A LG mais uma vez tenta mostrar que nem só de Samsung vive o Android. Correndo atrás dos concorrentes Galaxy S5 e do Xperia Z2, a LG, com um pouco de atraso, lançou o LG G3 e tenta repetir o sucesso do seu antecessor G2. Em um momento que o hardware está nivelado entre todos os fabricantes, a LG tenta inovar trazendo o primeiro smartphone com uma tela Quad HD, além de um visual diferenciado e uma câmera que não faz feio para a concorrência. Mas não são só essas as mudanças, há uma série de detalhes que veremos a seguir no nosso review do LG G3.
O que o G3 trás de diferente?
Como dito acima, a LG demorou um pouco em lançar um topo de linha esse ano, sendo que Samsung, Sony e HTC sairam na frente com o S5, o Z2 e o M8, respectivamente. Se de um lado ela perdeu mercado, por outro deu tempo da empresa trazer diferenciais em relação aos concorrentes. Podemos citar: bateria removível, slot para microSD, traseira metalizada – que é de plástico (what?!) – e uma nova interface que se aproxima do Android L. Mas sem sombras de dúvidas a maior novidade fica por conta da tela.
A super tela Quad HD do LG G3, é realmente extraodinária?
A tela do LG G3 tem 5.5 polegadas e resolução Quad HD de 1440 x 2560 pixels, isso dá a incrível densidade de pixels de 534 pixels por polegadas. A tecnologia empregada foi a True HD-IPS, ela é muito boa, talvez a melhor atualmente.
Dentre várias novidades citadas acima, sem dúvidas que a maior e mais destacada é sua tela. De fato, não há outro smartphone atualmente com tamanha resolução de imagem. Segundo a empresa a ideia era colocar pixels para preencher o espaço entre as linhas, para fazer algo que separa o “espaço morto”. É difícil entender o que eles disseram, mas olhando a tela você percebe que há uma suavidade nas linhas que eu nunca antes havia visto. É impossível enxergar os pixels da tela, mesmo encostando a mesma nos olhos. Até com um lupa de aumento fica difícil ver eles. Vale dizer também, que embora o G3 tenha a tela mais cara utilizada, ele não é mais caro que os concorrente e isso sim é um ponto positivo.
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Mas tem o outro lado da moeda. A tela é legal, porém não é algo extraordinário ou um divisor de águas na tecnologia. Na verdade, embora seja melhor que a concorrência, a sensação que ela passa não é tão diferente que qualquer tela full HD atual passa. Resumindo: A tela do LG G3 rompeu os limites da percepção dos olhos humanos, e em muito.
Ela apresenta o mesmo comportamento que a maioria das telas apresentam, como por exemplo, perder totalmente o brilho se olhada de lado. Parece coisa simples, mas isso mostra que a ainda é uma tela considerada normal.
A sensação que tive é que a tela Quad HD é simplesmente um avanço natural. A LG adiantou a tecnologia, mas não é algo que deva ser considerado um diferencial na hora de comprar se comparada com telas full HD, em 1 ano todos os topos de linha terão essa resolução. Eu esperava ver algo que realmente me surpreende-se, mas não foi dessa vez. Ainda espero uma tecnologia que comparada com a atual eu diga: é algo totalmente novo e revolucionário!
Design metálico que não é de metal. É de plástico.
Se a LG trouxe diferenciais frente a concorrência, em alguns aspectos fez o mais do mesmo. O corpo dele é de plástico ou para ser mais especifico de policarbonato, enquanto o HTC M8 é de metal e o Xperia Z2 é de vidro. O S5 e o Z2 ainda tem a vantagem de serem a prova d’água. Vale lembrar que isso vem causando uma confusão. A propaganda da empresa veiculada na TV aberta diz que ele tem “visual metalizado”. Ouvindo isso, muita gente acha que ele é feito de metal, mas não é. O visual metalizado se trata de uma textura no plástico que imita aço escovado.
O telefone tem um bom acabamento, mas ainda não oferece a mesma qualidade superior como o HTC One, iPhone ou Sony Xperia Z2. Porém, a LG consegue com isso unir o melhor dos dois mundos. Com sua imitação de metal escovado ele se parece com a concorrência e passa a sensação de premium, mas oferece o menor peso e os benefícios de conectividade adicionais que o policarbonato oferece. Por outro lado, ao colocar a mão nele, ele passa a mesma sensação de fragilidade que o Galaxy S5 trás.
No geral, o aparelho é extremamente bonito e muito bem construido. A imitação de aço escovado é perfeita, só dá para perceber que é de plástico colocando a mão mesmo, já que ele é muito leve. O encaixe é perfeito. Lembrando que ele tem tampa removível assim como a bateria. Eu ainda acho que a LG ainda continua fazendo os smartphones mais bonitos desde o Optimus G.
As bordas laterais da tela são muito finas. Segundo a LG é o smartphone com o melhor aproveitamento de espaço no mercado, titulo antes do antecessor G2. De fato, o aparelho é muito pequeno se levar em consideração o tamanho da tela. Além das bordas laterais extremamente finas, a inferior e superior também são pequenas e muito bem aproveitadas.Fico imaginando um smartphobe com o acabamento do Z2 e o aproveitamento de espaço do G3, seria algo incrível.
A tampa traseira é encurvada em forma de concha, isso facilita a empunhadura do aparelho e evita que o mesmo se escorregue da mão.
Lembrando que ele não tem botões nas laterais, mais uma vez a LG traz o smartbutton, já usado na linha premium da marca. Porém, os 3 botões traseiros ficaram menores e com uma textura mais confortável. Ele ficaram menos salientes e levemente chanfrados facilitando o aperto dos mesmo. Ao mesmo tempo não parecem frágeis.
Só um detalhe: o plug de fone de ouvido fica na parte de baixo do aparelho, contrário ao tradicional atualmente que é ficar em cima.
Android atualizado e com interface renovada
O LG G3 trás a versão oficial mais nova do Android, o kitkat 4.4.2. Porém, a interface foi atualizada em relação ao G2 e trouxe algo mais próximo do Android L, um visual mais limpo. Olhando de relance parecer ser exatamente a mesma versão da skin usada no G2, mas não é.
Foi-se o esqueumorfismo em favor de um design mais flat, ou mais plano. Os ícones foram redesenhados. As diferentes aplicações têm o seu próprio esquema de cores para facilitar o reconhecimento e a paleta de cores é mais tênues do que antes. Somando isso com a resolução Quad HD, realmente ficou muito bonita a nova interface.
É um sistema muito mais fluido que mostra que a LG tem evoluído, trazendo uma forma mais intuitiva de navegar através do telefone. Ela aproveitou elementos da concorrência. Enquanto traz cores mais suaves como o HTC Sense, os ícones são bem desenhados e planos assim como o do iOS 7.
Há ainda outras diferenças em relaçã a interface anterior. A mais destacada é a nova barra de notificações que perdeu as cores dos ícones e foi substitui por uma barra preta translúcida e por apenas contornos dos ícones em verde florescente.
Outra novidade é o gerenciador de tarefa que é parecido com o do falecido Maemo da Nokia. Onde thumbnails na mesma proporção da tela são distribuídos por toda a tela.
Os aplicativos nativos da LG também ganharam novas texturas sem sombras e com cores sem degrade ou algo parecido, mais uma vez com o design mais flat possível. Um exemplo é o gerenciador de arquivos.
Ele traz funções já comuns entre os fabricantes, como por exemplo, a possibilidade de abrir mais de um aplicativos ao mesmo tempo dividindo a tela.
Ele também tem emissor infravermelho, ou seja, dá para usar o LG G3 como controle remoto. O app de controle também foi remodelado e assim como o G2 há um extenso banco de dados de marcas, até brasileiras como a operadora de TV a cabo GVT está presente. Ele também é capaz de aprender o código de qualquer controle remoto, basta apontar o controle para o celular que ele aprende o código que você apertar no controle de verdade. E por último você pode montar um controle remoto universal colocando todos os seus equipamentos na mesma interface.
Nova câmera com laser para focar
A câmera 13MP no LG G3 também é outro grande destaque, tanto em termos visuais graças ao novo software como a tecnologia adicional embarcada nela.
Vamos começar pela tecnologia, ou a principal novidade: o auto foco de laser, que é projetado para torná-lo o smartphone com foco mais rápido do mercado. Sinceramente eu dou um voto de confiança para a LG e acredito. Mas na prática, a não ser que você seja capaz de perceber a diferença de meio segundo e 100 milissegundos, a velocidade desse foco não faz tanta diferença assim. Mas não deixa de ser algo bonito de se falar: “Meu smartphone tem um laser para focar”.
Deixando a brincadeira de lado, a câmera é extremamente rápida na hora de focar. Até ai não é tão diferente da concorrência, até o momento de tirar uma foto no escuro. Câmeras de smartphones e lugares escuros é uma terrível combinação, pois nenhum deles conseguem focar no escuro. O G3, embora não seja perfeito, é bem mais rápido que a concorrência nessas condições, ele foca relativamente rápido graças ao laser.
O laser funciona enviando um sinal infra-vermelho cônico (a tecnologia veio dos aspiradores-robôs fabricados pela coreana) e absorve informações dos arredores para criar uma imagem instantânea e clara para a câmera. Isso significa que ele não tem que olhar para as mudanças de contraste como acontece com câmeras comuns, o resultado são imagens nítidas e aceitáveis mesmo no escuro.
Uma mudança drástica aconteceu com o aplicativo da câmera: ele ficou extremamente simples, sinceramente até demais. Pois passa a sensação de smartphone básico sem funções. A LG abusou do modo automático ao extremo.
Claro que isso é a minha opinião, que prefiro “fuçar” nas configurações para tirar fotos melhores. Mas em situações comuns, isso é bom, pois basta o usuário abrir a câmera e tocar no visor para tirar a foto, tudo muito rápido. Esse era o objetivo da LG.
Dentre as funções, uma que gostei bastante é o foco mágico. Com ele você tira uma foto normalmente, depois de tirada, o app abre a foto e pede para escolher onde você quer dar o foco principal: no objeto que está na frente ou no fundo. Escolhendo o local, ele desfoca totalmente o fundo ou o que estiver na frente. Tudo bem que é um resultado obtido facilmente e sem software em uma DSLR, mas como estamos falando de um celular, achei bem bacana. Abaixo uma foto usando esse artifício, notem que desfoquei totalmente o fundo da foto.
A câmera frontal é de 2,1 MP e focada na única função que atualmente ela tem: tirar selfies. Basta fazer um gesto de tchau para ela com as mãos que a câmera é ativada, mas tira as fotos segundo depois para dar o tempo de você se ajeitar. É um recurso interessante. Além disso, assim como a Sony fez com a linha Xperia mais atual, ele automaticamente dá uma “fotoshopada” no auto retrato corrigindo imperfeições da pele, automaticamente.
Ele grava vídeos em 4K. No geral os vídeos são muito bons. Lembrando que a câmera possui uma abertura de f2.0, o que é suficiente para filmar em ambientes pouco iluminados sem perder a nitidez. Claro que não se trata de uma câmera profissional, mas é satisfatório os resultados.
Abaixo algumas fotos tiradas por ele.
Mesmo hardware da concorrência e versão inferior no Brasil
Na parte de hardware já tinha adiantado no texto acima que ele está no mesmo patamar da concorrência, mas isso somente no Brasil. Digo isso porque a LG lançou duas versões do G3, uma com 32 GB de armazenamento interno, 3GB de memória RAM e TV digital, já a outra com 16GB e 2 GB respectivamente e sem TV. Adivinha qual que é vendida no Brasil? A pior. E a versão top não será vendida no Brasil nem agora nem nunca. Sabendo disso, ele trás a lista de configurações abaixo:
- Processador Quad-core Snapdragon 801 com clock de 2,5 GHz
- 2GB de memória RAM
- GPU Adreno 330
- Conexão 4G
- 16 GB de armazenamento interno
- Entrada para cartão micro SD
- Rádio FM
- Suporte para carregadores sem fio
Com essa configuração temos o que há de melhor. Reparem que deixei para falar por último do hardware justamente por achar que atualmente, entre os topos de linha, os diferenciais dos fabricantes são o que realmente interessa, já que com o hardware nivelado nem vale a pena perder tanto tempo falando nisso.
Ele roda qualquer coisa que existe atualmente nas lojas de aplicativos, e vai ser assim por pelo menos os próximos 2 anos. No Antutu Benchmark, ele fez algo perto dos 32 mil pontos, ficando atrás somente do M8 da HTC e do Galaxy S5 da Samsung, mas por diferença irrelevante. Era para ser bem melhor, mas o hardware tem que lidar com uma tela com resolução altíssima exigindo assim mais deles.
A bateria dele é de 3000 mAh, o que é um número bem alto. Mas na prática nada de anormal. Como a tela deve consumir bastante acaba equilibrando. Ele aguentou o normal de sempre: 1 dia de uso moderado. Quando digo moderado, me refiro a ficar com o 4G e WiFi ligados direto, ouvindo cerca de 3~4 horas de música, 1~2 horas de streaming no Netflix, algumas fotos e 4~5 ligações curtas durante o dia. Com esse uso a bateria durou até ao final do dia, sendo necessário usar o carregado antes de dormir.
Multimídia
A LG também deu uma repaginada no visual do player de música, ficando mais simples como todo o resto. Os botões são muito parecidos com os usados no iOS. Uma característica intrigante é que não dá para colocar efeitos de som em áudios de alta definição “para manter a qualidade do áudio”, vai entender.
A LG já traz embutido no software melhorias como o Dolby Surrond. Quando conectado o fone de ouvido, o som se transforma. Ao que parece a LG colocou um amplificador separado para os fones de ouvidos, pois a qualidade é muito boa. Para ajudar, a LG como sempre faz com os topos de linha, colocou um fone de ouvido de excelente qualidade e intra auricular. A qualidade boa, principalmente dos graves, deve agradar até mesmo os entusiastas de música.
O som dos altos falantes são bons, mas inferiores ao Xperia Z2. Lembrando que há apenas uma caixa de som na traseira, diferente do Xperia Z2 que possui na frente e atrás. Mas no geral o som não distorce.
Na parte de vídeo, a LG mais uma vez tem uma extensa lista de codecs pré instalados, sendo que seu player de vídeo reproduz praticamente todos os formatos que testamos, até o matroska que é o mais utilizado para vídeos de alta definição.
Na parte de jogos, obviamente, se sai muito bem sendo capaz de que com maestria rodar qualquer jogo. Testamos jogos pesados como o Modern Combat 5 e ele rodou perfeitamente e iniciou bem rápido.
Vídeo Review
Para vocês terem uma noção do LG G3 em ação, assistam nosso vídeo review abaixo.
Prós e contras
Prós
- Tela excelente
- Desempenho de ponta
- Preço abaixo da concorrência
- Câmera com bom desempenho
Contra
- Poderia ser a prova d’água
- Faltou TV digital
- Versão brasileira não é a topo de linha
Conclusão
Se você procura um topo de linha, sem dúvidas o LG G3 vale a pena de ser adquirido. Se comparado com os concorrentes ele sem dúvida sai na frente em vários aspectos, a começar pelo preço menor. Quando lançado ele foi anunciado oficialmente por R$ 2299, valor menor do que o praticado pela Sony no Xperia Z2 (R$ 2499) e Samsung com o Galaxy S5 (R$ 2599), porém atualmente já é possível comprá-lo por 1900 Reais e já apareceu por menos em promoções.
Também podemos citar a tela Quad HD e a câmera que se sai bem mesmo em ambientes com pouca iluminação. Porém ele peca em não ter proteção contra água e poeira como o S5 e o Z2 e também não ter TV digital como o Z2.