O documentário ‘Evidence’, da diretora Lee Anne Schmitt, apresentado no Festival de Berlim, mergulha no poder do dinheiro institucional, explorando como fundações conservadoras, como a John M. Olin Foundation, influenciaram estrategicamente o ensino superior nos EUA. Através de uma abordagem pessoal e política, Schmitt examina o controle social exercido por essas instituições e o impacto de suas ideologias na sociedade. Evidence examina poder da influência conservadora no cenário educacional e político americano.
A Influência da John M. Olin Foundation
Durante muito tempo, a direita política criticou as instituições de ensino superior, retratando-as como focos de ideias progressistas e anti-americanas. No entanto, Lee Anne Schmitt, em seu documentário, nos lembra que o movimento conservador tem se infiltrado no ensino superior americano de forma estratégica e bem-sucedida ao longo das gerações.
Instituições privadas de concessão de bolsas, como a John M. Olin Foundation, desempenharam um papel central nessa missão, auxiliando na criação da Federalist Society e de muitos outros think tanks conservadores influentes. O filme aborda essa temática de forma bastante completa.
Schmitt, uma artista e documentarista de ensaios, explora a relação entre ideologia política, paisagens e experiência pessoal. “Evidence” se encaixa perfeitamente nesse contexto, rastreando a influência da Olin Foundation e o histórico ambiental questionável de sua antecessora corporativa, a Olin Corporation.
O que poderia ser uma crítica direta ao ativismo filantrópico conservador se transforma, nas mãos de Schmitt, em uma reflexão pessoal sobre o controle e as formas pelas quais instituições e sistemas exercem controle sobre nossas crenças, vidas e corpos. O filme nos convida a pensar sobre o poder do dinheiro institucional.
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Conexão Pessoal e Política em ‘Evidence’
“Este filme começou com uma simples curiosidade”, afirma Schmitt, que possui uma conexão pessoal única com o tema: seu pai foi o chefe do setor internacional da Olin Corp. “Sempre me senti desconfortável em relação a esse sistema”, completa a diretora.
Schmitt, que também assina o roteiro, a filmagem (em película de 16mm, seu formato usual), a edição e a narração do filme, entrelaça o pessoal e o político desde o primeiro quadro. “Evidence” começa com uma sequência de bonecas que o pai de Schmitt trazia para ela de suas viagens ao redor do mundo. Essas bonecas foram “um verdadeiro ponto de partida”, diz ela, “porque há muito amor nisso, em viajar e trazer algo de volta”.
As bonecas dão lugar a antigas fotos de família enquanto ouvimos áudios de vídeos caseiros. O tom é cru e íntimo — o pai dela fala sobre “um jantar dançante de uma associação química”, a própria Schmitt, ainda criança, proclama: “Eu pinto, eu faço coisas” — enquanto Schmitt faz a transição para a história da Olin Foundation.
A conexão pessoal de Schmitt com a Olin Corp. serviu como uma porta de entrada natural para o tema do dinheiro institucional e a forma como ele molda a América. No entanto, o filme está longe de ser uma simples exposição de fatos. “Esta é apenas uma forma de entrar no sistema”, explica Schmitt. “Mas era isso que as pessoas influentes eram incentivadas e organizadas a fazer”.
As evidências, por assim dizer, que Schmitt apresenta no filme incluem obras do vasto conjunto de literatura conservadora publicada desde meados do século XX, incluindo livros como Dare to Discipline, do Dr. James Dobson, Manliness, de Harvey Mansfield, e The Bell Curve, de Charles Murray e Richard Herrnstein, entre muitas outras obras de importantes líderes de pensamento conservadores apoiados pela Olin.
Há também imagens de arquivo de Focus on the Family, de Dobson, e Firing Line, de William F. Buckley Jr., ambos financiados pela Olin Foundation. Para quem se interessa pelo tema, vale a pena conferir este jogo de tabuleiro que ensina crianças sobre cibersegurança.
Schmitt ainda complementa: “Para mim, o documentário de ensaio, que é o que eu acho que faço, é uma forma — não é uma forma ativista, mas realmente usa o tempo para te dar esse tipo de lugar contemplativo em torno de ideias, para ponderar. E o que eu tento fazer em todos os meus filmes é trazer coisas que parecem díspares e fazê-las viver juntas, para que talvez essas conexões sejam feitas”.
Análise Contemplativa do Poder em ‘Evidence’
Através de uma abordagem que mistura o pessoal e o político, Lee Anne Schmitt convida o espectador a uma análise contemplativa sobre o controle exercido por instituições e sistemas. Evidence examina poder e nos leva a refletir sobre como o dinheiro institucional molda nossas crenças e a sociedade.
O documentário não se limita a expor fatos, mas busca criar conexões entre diferentes elementos, incentivando o espectador a ponderar sobre as complexas relações de poder que permeiam o mundo em que vivemos. É uma obra que provoca reflexão e questionamento.
Ao apresentar as diversas nuances do tema, Schmitt evita simplificações e maniqueísmos, convidando o espectador a formar sua própria opinião a partir das evidências apresentadas. O resultado é um filme instigante e relevante para o debate sobre o papel das instituições na sociedade contemporânea.
Essa instigação é fundamental, em um momento onde as notícias sobre respostas impulsionadas por IA podem em breve integrar a pesquisa do Reddit.
No fim das contas, “Evidence” é uma obra que transcende a mera denúncia, buscando promover uma reflexão profunda sobre os mecanismos de controle que moldam nossa realidade. É um filme que merece ser visto e debatido.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Via The Hollywood Reporter