Hoje a Samsung anunciou oficialmente os Galaxy S8 e Galaxy S8+, seus novos flagships. Como estamos falando dos smartphones mais potentes do ano, e mais caros provavelmente, não dá para esperar nada menos do espetacular. E é exatamente isso que quem estava no evento disse: estava espetacular. Mas o que tem de tão diferente neles? Veremos.
Tela, eu vejo tela
O Galaxy S7, e principalmente o Galaxy S7 Edge já eram sinônimos de bom aproveitamente de tela. Esse último tinha praticamente o mesmo tamanho do S7 flat, mas com uma tela de 5,5 polegadas contra 5,1 do irmão menor. Agora a equivalência continua. São dois modelos, um menor e outro maior. Mas o “menor” deles, o Galaxy S8 tem uma tela gigante de 5,8 polegadas, maior que o S7 Edge. Já o S8 Plus tem uma tela de incríveis 6,1 polegadas.
A primeira coisa que vem a cabeça é: a Samsung cagou e fez 2 tijolões! Não é bem assim. Para efeito de comparação, o Galaxy S8 possui tela de 5,8 polegadas mas chega a ser mais estreito que o Galaxy S7, de 5,1 polegadas. E o Galaxy S8+, de 6,2 polegadas, é menos de 1 mm mais largo que o Galaxy S7 Edge, que tinha display de apenas 5,5 polegadas.
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Eu tenho um Galaxy S7 Flat, pois gosto de aparelhos pequenos. Isso não significa que não gosto de telas grandes, pelo contrário, quanto maior melhor, desde que caiba em uma mão. O Galaxy S8 chega para resolver esse problema. Tela enorme em um corpo pequeno. Tudo isso graças a tela Edge, ou tela infinita como a empresa enfatizou durante o evento. Aliado a retirada do botão fisíco, tradicional da linha, e diminuição das bordas superiores e inferiores.
Falando da tecnologia empregada, a qualidade do painel AMOLED da Samsung continua muito boa, provavelemnte a melhor atualmente. Com brilho forte, resolução de 2960×1440 pixels e a nova proporção 18,5:9 e cantos arredondados. Essa proporção torna o aparelho esticadão, o que talvez possa levar um tempo para se acostumar, afinal são quase uma década que estamos acostumados a proporção atual dos smartphones Android.
Novo assistente virtual Bixby
A principal novidade de software é o Bixby, um assistente virtual próprio da Samsung que pode ser acionado por meio de um botão dedicado, localizado abaixo do controle de volume. Ela irá trabalhar em parceria com o Google Now. Segundo a Samsung, a ideia da Bixby é ajudar na utilização do aparelho, não apenas responder perguntas.
Coincidentemente, ou não, a nova assistente foi desenvolvida pelos criadores da Siri do iPhone. Mas como disse, a proposta é diferente. Ela será totalmente integrada ao smartphone. Além de responder perguntas, ela suportar os comandos de voz para fazer uma ligação, tirar uma foto ou mudar configuração do aparelho, o Bixby funciona dentro de aplicativos (como a galeria de fotos) e traz um painel semelhante ao Google Now, que mostra informações importantes dentro de cards. Além disso, ela tem uma inteligência artificial que aprende com o usuário, e através da análise dos seus hábitos, torna as funções mais úteis para você. A proposta é fantástica, mas dúvido muito que na prática seja assim. Vamos esperar para ver.
Os comandos de voz do Bixby funcionarão em inglês e coreano no lançamento. Outros idiomas, incluindo o português do Brasil, chegarão em um futuro próximo. A Samsung também informou que trabalha para fechar parcerias locais — o recurso de detecção de produtos do Bixby, que funciona em conjunto com a Amazon nos Estados Unidos, deve ganhar outro parceiro no mercado brasileiro.
DeX: Continuum é vocês?
Isso não é bem novidade, anos atrás a Motorola já dava passos transformando um smartphone em PC. Era o Atrix. Seguindo essa linha, o S8 trás suporte ao DeX, uma dock que o transfroma em um desktop completo. Qualquer semelhança com o Continuum do Windows não é coincidência. O acessório tem duas portas USB, saída HDMI, cooler para resfriar o aparelho e até conexão Ethernet. Você pode rodar aplicativos de Android em várias janelas espalhadas pela área de trabalho e controlá-los por meio de teclado e mouse.
Como os dados de aplicativos são os mesmos tanto no modo smartphone quanto no modo desktop, você continua recebendo normalmente ligações e mensagens enquanto o Galaxy S8 estiver conectado ao DeX.
Segurança em primeiro lugar
Além do já tradicional desbloqueio por impressões digitais, que agora fica na parte de trás do aparelho, a Samsung trás 2 novos métodos. O primeiro é através da iris dos olhos, já visto no falecido Galaxy Note 7. Mas a Samsung também trás o desbloqueio facial, o smartphone através da câmera e sensores reconhece o rosto da pessoa.
E o hardware? Continua excelente, mas sem grandes novidades
Sempre digo que a evolução dos smartphones não estão no hardware. Processador, RAM, armazenamento, câmera e etc, tudo isso tende a se equiparar. Não é atoa que os chamados intermediários premium atualmente possuem hardware que 99% da pessoas precisam.
Vemos isso claramente no Galaxy S8. O Galaxy S7 tem um hardware excelente, me arrisco dizer que um hardware para rodar tudo que venha a existir para o Android, sem travar, pelos próximos 3 anos. Mas, o S8 é sua atualização, e obviamente teve uma evolução.
O processador utilizado é o Snapdragon 835 – chupa LG G6. Isso na versão americana, no Brasil, assim como nos modelos anteriores, receberemos o modelo Exynos equivalente. Isso não é ruim, pelo contrário, pois os processadores da Samsung vem tendo desempenho melhor em alguns casos. Ambos são fabricados em processo de 10 nanômetros, o que deve aumentar o desempenho e reduzir o consumo de energia. A RAM continua em 4 GB, enquanto o armazenamento interno pulou para 64 GB, o dobro do modelo padrão do Galaxy S7. Nada foi dito sobre versões com 128 GB.
A câmera também quase não sofreu alterações. A traseira continua tendo um sensor de 12 megapixels com Dual Pixel e lente de abertura f/1,7. Houve melhorias no pós-processamento, o que pode melhorar a qualidade das fotos, mas não espere nada revolucionário como foi a câmera do Galaxy S7. A frontal, por sua vez, recebeu um upgrade na resolução, passando de 5 para 8 megapixels.
O software da câmera ganhou efeitos: você pode colocar filtros, adesivos e máscaras em tempo real nas fotos e vídeos. Além disso, houve a adição de um recurso bacana que mostra uma prévia do enquadramento de vídeo — ele é quase sempre menor que no modo de fotografia, já que a estabilização de imagem “esconde” as bordas da cena.
Abaixo as especificações detalhadas:
Galaxy S8
- SO: Android 7.0
- Dimensões e peso: 148,9 x 68,1 x 8,0 mm e 155g
- Chipset: 4x 2,3 GHz + 4x 1,7 GHz ou octa-core 4x 2,35 GHz + 4x 1,9 GHz
- RAM: 4 GB
- Armazenamento: 64 GB UFS 2.1 + espaço para micro SD
- Tela: 5,8’’ Quad HD 2K (2960×1440) Super AMOLED
- Câmeras: Dual Pixel 12 MP com estabilização óptica, f/1.7 traseira e 8 MP AF com f/1.7 frontal
- Bateria: 3.000 mAh com carregamento rápido e sem fio
- Conectividade: WiFi a/b/g/n/ac MIMO, Bluetooth 5.0, USB-C, 4G LTE, GPS/GLONASS, NFC, MST
Galaxy S8+
- SO: Android 7.0
- Dimensões e peso: 159,5 x 73,4 x 8,1 mm e 173g
- Chipset: 4x 2,3 GHz + 4x 1,7 GHz ou octa-core 4x 2,35 GHz + 4x 1,9 GHz
- RAM: 4 GB
- Armazenamento: 64 GB UFS 2.1 + espaço para micro SD
- Tela: 6,2’’ Quad HD 2K (2960×1440) Super AMOLED
- Câmeras: Dual Pixel 12 MP com estabilização óptica, f/1.7 traseira e 8 MP AF com f/1.7 frontal
- Bateria: 3.500 mAh com carregamento rápido e sem fio
- Conectividade: WiFi a/b/g/n/ac MIMO, Bluetooth 5.0, USB-C, 4G LTE, GPS/GLONASS, NFC, MST
E a bateria, vai explodir?
Depois do maior fracasso da Samsung, o Galaxy Note 7, o seu explosivo smartphone de 2016, a Samsung tomou cuidado no S7. Ao invés de colocar uma bateria gigante, ela estranhamente diminui as capacidades. O Galaxy S8 tem 3.000 mAh (mesmo do Galaxy S7), enquanto o Galaxy S8+ tem 3.500 mAh (100 mAh a menos que o Galaxy S7 Edge). A Samsung disse que fez isso porque tem uma tecnologia – não revelada – que faz a bateria ser mais eficiente. Além disso, os novos processadores são mais econômicos. Isso é a teoria.
A prática deve ser outra. Com telas BEM maiores e resolução maior, dúvido que não sentiremos diferença na bateria. Uma pena, esse pode ser o calcanhar de áquiles dos 2 modelos.
Alto e bom som com Harman
Se você acompanha tecnologia deve saber que recentemente a Samsung comprou a Harman. Gigante do ramo de som profissional dona de marcas como JBL e AKG. O primeiro fruto da aquisição – palavras da Samsung – é que os fones de ouvido do Galaxy S8 estamparão a marca da AKG. Além do aumento na qualidade sonora, a Samsung promete melhor isolamento de ruído e um fio que não embola tão facilmente. E antes que perguntem: sim, ela manteve a entrada de 3,5 mm. Chupa Apple.
Ele não explode, mas sua conta bancária….
Ambos chegam mundialmente dia 21 de Abril. Nos Estados Unidos, os dois modelos sofreram aumento de preço: desbloqueado, o Galaxy S8 custa US$ 749 (100 dólares mais caro que o antecessor), enquanto o Galaxy S8+ será vendido por US$ 849, com a pré-venda começando nesta quinta-feira (30). Para efeito de comparação, eles são mais caros que seus respectivos iPhones concorrentes.
E no Brasil? Nada foi dito sobre o lançamento ou preços. De praxe, a Samsung sempre lança praticamente simultaneamente no Brasil a linha S. Sendo assim, nas próximas semanas devemos receber os convites para o lançamento no Brasil. Mas não espere milagres: eles vão ser caros, muitos caros.