É o primeiro passo para o fim da guerra entre EUA e Huawei. O presidente Donald Trump, hoje na coletiva do encontro G20, disse que vai “aliviar” as restrições impostas a Huawei, mas ainda não a tirou da lista negra. Com isso, empresas americanas poderão voltar a negociar com a chinesa.
Leiam também | Huawei abre lojas físicas em São Paulo
Claro que não foi de graça, assim como aconteceu no ano passado com a ZTE, em troca a China concordou em fazer grandes compras de produtos agrícolas norte-americanos. No caso da ZTE, a empresa teve que pagar algumas multas para os EUA. Isso sustenta a ideia dos EUA estarem usando a Huawei como moeda de troca na guerra comercial com a China.
O acordo foi feito ontem (29) depois que Trump e o líder chinês, Xi Jinping, estiveram em um jantar de negócios, eles ainda voltaram a se encontrar nesse sábado. Desde novembro os dois lideres das duas maiores economias do mundo não “sentavam para conversar”.
- China inaugura usina solar no mar, a maior do mundo, em megaprojeto
- China lidera geração de energia limpa mundial a frente dos EUA, descubram os impactos
- Jogue fora celulares da Xiaomi, diz Ministério da Defesa da Lituânia
De acordo com o Bussines Insider, Trump disse: “você sabe, empregos, eu gosto de nossas empresas vendendo para outros… Essas não são decisões fáceis de tomar“.
A Huawei não está sendo retirada da lista negra do Departamento de Comércio, mas o fato de as empresas norte-americanas poderem continuar a vender serviços para o fabricante é um passo na direção certa.
Jornalistas perguntaram quando a Huawei será retirada da lista negra, Trump disse:
A Huawei é uma situação complicada, estamos deixando ela para resolver no final. Vamos ver aonde vamos com o acordo comercial.
Ele ainda diz que a inteligência americana sabe muita coisa errada envolvendo a Huawei que eles ainda não podem falar.
Mas a mídia, em geral, ainda está dividida nas opiniões. O pessoal do Bloomberg, por exemplo, descreveu a seguinte frase feita na coletiva: “Companhias americanas podem vender seus equipamentos para a Huawei. Estamos falando de produtos onde não existem grandes problemas de segurança nacional”. Não se sabe exatamente quais seriam esses produtos.
Para alegria de todos a Huawei está, parcialmente, livre
Essa é uma excelente notícia para o mundo da tecnologia como um todo. Grandes empresas americanas, como o Google, já haviam cobrado o governo americano sobre os possíveis danos ao bloquear a Huawei.
A Huawei vem sendo acusada de espionagem industrial há anos pela Casa Branca. Sendo a principal fornecedora de tecnologia 5G do mundo, um bloqueio a ela poderia atrasar a implantação da tecnologia, e os EUA não querem ficar para trás.
Já para o público, em geral, isso é um alívio. O medo que rodeava os usuários de perder funcionalidades básicas e atualizações do sistema Android, fez com que as vendas da Huawei até caíssem. Afinal, ela é a segunda maior fabricante de smartphones do mundo.
É uma trégua, mas ainda não definitiva
A decisão ainda é o primeiro passo. Donald Trump removeu obstáculos e abriu caminho para mais negociações. Mas os dois países ainda precisam de um acordo mais forte e a longo prazo. A Huawei ainda está proibida de vender para os EUA.
De qualquer modo, isso dará tempo para a Huawei investir mais no seu futuro sistema operacional. Com esse tempo a mais, se os EUA voltarem com suas sanções no futuro, talvez a empresa não sentirá tanta falta assim do Android e já terá um plano B pronto para comprar componentes de empresas não americanas.