A animação de Demon Slayer é reconhecida por sua qualidade visual impressionante, combinando técnicas avançadas para criar cenas vibrantes e carregadas de detalhes. Sua estética evoluiu ao longo dos anos, culminando na produção de Castelo Infinito, que chega aos cinemas. Mas como esse anime consegue alcançar esse nível de excelência técnica? A seguir, vamos explorar os processos e tecnologias envolvidos na fabricação dessa animação, em um conteúdo em parceria com a Crunchyroll, distribuidora oficial da obra.

Como é feita a animação de Demon Slayer?

A equipe responsável pela animação de Demon Slayer trabalha com a ufotable, estúdio considerado referência na área. Fundado em 2000, o estúdio usa uma combinação de técnicas, misturando ilustrações em 2D, animações em 3D e recursos de fotografia digital. Essa mistura gera resultados visuais que parecem quase tangíveis, criando uma estética única e muito detalhada. Essa técnica é reforçada por uma direção de arte de alto nível, que se reflete na qualidade de cada quadro que vemos na série.

Esse processo é resultado de um trabalho que se desenvolve ao longo do tempo, coordenado por uma equipe experiente. Entre os nomes-chave estão o diretor de animação Haruo Sotozaki, o designer de personagens Akira Matsushima e o diretor de fotografia Yuichi Terao. Em entrevistas, Sotozaki destacou a importância de manter uma equipe unida, garantindo a coerência visual de temporada a temporada, por exemplo, no especial Infinity Castle. Para entender melhor essa técnica, muitos detalhes foram apresentados no painel da SDCC 2025.

2D + 3D: modelos, linhas e “pinceladas”

O método da animação de Demon Slayer é baseado na utilização de modelos em 3D como estrutura base. Esses modelos de cenários e movimentos de câmera servem de suporte para o trabalho de animação em 2D. Os animadores aplicam keyframes e ajustam as linhas para que o resultado pareça um desenho tradicional, evitando o efeito de “CG colado”, que às vezes aparece em produções mais convencionais.

Durante a apresentação no painel, os artistas explicaram o uso de referências inspiradas em xilogravuras ukiyo-e. Essas referências ajudam a criar efeitos estilizados, como água e fogo, além de determinar o tratamento das linhas. Assim, o 3D reforça o volume dos objetos, enquanto o 2D dá o acabamento e o polimento. Todo esse trabalho culmina na composição final, que traz o visual vibrante que encanta os fãs.

A técnica de combinação de modelos tridimensionais e animações em 2D também permite maior liberdade criativa para artistas. Essa abordagem ajuda a manter o alto padrão estético mesmo em cenas dinâmicas, com movimentos rápidos e mudanças de cenários. Essa mistura resulta na sensação de profundidade e movimento fluido, que marca a assinatura visual da animação.

Luz e sombra: contraste como linguagem

A iluminação e o contraste visual são pontos fortes na animação de Demon Slayer. Ao longo das temporadas, a série reforçou o uso de pretos profundos, recortes de luz e brilhos estratégicos para destacar detalhes importantes. Essa linguagem visual valoriza elementos como lâminas, chamas e texturas, trazendo maior dramaticidade às cenas.

No especial Infinity Castle, a equipe explicou que os ajustes nas linhas, na direção da luz e nos efeitos de brilho foram essenciais. Mesmo em ambientes escuros e caóticos, a visibilidade foi cuidadosamente controlada para realçar os confrontos. Essas escolhas vêm do storyboard à pós-produção, tornando cada cena única, carregada de emoção, além de reforçar a narrativa de cada batalha.

A manipulação de luz e sombra não é apenas estética; ela serve para ajudar na leitura da cena e na Dramaturgia. Assim, a equipe garante que, mesmo com ambientes sombrios, os detalhes e ações importantes sigam claros para espectadores de todas as idades. Essa técnica contribui para a sensação de imersão total na história.

Cor: estilo e emoção

A paleta de cores na animação de Demon Slayer prioriza o impacto visual e a leitura rápida das cenas. Em vez de buscar um realismo estrito, a série usa cores sólidas e contrastantes para destacar os personagens. Por exemplo, o verde do haori de Tanjiro ou o amarelo de Zenitsu se destacam no meio das ações explosivas, reforçando a identidade de cada personagem através das cores.

Efeitos como água e fogo são tratados como caligrafias, com linhas e tons cuidadosamente controlados. Esses elementos funcionam quase como uma “assinatura visual”, comunicando emoções e intenções de maneira clara mesmo com movimentos rápidos da câmera. Essa abordagem ajuda a manter a consistência artística — mesmo nas cenas mais intensas — sem perder o impacto visual.

Essa escolha cromática também colabora para que os efeitos das técnicas de respiração, como o Água ou o Sol Nascente, funcionem como verdadeiras obras de arte na tela. A combinação de cores sólidas e linhas bem definidas mantém a clareza e a beleza da animação, mesmo em cenários em três dimensões. Assim, a série consegue equilibrar estilo e narrativa, mantendo a atenção do espectador do começo ao fim.

Ao longo dos anos, a equipe aprimorou continuamente suas ferramentas e pipelines, criando uma identidade visual distintiva. Nos filmes, como Castelo Infinito, esse processo de refinamento se reflete na maior detalhamento e na maior manipulação de espessura de linhas e efeitos de brilho, especialmente em cenas noturnas que exigem maior controle.

O padrão de trabalho contínuo e a reciclagem de aprendizados entre temporadas ajudaram a evoluir a estética do anime, garantindo que cada nova produção fosse ainda mais refinada. Essa busca por aperfeiçoamento resultou em uma animação que, mesmo com o passar do tempo, mantém sua essência e sua alta qualidade visual, conquistando os fãs mundialmente.

Para quem busca se aprofundar na técnica de animação, vale conferir detalhes técnicos sobre o trabalho de profissionais especializados na área.

Via https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/601943-o-segredo-da-bela-animacao-de-demon-slayer-entenda-como-o-anime-e-feito.htm.