram rodadas no local original, adicionando autenticidade à produção. Costa busca mostrar o fascismo no cotidiano, a “violência das pequenas coisas”, nas relações entre os personagens dentro da residência. Ele destaca a dinâmica entre a governanta Maria, Salazar e os demais empregados, criando um microcosmo que reflete a sociedade portuguesa da época.
O roteiro é baseado nos diários do médico pessoal de Salazar, que revelam detalhes da vida do ditador e dos que o cercavam. Os diários, censurados durante o regime, oferecem um vislumbre da “alucinação coletiva” que envolvia a ditadura. Costa traça paralelos entre o comportamento de figuras fascistas e eventos políticos recentes, como a ascensão da extrema-direita na Alemanha e a presidência de Donald Trump nos EUA, apontando para a recorrência de “alucinações coletivas” em momentos de crise. O filme explora a sutileza da violência psicológica e simbólica presente nas relações de poder, optando por mostrar a “violência das pequenas coisas”.
A relação entre Salazar e sua dedicada governanta
A relação complexa entre Salazar e Maria, sua governanta analfabeta que aprendeu a ler e escrever em Lisboa, é um dos pontos centrais do filme. Especulações sobre um possível romance entre eles são descartadas pelo diretor, que ressalta a complexidade e ambiguidade do vínculo. Maria, segundo Costa, era ao mesmo tempo cúmplice e vítima do sistema fascista, representando a ambiguidade moral de muitos que viveram sob regimes autoritários. Após a morte de Salazar, Maria foi expulsa do Palacete de São Bento, tendo apenas duas semanas para deixar o local. O título “Our Father” (Pai Nosso) faz referência à imagem paternal que Salazar cultivava, explorando a necessidade de figuras protetoras em tempos de medo e incerteza, como durante a Segunda Guerra Mundial.
Leia também:
O elenco conta com Jorge Mota como Salazar e Vera Barreto como Maria, ambos atores experientes no teatro e televisão portugueses. Barreto, com 84 anos durante as filmagens, impressionou a equipe com sua dedicação e expressividade. Costa destaca a capacidade da atriz de transmitir emoções com o olhar. Em seus próximos projetos, Costa pretende explorar suas memórias de infância em uma aldeia portuguesa durante a Revolução de 1974. O filme abordará temas como religião, política e as mudanças sociais da época. A trama incluirá um personagem de 12 anos que questiona Deus e os acontecimentos no país. Além disso, o filme explorará a amizade do protagonista com migrantes angolanos, refletindo as experiências pessoais do diretor. Um dos próximos Filmes sobre Salazar promete trazer à tona a complexidade da ditadura portuguesa e suas consequências.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.