Filme sueco Raptures, primeiro longa-metragem rodado em Meänkieli, retrata um culto apocalíptico na Suécia dos anos 1930. O drama sobre extremismo religioso, dirigido por Jon Blåhed, acompanha uma mulher tentando proteger sua família dos ensinamentos bizarros de seu marido.
Filme sueco Raptures: Uma história de extremismo religioso
Raptures (Rörelser), estreia no Festival Internacional de Cinema de Rotterdam (IFFR). O filme narra a história de Rakel, uma cristã devota que vive com seu marido, Teodor. Inicialmente, Rakel se sente desconfortável quando Teodor decide formar seu próprio culto.
Essa inquietação logo se transforma em medo e desconfiança. Os ensinamentos de Teodor se tornam cada vez mais extremos, incluindo visões de um apocalipse iminente e práticas sexuais que desafiam a moral de Rakel. O filme é estrelado por Jessica Grabowsky e Jakob Öhrman.
Inspirado no romance Dagning, röd!, de Bengt Pohjanen (1988), e no Movimento Korpela, que existiu no norte da Suécia na década de 1930, Raptures é um conto de advertência.
Blåhed, filho de um pastor, cresceu em uma comunidade religiosa na mesma região do país e se baseou em suas próprias experiências para o filme. A produção foi gravada em Meänkieli, uma língua minoritária na Suécia que nunca havia sido usada em um longa-metragem.
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Os desafios da língua Meänkieli
Blåhed cresceu na região onde o Meänkieli era falado, principalmente por seus avós. Quando criança, a língua era vista como algo ultrapassado, mas agora está passando por um ressurgimento.
Tornou-se uma língua minoritária oficial na Suécia, e as pessoas estão se orgulhando mais dela. A língua tem aparecido na televisão e em outras mídias, ganhando mais visibilidade.
No entanto, nem todos apoiam as línguas minoritárias. Grupos de direita na Suécia resistem ao financiamento para o apoio dessas línguas. Escrever um filme em Meänkieli foi um desafio, pois poucas pessoas a falam ou entendem fluentemente.
Estima-se que cerca de 70.000 pessoas tenham algum conhecimento da língua. Blåhed escreveu o roteiro inicialmente em sueco e depois o traduziu. Ele insistiu em filmar em Meänkieli para manter a autenticidade da história.
Financiamento, elenco e filmagem
O financiamento foi difícil de conseguir, pois era complicado convencer as pessoas a investir em um filme em uma língua pouco conhecida. O elenco também foi afetado pela escolha da língua. A equipe optou por atores finlandeses, pois o finlandês é próximo ao Meänkieli.
Os atores trabalharam com um coach de idiomas para aprender as falas. Uma atriz da região leu todas as falas do roteiro para que os atores pudessem ouvi-las e praticar a pronúncia. O autor do livro, Bengt Pohjanen, também se envolveu no projeto, traduzindo as falas e dando seu apoio à produção.
Apesar das preocupações iniciais do diretor, as filmagens foram mais fáceis do que o esperado, pois os atores conheciam bem suas falas em Meänkieli e não podiam improvisar. Isso resultou em uma compreensão clara do que seria feito em cada cena. Confira os filmes imperdíveis para assistir durante suas folgas de fim de semana.
A história do culto e a perspectiva feminina
Embora inspirado no livro e em eventos reais, o filme se distancia da realidade, criando sua própria narrativa. O culto retratado no filme durou cerca de 10 anos, até 1939, e ainda hoje é um tema sensível na região. Vários filhos nasceram dentro do culto, e seus descendentes ainda vivem na área.
A avó materna de Blåhed, uma cristã devota, inspirou a personagem principal, Rakel. O diretor buscou retratar Rakel como uma mulher forte, mas contida pelas normas da época. A atriz Jessica Grabowsky teve que transmitir as emoções de Rakel principalmente por meio de expressões faciais, já que a personagem não podia ser tão assertiva como seria nos dias atuais.
Blåhed também se preocupou em retratar o líder do culto, Teodor, como um personagem complexo. Ele acredita que Teodor não tinha más intenções no início, mas se deixou levar pelo poder. O filme explora como o culto, inicialmente com uma interpretação positiva da Bíblia, se torna mais extremo com o tempo, incorporando práticas sexuais e o consumo de álcool, antes proibidos. Filmes de sucesso na Netflix mostram o poder de histórias cativantes.
Novos projetos e inspirações
Blåhed já está trabalhando em novos projetos. Ele está escrevendo uma série de TV thriller ambientada na Suécia atual, com temas políticos. Também está desenvolvendo uma comédia romântica sombria que se passa em um ferry entre a Suécia e a Finlândia. Sua ligação com a Finlândia, país de origem de seu pai, e o fato de ter crescido na fronteira entre os dois países, continuam a inspirá-lo.
O tema do extremismo religioso abordado em Raptures se mostra relevante nos dias de hoje, com o aumento de cultos e interpretações extremistas da religião em diferentes partes do mundo. Entrevistas como a de Karla Sofía Gascón mostram como temas sensíveis podem gerar debates.
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