Hoje o mundo da tecnologia amanheceu com uma notícia séria, devido ao decreto que o presidente americano Donald Trumpa assinou na última Quarta-feira (15), onde proibe empresas americanas de usarem tecnologias ou fazerem negócios com algumas empresas chinesas, empresas como o Google anunciaram o rompimento de negócios com os chineses.
Seguindo o decreto de Trump, que se trata de uma ordem de emergência nacional, o Google revogou a licença do Android cedida a Huawei. Isso significa que todos os smartphones da empresa chinesa não poderão mais usar o Android comercial no futuro, somente a versão pública.
Além do Google, outras empresas como Qualcomm, Intem e Broadcom também anunciaram o fim dos negócios com as empresas chinesas citadas por Trump.
Huawei sem Android comercial, o que acontece?
Sem uma versão comercial, os smartphones da Huawei não poderão incluir a loja Google Play nos smartphones e também não poderão receber atualizações de sistema no futuro.
A situação pode mudar? Pode. A ZTE no passado também foi probida nos EUA mas posteriormente conseguiu voltar. Além disso até o Google pode conseguir uma autorização especial do governo e liberar algumas coisas para a Huawei. Mas isso é pouco provável, já que a questão com a Huawei está muito forte, parece que o governo está decidido a banir a empresa.
Já o Google, depois do anúncio, confortou em partes os usuários da Huawei. Disseram que estao avaliando exatamente quais serviços irão ser removidos. Pelo menos tudo relacionado ao Google Play Services continuarão funcionando. Isso inclui a loja em si. Mas smartphones a serem lançados não incluirão isso
For Huawei users' questions regarding our steps to comply w/ the recent US government actions: We assure you while we are complying with all US gov't requirements, services like Google Play & security from Google Play Protect will keep functioning on your existing Huawei device.
— Android (@Android) May 20, 2019
Tendo a loja de aplicativos, ela poderia seguir o caminho da MIUI Global que utiliza a versão pública do Android e só paga royalites do Google Play Services. Desde o ano passado o Google fornece essa licença mais barata que não inclui, por exemplo, o app do Google, o Chrome e a barra de navegação. Mas o futuro não será assim.
Notem que o Google disse “aparelhos existentes”. Isso significa que futuros aparelhos poderão não ter mais nem o Play Services nem a a Google Play. Se isso se firmar, isso terá um grande impacto na Huawei.
A empresa praticamente ficará impossibilitade de vender smartphones além da China, já que fora de lá é quase impossível usar um Android sem a Google Play.
Atualização com pronunciamento oficial da Huawei do Brasil
“A Huawei tem feito contribuições substanciais para o desenvolvimento e crescimento do Android em todo o mundo. Como um dos principais parceiros globais do Android, trabalhamos de perto com a plataforma de código aberto para desenvolver um ecossistema que tem beneficiado tanto usuários quanto o setor.
A Huawei continuará a fornecer atualizações de segurança e serviços de pós-venda para todos os produtos Huawei, cobrindo todos aqueles que já foram vendidos ou ainda estão em estoque. Continuaremos empenhados em construir um ecossistema de software seguro e sustentável, a fim de fornecer a melhor experiência para todos os nossos usuários globalmente.”
Sendo assim, o plano de ser a primeira no mundo e passar a Samsung vai por água abaixo.
Os atuais smartphones Huawei P30 lite e P30 Pro, que começaram a serem vendidos no Brasil sofrerão as consequências.
EUA foca na Huawei e sua tecnologia 5G
Descrita por especialistas como a nova guerra fria, os Estados Unidos estão preocupados que o domínio do 5G dê a qualquer concorrente global como a China uma vantagem que Washington não está disposta a aceitar.
Como dito anteriormente, o foco maior dos EUA está em cima da Huawei, já que a empresa chinesa está em uma batalha com o país desde 2012, onde investigações do serviço secreto sugeriram que a Huaweo usava sua tecnologia para espionar tecnologicamente os países onde a mesma atua, ou seja, praticamente no mundo inteiro já que ela é a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo.
Atualmente a maior preocupação americana é a implantação do 5G, que está sendo feita no mundo todo. A Huawei é a principal fornecedora da tecnologia com suas antenas e equipamentos.
O 5G irá dar um salto enorme na conexão de equipamentos IoT (Internet das coisas). Os EUA afirmam que com isso a Huawei terá acesso a tudo e todos, sendo ela dona dos equipamentos e tecnologia, coletando assim dados para o governo chinês, caracterizando espionagem tecnológica.
Reino Unido seguirá o mesmo caminho dos EUA
A influência dos EUA irá romper fronteiras, é questão de tempo. No Reino Unido a Huawei também está em apuros. Nos próximos dias o governo poderá impedi-la de participar na construção de redes 5G, disse o ex-chefe do serviço britânico de espionagem, Richard Dearlove, quinta-feira passada (16).
O Reino Unido já havia decidido usar a tecnologia da Huawei. Mas as declarações do ex-agente e as decisões do EUA podem mudar isso.
“Espero sinceramente que haja tempo para o governo do Reino Unido reconsiderar a decisão da Huawei”, disse Richard Dearlove, chefe do Serviço Secreto de Inteligência de 1996 a 2004.
“A capacidade de controlar as comunicações e os dados que fluem através de seus canais será o caminho para exercer poder sobre as sociedades e outras nações”, escreveu Dearlove em relatório sobre a Huawei feito pela Henry Jackson Society.
Dearlove, que passou 38 anos na inteligência britânica, disse ser muito preocupante que o governo britânico “pareça ter decidido colocar o desenvolvimento de sua infraestrutura crítica mais sensível” nas mãos de uma empresa chinesa.
“Não devemos ser influenciados pela ameaça do custo econômico de atrasar o 5G ou ter que se contentar com um provedor menos capaz e mais caro”, disse ele.
Huawei planeja ser a líder global em smartphones
Além de ser a lider global no fornecimento de equipamentos de telecomunicações, a Huawei planeja ser a líder também na venda de smartphones. Até então isso era questão de tempo.
Ela já havia passado a Apple na segunda colocação e vem crescendo mais que a Samsung, atual líder. Nesse ritmo, provavelmente no ano passado ela passaria a sul coreana.
Mas sem o Android comercial, isso pode se tornar algo muito díficil, já que fora do mercado chinês ter a loja Google Play e atualizações é algo essencial. Sem isso, dificilmente a empresa venderá smartphones fora da China da maneira como vende hoje.
Via Reuters