Em meio a críticas divididas, Captain America: Brave New World levanta discussões sobre expectativas e representatividade. O filme, que apresenta Sam Wilson como o novo Capitão América, interpretado por Anthony Mackie, enfrenta um escrutínio sobre seu posicionamento político e social, algo que não era esperado das versões anteriores. Será que Sam Wilson está à altura de confrontar os problemas atuais da América?
Um Novo Capitão Para Novos Tempos?
A escolha de Sam Wilson para assumir o manto do Capitão América sempre gerou debates. A minissérie Falcão e o Soldado Invernal já abordava as controvérsias e desafios que um homem negro enfrentaria ao carregar o escudo. Apesar de ter sido bem recebida, a série também foi alvo de críticas quanto ao papel de Sam em defender uma nação que historicamente marginalizou pessoas negras.
No final da minissérie, Sam declara: “O único poder que tenho é acreditar que podemos fazer melhor.” Essa esperança, inerente ao personagem, foi vista por alguns como ingenuidade. A questão central é: como equilibrar o idealismo de um super-herói com as duras realidades sociais e políticas?
As críticas sobre o filme, questionam se Captain America: Brave New World se posiciona de forma clara em relação aos problemas sociais e políticos da atualidade. Será que Sam Wilson é progressista e assertivo o suficiente? Ou será que ele apenas evita confrontar um sistema falido, liderado por um presidente igualmente problemático?
É importante lembrar que o filme foi escrito e produzido antes de muitos dos eventos políticos recentes, o que dificulta a criação de uma alegoria direta. No entanto, a essência da questão permanece: qual o papel de um super-herói em tempos de crise?
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As Expectativas Sobre o Capitão América Negro
Existe uma tendência de depositar nos personagens negros a responsabilidade de liderar a mudança social, tanto na ficção quanto na realidade. Essa expectativa, muitas vezes irrealista, ignora o fato de que a luta por justiça e igualdade deve ser coletiva. Ao invés de esperar que um super-herói negro resolva todos os problemas, talvez seja mais produtivo canalizar essa energia para ações concretas no mundo real.
Essa cobrança excessiva sobre Sam Wilson contrasta com a postura mais branda em relação ao Capitão América de Steve Rogers. Os filmes de Chris Evans raramente abordavam questões políticas de forma direta. Em Capitão América: Guerra Civil, por exemplo, o filme não comentava o momento político da época e até mesmo o passado nazista de Zemo foi deixado de lado.
Por que Steve Rogers tinha permissão para ser apenas um super-herói, enquanto Sam Wilson precisa ser um líder revolucionário? Essa é a pergunta que Richard Newby, colaborador do The Hollywood Reporter, nos faz refletir. Será que existe um padrão duplo em relação às expectativas depositadas sobre personagens brancos e negros?
Em vez de esperar que os super-heróis nos salvem, é preciso reconhecer que a mudança real depende de ações concretas no mundo real. Super-heróis não vão nos salvar. Se você quer lutar contra este sistema opressor em que você votou, então lute, mas pare de pedir que negros na realidade e na ficção sirvam monolithicamente às suas expectativas e façam isso por você. Estamos ocupados sonhando e acreditando em uma realidade além do agora.
Ações e Consequências em Brave New World
Em Captain America: Brave New World, Sam Wilson se mostra desconfiado em relação ao Presidente Ross, interpretado por Harrison Ford, especialmente por seu passado. Essa desconfiança é justificada, considerando que Ross já o havia aprisionado durante os eventos de Capitão América: Guerra Civil.
Apesar disso, Sam decide investigar uma conspiração por conta própria quando Isaiah Bradley é preso, mesmo desobedecendo as ordens de Ross. Essa atitude demonstra a importância que Sam dá à verdade e à justiça, mesmo que isso signifique desafiar o poder estabelecido.
A decisão de Sam de não libertar Isaiah da prisão, pode parecer controversa, mas reflete sua experiência e seu desejo de evitar uma escalada de violência. Ele aprendeu com os erros do passado, como a fuga de Bucky Barnes, que resultou em uma caçada e na divisão dos Vingadores.
O filme também aborda a complexidade do patriotismo negro. Isaiah Bradley, apesar de ter sido submetido a experimentos e maus tratos, ainda sente orgulho de seu país. Essa dualidade, presente em muitos afro-americanos que serviram nas forças armadas, é um tema importante e pouco explorado no cinema de super-heróis.
Além da Representação, a Ação
A conclusão de Captain America: Brave New World, com Ross assumindo a responsabilidade por seus atos e se entregando à prisão, pode parecer utópica para alguns. No entanto, essa resolução reforça a mensagem de que as pessoas podem mudar e que o diálogo e a reconciliação são possíveis, mesmo em tempos de polarização.
A habilidade de Sam Wilson de convencer Ross a se responsabilizar por seus atos demonstra o poder da empatia e da comunicação. Em vez de apelar para a violência, Sam utiliza suas habilidades de conselheiro para alcançar um resultado positivo.
Captain America: Brave New World pode não ser o filme revolucionário que alguns esperavam, mas levanta questões importantes sobre representatividade, expectativas e o papel dos super-heróis em um mundo complexo. O filme nos convida a refletir sobre nossas próprias responsabilidades e a agir em busca de um futuro melhor.
É preciso lembrar que a mudança real não virá de um único filme ou personagem, mas sim do esforço coletivo de indivíduos comprometidos com a justiça e a igualdade. Ao invés de depositar todas as nossas esperanças em um super-herói, é hora de nos tornarmos os heróis de nossas próprias histórias.
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