O cineasta Sean Baker foi consagrado como melhor diretor no Independent Spirit Awards 2025 por seu filme Anora. Durante a cerimônia, Baker aproveitou o momento para refletir sobre o cenário do cinema independente, enfatizando a necessidade de mudanças para garantir a continuidade desse gênero cinematográfico. Ele alertou sobre as dificuldades enfrentadas pelos filmes independentes e defendeu a importância da liberdade artística e do apoio aos criativos do setor.
Sean Baker e a defesa do cinema independente
No último sábado, Sean Baker, ao receber o prêmio de melhor diretor no Film Independent Spirit Awards, usou seu tempo de discurso para abordar a situação atual do cinema independente. Ele ressaltou que a indústria precisa de transformações para manter o gênero vivo e pulsante.
“O cinema independente está lutando, agora mais do que nunca”, declarou Baker ao público. Ele mencionou o fim das vendas de DVDs, que permitiam maiores riscos em filmes desafiadores, e a dificuldade de obter lucros significativos, a menos que se alcance um sucesso de bilheteria raro, como Damien Leone com a franquia Terrifier. Baker também destacou que muitos cineastas independentes trabalham por anos em seus projetos com pouco ou nenhum salário.
A sustentabilidade do cinema independente
Baker questionou como um roteirista-diretor pode se sustentar com renda baixa ou inexistente por cerca de três anos, tempo médio dedicado a um filme. Ele apontou que, mesmo com os salários mínimos dos sindicatos DGA e WGA, a remuneração, após impostos e porcentagens de agentes, é insuficiente para viver, especialmente para quem tem família.
O diretor enfatizou ser um defensor do cinema independente e criticou aqueles que o usam apenas como trampolim para projetos maiores. Ele defendeu a criação de filmes pessoais para lançamento nos cinemas, com total liberdade artística e de elenco, sem a pressão de escalar atores com base em valor de bilheteria ou número de seguidores nas redes sociais. Essa crítica pode ser relacionada com polêmicas entre Blake Lively e Justin Baldoni.
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“O sistema tem que mudar, porque isso é simplesmente insustentável”, afirmou Baker. Ele defendeu que os criativos envolvidos em projetos de longa duração devem receber honorários iniciais mais altos, já que não se pode mais confiar no back-end. “Temos que exigir isso. Se não, os filmes independentes se tornarão apenas filmes de cartão de visita. Eu sei que não foi para isso que me inscrevi. Então, vamos exigir o que valemos.”
Os indicados e a mensagem de igualdade
Além de Baker, concorriam ao prêmio de melhor diretor Brady Corbet (The Brutalist), Ali Abbasi (The Apprentice), Alonso Ruizpalacios (La Cocina) e Jane Schoenbrun (I Saw the TV Glow). Baker fez questão de elogiar os colegas indicados, afirmando que não há um “melhor” e que todos fizeram filmes originais, sendo uma honra estar na mesma categoria.
Anora também foi premiado como melhor filme e melhor performance principal para Mikey Madison. A produtora Samantha Quan reforçou a importância do cinema independente, mencionando o filme My Old Ass como um exemplo tocante que a fez refletir sobre a necessidade de seguir o coração, independentemente do resultado.
No encerramento da cerimônia, Baker homenageou Josh Welsh, ex-presidente da Film Independent, falecido no início do ano, lembrando-o como um defensor das vozes independentes e um ser humano maravilhoso. “Sentiremos sua falta, Josh. Sentiremos sua falta. Vida longa ao cinema independente”, concluiu.
Para mais informações sobre os vencedores da 40ª edição do Spirit Awards, você pode conferir a lista completa e as fotos do tapete vermelho.
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