O renomado músico britânico Matthew Herbert, conhecido por sua versatilidade e inovação na música eletrônica, expandiu seu talento para o cinema e a televisão. Em uma entrevista recente, Herbert compartilhou suas perspectivas sobre a criação de trilhas sonoras impactantes e os desafios éticos que encontrou em sua jornada musical, além de explicar porque não utilizou música espanhola na **trilha sonora de Hot Milk**.
Após consolidar seu nome na música eletrônica e fundar a Accidental Records, Herbert remixou artistas icônicos como Quincy Jones e Ennio Morricone. Sua trajetória o levou a colaborar com nomes de peso como Mica Levi, Róisín Murphy e Björk, solidificando sua reputação como um produtor visionário.
A Transição para o Cinema e a Busca por uma Trilha Sonora Perfeita
Herbert revelou que sua entrada no mundo das trilhas sonoras ocorreu de forma natural, impulsionada por sua paixão por drama e colaborações com amigos. A oportunidade surgiu com o filme _Human Traffic_ em 1999, marcando o início de sua jornada no cinema. Após um período de pausa, Herbert retornou com _Uma Mulher Fantástica_, filme que conquistou o Oscar de melhor filme internacional, impulsionando sua carreira.
Para Herbert, criar música para filmes e TV é um processo diferente de produzir um álbum ou se apresentar ao vivo. Ele destaca que, no cinema, a ideia central já está definida, permitindo que ele se concentre em servir a uma visão preexistente. No entanto, essa dinâmica também apresenta desafios, pois a música se torna um elemento de equipe, moldado pelas necessidades da história e pela visão do diretor.
Em suas palavras, a música em um filme deve ser como um novo personagem, que adiciona uma camada de profundidade à narrativa. Ele explica que uma trilha sonora preguiçosa apenas replica o que está sendo mostrado na tela, enquanto uma boa trilha sonora oferece uma nova perspectiva, guiando a atenção do público e enriquecendo a experiência cinematográfica.
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Um exemplo notável é seu trabalho em _O Prodígio_, onde a leveza da música contrastava com a intensidade da história, elevando a experiência do público. Em _Uma Mulher Fantástica_, a grandiosidade da trilha sonora elevou a dignidade da protagonista, mostrando a importância da música na construção da narrativa.
Os Desafios e a Ética na Criação Musical
Herbert enfatiza que o orçamento é um dos maiores obstáculos na criação de trilhas sonoras, especialmente em projetos de TV com recursos limitados. A busca por originalidade e qualidade, mesmo com restrições financeiras, exige criatividade e soluções inovadoras.
Apesar dos desafios, Herbert valoriza a colaboração e o processo de negociação entre o diretor, o editor e o compositor. Ele acredita que, quando todos trabalham em conjunto, o resultado final é enriquecido pela diversidade de perspectivas e pela busca por um objetivo comum. Já pensou em testar a IA de geração de rostos da Samsung e ver o que ela pode fazer?
A Singularidade da Trilha Sonora de Hot Milk
Em _Hot Milk_, Herbert enfrentou o desafio de criar uma **trilha sonora de Hot Milk** que refletisse a atmosfera onírica e alucinatória do filme, ambientado na Espanha. A diretora Rebecca Lenkiewicz optou por não incluir música espanhola tradicional, buscando uma sonoridade que transcendesse a localização geográfica e se concentrasse na experiência emocional da protagonista.
O filme retrata a história de uma filha que acompanha sua mãe com problemas de saúde em uma viagem à Espanha. A narrativa explora temas como liberdade, opressão, identidade e a ambiguidade das relações familiares. A música, portanto, precisava capturar essa complexidade emocional sem desestabilizar o público ou criar uma sensação de perigo iminente.
Para criar a atmosfera desejada, Herbert utilizou sons do próprio filme para criar instrumentos musicais, técnica que ele emprega em muitos de seus projetos. Essa abordagem garante que a música esteja intrinsecamente ligada à narrativa, amplificando as emoções e nuances da história.
Vicky Krieps, que atuou em _Hot Milk_, também contribuiu musicalmente para o filme, cantando um trecho de _Dido’s Lament_. Embora a cena tenha sido cortada na edição final, a participação de Krieps demonstra o envolvimento do elenco na criação da atmosfera musical do filme.
A Ética da Criação Musical: Uma Reflexão Pessoal
Além de sua carreira como compositor, Matthew Herbert também é doutor em ética musical. Sua pesquisa aborda questões complexas relacionadas ao uso de sons reais em composições, explorando os limites da exploração sonora e o respeito pela história e pelas vítimas.
Ele relembra um episódio marcante em 11 de setembro, quando gravou sons em Manhattan, incluindo o desabamento de edifícios. A questão ética que se colocava era se transformar esses sons em música seria uma forma de desrespeito às vítimas. Essa reflexão o levou a investigar as implicações éticas de transformar qualquer som em música, um debate crucial no campo da produção sonora.
O Futuro da Música no Cinema
A trajetória de Matthew Herbert demonstra a importância da inovação e da experimentação na criação de trilhas sonoras. Sua abordagem única, que combina elementos eletrônicos com sons do cotidiano, eleva a experiência cinematográfica e adiciona uma camada de profundidade à narrativa.
Ao evitar clichês e buscar novas formas de expressão, Herbert desafia as convenções e redefine o papel da música no cinema. Seu trabalho é um exemplo de como a criatividade e a sensibilidade artística podem transformar uma trilha sonora em uma parte essencial da história, capaz de emocionar, intrigar e inspirar o público.
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