Ações da Tesla caem 5,6% após relatório do JPMorgan destacar danos à marca

As ações da Tesla sofreram uma queda de 5,6%, impactadas pela reação dos consumidores e danos à marca, conforme relatório do JPMorgan. A instituição financeira manteve sua avaliação “Underweight” para as ações da Tesla, com uma meta de preço de US$ 120 por ação. Essa projeção pessimista reflete preocupações sobre as entregas do primeiro trimestre, que ficaram abaixo das estimativas do banco, e um possível dano à imagem da empresa.

JPMorgan Surpreso com a Reação do Consumidor aos Carros da Tesla

A estimativa de entregas do primeiro trimestre do JPMorgan era a mais baixa do mercado, prevendo 355.041 veículos. No entanto, mesmo essa projeção otimista não se concretizou. A Tesla reportou a entrega de 355.041 veículos, um número que o JPMorgan considera um “dano de marca sem precedentes” para a empresa.

O relatório do JPMorgan confirmou o receio de um “dano de marca sem precedentes”, levantado em 12 de março. O banco questiona se subestimou a reação dos consumidores aos carros da Tesla, em decorrência das atividades políticas de Elon Musk. Enquanto o JPMorgan foca no dano à marca, outros analistas especulam que as atualizações na produção da Tesla, que reduziram a produção, também contribuíram para os problemas de entrega.

A reação dos investidores ao papel de Musk no governo é evidente. No início da semana, as ações da Tesla subiram 5% após notícias de que Musk deixaria seu cargo no governo para se concentrar na montadora. No entanto, as ações caíram 3,5% após o fechamento do mercado, quando Musk negou os relatos. Após a forte queda de ontem, as ações perderam 6,6% nas negociações de pré-mercado, ampliando as perdas em 2025, antes de reduzir as perdas para 5,6%.

Revisão nas Estimativas de Lucro por Ação da Tesla

O JPMorgan também reduziu suas estimativas de lucro por ação (EPS) para a Tesla no primeiro trimestre de US$ 0,40 para US$ 0,36, e suas estimativas para o ano fiscal de US$ 2,35 para US$ 2,30. O banco afirma que as novas estimativas “são baseadas em parte em uma perspectiva mais baixa para entregas (404 mil no segundo trimestre de 2025, abaixo dos 418 mil anteriores; 1,715 milhão no ano fiscal de 2025, abaixo dos 1,775 milhão anteriores; e 1,975 milhão no ano fiscal de 2026, abaixo dos 2,025 milhão anteriores)”, observando que continua a “ver grande desvantagem em relação à meta de preço de US$ 120 para dezembro de 2025”.

Embora as ações da Tesla tenham sofrido um baque devido à menor entrega de veículos, ainda não se sabe qual será o impacto das tarifas do Presidente Trump sobre a empresa. As tarifas de Trump agitaram os mercados, com os futuros em queda de 4% hoje em todos os principais índices em resposta às tarifas retaliatórias da China. No entanto, analistas mantêm que as ações da Tesla se destacam por estarem isoladas do impacto das tarifas. No entanto, a carta não assinada da empresa ao Representante Comercial dos EUA e os comentários de Musk indicaram que a empresa enfrentará alguns obstáculos.

Outros analistas enfatizam que os investidores precisam considerar a plataforma de direção assistida da Tesla, o FSD, e seus robôs humanoides ao avaliar o desempenho de longo prazo da empresa. No entanto, alguns questionam se a Tesla será capaz de sustentar os altos preços de assinatura do FSD, dada a concorrência no mercado de direção assistida e autônoma, que tem visto montadoras rivais oferecerem soluções como um complemento para seus carros. Além disso, é importante notar que o setor tecnológico avalia impacto das tarifas de Trump na cadeia de suprimentos.

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Via WCCFTech

André Luiz

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.