John Magaro em Köln 75, o novo filme que estreou no Festival de Berlim, tem chamado a atenção. O ator, conhecido por seus papéis em filmes independentes e séries de sucesso, interpreta o lendário músico de jazz Keith Jarrett. Magaro compartilhou suas experiências e influências, destacando o impacto de James Gandolfini em sua carreira e sua abordagem para interpretar figuras complexas no cinema.
A Trajetória de John Magaro
John Magaro é um ator que muitos descobrem como um segredo pessoal. Ele chamou a atenção em The Big Short, destacando-se entre os traders. Em Orange Is the New Black, emocionou como o amigo de prisão de Yael Stone. E em Past Lives, cativou como o marido de Nora (Greta Lee). Sua atuação como Cookie em First Cow, de Kelly Reichardt, foi um ponto alto de 2019, retratando a amizade masculina de forma tocante.
Recentemente, Magaro ganhou destaque em September 5, um filme sobre os ataques terroristas nas Olimpíadas de Munique de 1972, e na série de espionagem The Agency. Apesar desses papéis, ele se considera um ator do cinema independente, trilhando um caminho de “ascensão lenta” para o reconhecimento.
Após o Festival de Sundance, onde foi elogiado por sua atuação em Omaha, de Cole Webley, Magaro marcou presença no Festival de Berlim com Köln 75, um drama alemão dirigido por Ido Fluk. No filme, ele interpreta o músico de jazz Keith Jarrett durante a preparação para seu famoso concerto improvisado em Colônia, em 1975. A gravação desse concerto se tornaria o álbum solo de jazz mais vendido da história.
Magaro falou sobre seu novo papel, sua relação com Kelly Reichardt e a influência de James Gandolfini em sua carreira. Ele enfatizou que escolhe seus papéis com base nos roteiros e que sua trajetória tem sido uma “escalada lenta” rumo ao reconhecimento.
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A Preparação para Viver Keith Jarrett
Antes de ser escalado para o papel, John Magaro tinha um conhecimento limitado do jazz moderno e da obra de Keith Jarrett. Ele conta que teve tempo para estudar e se aprofundar na vida e na música do artista. “Foi uma verdadeira educação para mim”, afirmou.
Magaro aprendeu a tocar piano para o papel, assim como aprendeu a tocar bateria para Not Fade Away. Ele explicou que nunca conseguiria atingir o nível de Jarrett, mas estudou seus maneirismos e assistiu a vídeos de seus shows. Com a ajuda de seu professor de piano, Scott Gentile, ele buscou entender o estilo e a técnica de Jarrett, focando na importância de se libertar dos nervos e da rigidez para alcançar a improvisação.
Paralelos entre a Carreira de Músico e Ator
Magaro vê poucas semelhanças entre sua carreira e a de Keith Jarrett. Ele destaca que Jarrett era um prodígio, dedicado à música desde jovem, enquanto ele se considera um “ator operário”, que trilhou um caminho mais lento e árduo. “Ele era um profissional desde muito jovem”, explicou Magaro.
Apesar das diferenças, ele reconhece que ambos são artistas e que tanto o jazz quanto o cinema independente são formas de arte de nicho. No entanto, ele ressalta que Jarrett já havia alcançado o auge de sua arte aos 41 anos, enquanto ele ainda sente que está em uma “escalada lenta”.
Mesmo com papéis em filmes aclamados, Magaro acredita que é mais reconhecido por seu trabalho em Orange is the New Black do que em First Cow. Ele também observa que os roteiros que recebe são, em sua maioria, de filmes independentes com dificuldades de financiamento. Apesar disso, ele se sente grato pelas oportunidades que teve e pelo amor que encontrou no cinema independente.
O ator valoriza a paixão e o coração presentes no cinema independente e se considera sortudo por ter trabalhado com diretores apaixonados, mesmo em projetos de estúdio. Ele citou Maggie Gyllenhaal, com quem trabalhou em The Bride, como um exemplo de diretora com a mesma paixão que Ido Fluk em Köln 75.
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A Escolha dos Papéis e a Relação com Kelly Reichardt
John Magaro revelou que escolhe seus papéis principalmente com base no roteiro. Ele tem uma relação especial com a diretora Kelly Reichardt, a quem considera uma amiga e uma artista com uma visão clara e ousada. “Ela é minha amiga. Nós realmente nos conectamos”, disse ele.
Ele descreve Reichardt como uma diretora capaz de extrair performances inesperadas dele, de forma simples e eficaz. Magaro se sente sortudo por estar na órbita de uma das melhores diretoras do cinema. No entanto, ele reafirma que o roteiro é o fator determinante em sua escolha de papéis.
O ator também mencionou que já trabalhou com diretores estreantes, como Cole Webley (Omaha) e Celine Song (Past Lives). Se um roteiro o toca profundamente, ele se sente mais propenso a aceitar o papel, mesmo que o diretor não tenha muita experiência. Nesses casos, ele busca conhecer mais sobre o projeto e as pessoas envolvidas antes de tomar uma decisão.
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Explorando a Masculinidade no Cinema
John Magaro demonstra grande interesse em explorar diferentes formas de masculinidade em seus papéis. Ele acredita que seus personagens, como Cookie em First Cow, Arthur em Past Lives e Keith Jarrett em Köln 75, questionam ou subvertem as noções tradicionais de masculinidade.
O ator sente que os homens, especialmente os homens brancos, devem examinar o que significa ser homem e o que é “masculino”. Como pai de uma filha, ele se sente na obrigação de explorar essas questões e desconstruir a ideia de masculinidade tóxica. Ele se considera afortunado por poder explorar esses temas em seu trabalho.
James Gandolfini, que interpretou seu pai em Don’t Fade Away, foi uma grande influência nesse sentido. Magaro admira a forma como Gandolfini desconstruiu os mitos da masculinidade em seu trabalho. Ele destaca que Gandolfini e David Chase nunca tentaram glorificar a cultura gangster em The Sopranos, mas sim analisá-la de forma crítica e subversiva.
Magaro teve a oportunidade de trabalhar com James Gandolfini em duas ocasiões e com seu filho, Michael, em outras duas. Ele considera Gandolfini sua maior influência como ator e David Chase um mentor e figura paterna. Uma cena em um restaurante durante as filmagens de Not Fade Away foi um momento crucial em sua carreira, ensinando-o lições que ele aplica até hoje. Ele se sente grato por ter tido a oportunidade de trabalhar com Gandolfini, que mudou seu estilo e trajetória como ator.
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