Ano passado a Lenovo lançou a linha Moto Z. Eles trouxeram a maior novidade do ano que foram os módulos – ou snaps – que de fato funcionam, ao contrário da LG. No Brasil foram 2: o Moto Z, top de linha, e o Moto Z Play. Esse último fez muito mais sucesso por ter uma bateria acima da média e um hardware potente. Esse ano, o Moto Z2 Play tenta repetir o sucesso, mas sem o principal atrativo: bateria de alta amperagem. Será que conseguiu?
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O Moto Z2 Play foi anunciado com muito ceticismo por parte dos jornalistas de tecnologia. Como a Lenovo – que voltou a usar o nome Motorola – lança um upgrade sem a melhor característica que era a bateria enorme? A bateria do Moto Z Play possui 3510 mAh e aliada com o processador econômico Snpadragon 625, garantia 2 dias de uso para a maioria dos usuários. Já o Moto Z2 Play trás uma bateria de 3000 mAh mas com a promessa do mesmo desempenho graças à um melhor gerenciamento de energia do Snapdragon 626. Será? Obviamente que não, não existe milagre. Mas isso não significa que o Z2 Play é pior. Saiba porque no nosso review do Moto Z2 Play
Design e acabamento
A Motorola manteve praticamente a mesma forma no Moto Z2 Play, afinal ela é obrigada a fazer isso para manter compatibilidade com os Moto Snaps. Mas não significa que ele é feio como o antecessor. Sim, eu acho o Moto Z Play feio por causa daquele sensor digital quadrado e fora de contexto na frente do aparelho. Ele saiu e ganhou um sensor mais bonito, discreto e mais útil. Herança da linha Moto G5.
O motivo da diminuição de bateria é a espessura. O que antes já era fino com 7 mm, agora ficou ainda mais com incríveis 6 mm de espessura. Porém o calombo da câmera aumentou, ficando bem mais evidente e feio do que antes.
A parte de trás também melhorou. Saiu o vidro que era um verdadeiro imã de impressões digitais e entrou o metal, um pouco aspero que não suja com impressões. Valeu Motorola.
O melhor de tudo: mesmo com a mesma espessura do Moto Z do ano passado, o Moto Z2 Play não perdeu o conector de fone de ouvido. Ele continua ali, firme e forte.
No geral ele é um aparelho bem bonito. Porém sua espessura não é ergonômica pois é reta, afinal tem que ser assim por causa dos Snaps. Dá para usar sem snap, mas eu não aconselho. Além de escorregadio, o imenso calombo da câmera vai desequilibrar quando colocar o aparelho na mesa. O jeito é colocar um snap de capinha. Ai a primeira surpresa: diferente do ano passado, o pacote inicial não inclui nenhum snap. Você terá que comprar separado. Pior que depois ele ficará mais grosso assim como o primeiro, caindo por terra o motivo de diminuir a bateria. Contraditória essa Motorola não acham?
Tela
Se trata de um intermediário e a tela faz jus. A Motorola usou uma tela de Super AMOLED, embora o Super AMOLED deles não seja tão bom quanto o da Samsung. A tela não é ruim, pelo contrário. O preto profundo das telas de AMOLED chama muito atenção. Durante o dia, mesmo sobre o sol forte o brilho é suficiente para enxergar tudo, porém, como disse, não é o mesmo brilho que se encontra em telas da Samsung.
Full HD é a resolução ideal para todos enxergarem tudo sem ver os pixels em ícones e também ajuda na economia de energia. Mas esqueça usar com óculos VR, pois a experiência será prejudicada.
Hardware e desempenho
As especificações técnicas do Moto Z2 Play foram melhoradas em comparação com o modelo anterior. São 4GB de memória RAM, processador Snapdragon 626 e 64GB de armazenamento. Esse processador, assim como o 625 – que na realidade é basicamente o mesmo, mas com overclock – é o melhor atualmente que combina hardware e eficiência energética.
De fato, naquilo que toca o desempenho do Z2 Play, temos um hardware capaz de executar tarefas cotidianas sem quaisquer problemas, incluindo jogos mais pesados, como Fórmula 1, Implosion, N.O.V.A. Legacy e Wild Blood. Todos esses títulos mencionados rodaram sem nenhuma queda de frame ou travamento, mesmo quando o multitarefa estava consideravelmente cheio.
A Motorola incorporou também o esquema de gestos no sensor biométrico: deslizar para a direita te leva para o multitarefa, deslizar para a esquerda é o equivalente ao botão voltar, e para ir para a tela inicial é só apertá-lo. Já tinha usado essa função no Moto G5 Plus e definitivamente não consigo me acostumar – nem é difícil decorar os comandos, mas às vezes o sensor entende tudo errado, acaba fechando aplicativo em vez de acionar o multitarefa, ou então indo para a tela inicial.
É melhor perder um pouco de espaço com a barrinha preta com as funções do Android do que perder muito tempo corrigindo ações erradas. Ainda bem que há opção de deixar os botões virtuais na tela. Notem, não estou dizendo que essa ideia seja ruim, pelo contrário. Ela já foi adotada por grandes fabricantes como Huawei e a própria Lenovo. Na linha ZUK eles já possuem um botão semelhante, porém bem mais customizável. Lá funciona legal.
Bateria
A bateria diminui em relação ao antecessor, porém a Motorola prometeu o mesmo desempenho energético, só prometeu. Não é que seja ruim, mas ele não consegue aguentar os 2 dias de uso contínuo que o Moto Z Play conseguia. Consegue 1 dia pesado de uso, mas você vai precisar carregar no fim da noite. Porém, com um uso intermediário ou básico, provavelmente o usuário consegue chegar ao próximo dia.
Software
A proposta de Android puro, original da Motorola, aos poucos a Lenovo vem colocando mais concessões na interface. O Moto G5 Plus trás um widget personalizado, usado em aparelhos da Lenovo. Além disso trás um app de papéis de parede de gosto duvidoso, como se não houvesse milhares do tipo na Google Play. Além disso um novo pacote de ícones foi introduzido com um visual de pizza!(?). Estanho isso em pelo 2017. Lenovo, não mexe com o que tá quieto.
Ele já vem rodando o Android 7 Nougat, ou seja, está atualizado. Os aparelhos intermediário da Lenovo costumam ser atualizados, mas não tá rápido como gostaríamos e era na época da Motorola by Google.
Câmeras
É basicamente o mesmo sensor do Moto G5 Plus, nesse aparelho é excelente, mas para o Moto Z2 Play nem tanto.. Sua câmera principal briga de igual com muitos tops de linha do mercado que custariam de 2 a 3 mil Reais. O sensor de 12 megapixels com foco por detecção de fase e a lente com abertura de f/1,7 de fato entregam bons resultados. As fotos são detalhadas, têm bom alcance dinâmico e não apresentam ruídos mesmo em condições mais difíceis. Mas, sinceramente, esperava mais
As fotos ficam boas quando você está em um ambiente muito bem iluminado, mas essa já é a realidade de todos os smartphones que custam R$ 1.500 pra cima. Eu gosto do software da Motorola, que permite ajustar o foco e em um slider definir a claridade da cena. É bem intuitivo. Mas é quando esse recurso é mais utilizado – ou seja, de noite – que os defeitos começam a aparecer: muito ruído, pouca definição e cores distorcidas. Com uma abertura de f/1.7, os resultados deveriam ser bons. Porém, na prática, aparelhos com abertura bem menores conseguem resultado melhor. Então fica claro que a Motorola ainda não se acha no software de suas câmeras.
Prós e contras
Prós
- Hardware potente. Desempenho de sobra para a categoria
- Bateria é sim boa, mas não igual ao antecessor
- Tela com boa qualidade
Contras
- Câmera não entrega o que deveria
Conclusão
Se você procura por um smartphone potente, que de conta de tudo o que você precisa atualmente ele é o cara. Com um preço dentro da média da concorrência, ele tem um bom conjunto. Por outro lado, nessa faixa de preço ele bate de frente com o Zenfone 3 Zoom da ASUS. Possui um processador praticamente idêntico, bateria muito superior e câmera muito superior. Porém tem a vantagem do Android Puro.