Google fecha acordo com a Samsung para incluir Gemini nos Galaxy

O Google investe pesado na Samsung para que o assistente Gemini seja nativo nos novos celulares Galaxy.
Atualizado há 11 horas
Google fecha acordo com a Samsung para incluir Gemini nos Galaxy
Google aposta na Samsung para integrar o assistente Gemini nos novos celulares Galaxy. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • O Google firmou um acordo com a Samsung para pré-instalar o assistente Gemini nos celulares Galaxy.
    • Essa mudança pode impactar sua experiência com assistentes virtuais ao utilizar os novos dispositivos.
    • Usuários do Galaxy S25 terão o Gemini substituindo a assistente Bixby, aprimorando suas interações.
    • Além disso, a Samsung receberá comissões pelas interações dos usuários com o Gemini.
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O Google está pagando um valor substancial para a Samsung para que o assistente de IA Gemini venha pré-instalado nos celulares Galaxy. A confirmação veio de um executivo da própria empresa durante um depoimento recente, detalhando a existência de um acordo financeiro mensal para garantir a presença nativa do chatbot nos aparelhos da fabricante sul-coreana.

A informação foi revelada por Peter Fitzgerald, vice-presidente de parcerias de plataformas e dispositivos do Google. Durante seu depoimento, ele confirmou o acordo financeiro, embora os valores exatos não tenham sido divulgados publicamente. Sabe-se, no entanto, que o pagamento ocorre mensalmente.

Essa prática não é inédita para o Google. A empresa já desembolsou bilhões de dólares ao longo dos anos para manter seu buscador como padrão no Safari, o navegador dos iPhones da Apple. Essa estratégia já foi alvo de investigações e é um ponto central em um processo movido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ).

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Atualmente, o Google Assistente ainda é o assistente padrão na maioria dos dispositivos Android que utilizam os serviços do Google. A transição para o Gemini, que é baseado em modelos de linguagem grandes (LLMs), normalmente depende do consentimento do usuário.

Acordo para ter o Gemini em celulares Samsung

No caso do Galaxy S25, a situação é diferente. O Gemini em celulares Samsung desta linha já vem instalado de fábrica e definido como a opção padrão. Ao pressionar e segurar o botão de energia, é o Gemini que responde, substituindo inclusive a Bixby, a assistente virtual desenvolvida pela própria Samsung.

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Segundo o depoimento de Fitzgerald, o acordo entre as duas gigantes da tecnologia começou em janeiro de 2025 e tem uma vigência mínima de dois anos. Pelo contrato, o Google paga por cada dispositivo vendido com o Gemini pré-instalado.

Além do pagamento por instalação, a Samsung também recebe comissões baseadas nas interações dos usuários com os anúncios exibidos dentro do aplicativo Gemini. Um advogado do DOJ classificou os pagamentos mensais como “quantias enormes” de dinheiro.

Possível Obrigatoriedade no Android

Documentos internos do Google, revelados pelo site The Information, indicam que a empresa considerou ir além. Havia planos de atualizar os termos de licenciamento do sistema operacional Android.

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Se essa mudança fosse implementada, fabricantes interessados em usar o Android com os serviços essenciais do Google (como a Play Store) seriam obrigados a pré-instalar não apenas o Gemini, mas também o buscador Google e o navegador Chrome.

Muitos serviços do Google são cruciais para a funcionalidade completa que os usuários esperam de um smartphone Android. Fabricantes que optam por não incluir esses serviços precisam usar o Android Open Source Project (AOSP), uma versão mais limitada do sistema. Essa dinâmica pode se tornar ainda mais relevante com a chegada de novas versões como o Android 15.

Abrir mão do ecossistema do Google representa um desafio significativo para os fabricantes, pois os aparelhos se tornam menos atraentes para os consumidores, impactando sua competitividade no mercado.

Google na Mira da Justiça Americana

O Google enfrenta um escrutínio regulatório intenso nos Estados Unidos. Em agosto de 2024, o juiz distrital Amit Mehta concluiu que a empresa opera como um monopólio no mercado de buscas e utiliza práticas anticompetitivas para manter sua posição dominante.

O debate atual gira em torno das penalidades que serão aplicadas. O DOJ sugeriu medidas severas, incluindo a possibilidade de forçar a venda do Chrome, o navegador que detém cerca de 65% do mercado global, de acordo com dados do StatCounter. A pressão sobre as gigantes de tecnologia não é exclusiva dos EUA, com outras regiões, como a União Europeia, também aplicando multas significativas.

Uma versão anterior do documento do DOJ chegou a mencionar a venda do Android, mas essa hipótese foi retirada posteriormente.

Próximos Passos e Potenciais Compradores

A situação ficou ainda mais complexa com o depoimento de Nick Turley, diretor de produtos do ChatGPT. Ele afirmou que a OpenAI teria interesse em adquirir o Chrome se o Google for obrigado a vendê-lo.

Outra proposta em análise é obrigar o Google a compartilhar os dados coletados por seu buscador. Turley acredita que essa medida poderia impulsionar o desenvolvimento do chatbot da OpenAI.

A próxima audiência do processo entre o DOJ e o Google está marcada para 28 de abril. No entanto, a decisão final só deve ser divulgada em setembro de 2025, e o Google ainda terá o direito de recorrer.

Seja qual for o desfecho desse processo judicial, o impacto na experiência dos usuários na internet pode ser profundo. O Google é uma peça central no cotidiano digital há décadas, e uma reestruturação forçada, como a venda de produtos chave, poderia redefinir os rumos da tecnologia e da web como a conhecemos.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.