Adaptação dos agentes de IA no Brasil: benefícios e desafios

A inteligência artificial está transformando a interação entre humanos e computadores. A chegada dos agentes de IA marca uma nova fase, passando de ferramentas para verdadeiros colaboradores. Integrar esses agentes e gerar valor se torna crucial para empresas que buscam crescimento. Especialistas já apontam ganhos significativos para quem adota essa tecnologia.

De acordo com Matthew Kropp, diretor-geral e sócio sênior da BCG, as empresas que lideram essa curva de adoção, chamadas de “futuro construído”, veem resultados notáveis. Elas alcançam 1,5 vez mais crescimento de receita e 1,8 vez mais valor para os acionistas. Isso mostra o potencial da tecnologia, mesmo estando em um estágio inicial de adoção.

Como Implementar Agentes de IA nas Operações

Para aproveitar e criar valor com a inteligência artificial, especialmente com os agentes de IA, as empresas precisam focar em uma estratégia clara. Um bom plano envolve três pilares: implantar, remodelar e inventar. A IA já está presente em muitas empresas, e os agentes chegarão nos próximos anos.

No entanto, simplesmente oferecer um chatbot a um funcionário não muda a forma de trabalho. É preciso repensar as tarefas e remodelar funções, departamentos e fluxos de trabalho. O foco é identificar onde o trabalho humano pode ser automatizado por esses sistemas. Por exemplo, a adoção de modelos de IA para empresas pode otimizar diversos processos internos.

A BCG aconselha as empresas a priorizar as áreas de maior impacto. Se uma companhia tem um grande setor de atendimento ao cliente, aplicar a IA ali pode gerar um impacto enorme. Da mesma forma, em uma equipe de engenharia, ferramentas como Windsurf podem mudar a forma como o desenvolvimento de software é feito, aumentando a produtividade.

A fase de invenção ainda está no início, mas é importante que as empresas comecem a pensar em como usar a capacidade da IA para ser criativa, raciocinar e planejar. É hora de olhar para serviços e produtos, e a maneira como interagem com os clientes. A pergunta é: é possível reinventar essas interações usando as capacidades da IA?

Um bom exemplo é a L’Oréal. A empresa de maquiagem lançou um consultor de beleza virtual, levando seu serviço exclusivo além das lojas físicas. Essa iniciativa reinventou a interação com os clientes em grande escala, usando a tecnologia para alcançar mais pessoas.

Adoção de Agente de IA para Novos Horizontes

É fundamental entender como a inteligência artificial pode realmente mudar um negócio. Houve muito foco na redução de custos por meio da substituição de trabalhadores, mas essa visão não é completa. A IA, na verdade, amplifica o que os funcionários já fazem, aumentando a produtividade de forma significativa.

Matthew Kropp destaca que isso é visível no desenvolvimento de software. Ele não acredita que veremos demissões em massa de desenvolvedores. Pelo contrário, a tendência é uma explosão na quantidade de recursos e capacidades que as empresas de software poderão criar, com o suporte da IA.

Um estudo da BCG com Harvard, Wharton e MIT envolveu 750 trabalhadores que criaram planos de negócios e marketing, com e sem IA generativa. Os participantes que usaram o GPT-4 foram 25% mais rápidos, completaram 15% mais tarefas e a qualidade do trabalho foi 40% melhor. Além disso, os que tiveram um LLM à disposição, mesmo sendo os de menor desempenho no grupo de controle, igualaram-se aos de melhor desempenho.

Isso mostra que a IA eleva o desempenho de todos, o que é poderoso. Em muitas organizações, novos contratados são menos eficientes que os mais experientes. A IA tem o potencial de reduzir o tempo necessário para que um novo funcionário atinja plena proficiência, equilibrando o nível de habilidade na equipe.

A inteligência artificial também consegue ir além da capacidade humana. Ela abre portas para novas aplicações que antes não eram possíveis. Na área médica, por exemplo, o acompanhamento de enfermeiros antes e depois de cirurgias melhora os resultados para pacientes. No entanto, o custo disso era proibitivo, até o surgimento de enfermeiros de IA que podem assumir essa tarefa para uma vasta população de pacientes.

Superando Desafios na Integração de Ferramentas de IA

Embora as ferramentas de inteligência artificial sejam ótimas, a verdade é que muitas pessoas ainda não as utilizam. A BCG acompanhou a adoção de agente de IA como o GitHub Copilot e métricas de produtividade em uma organização com cerca de 10.000 engenheiros de software. Os 5% melhores engenheiros dobraram a produtividade em quatro meses, mas 60% não mostraram nenhuma melhora, pois simplesmente não adotaram a ferramenta.

Por que os humanos não adotam essas ferramentas? Existem três razões principais. A primeira é a ignorância sobre as capacidades da ferramenta, ou seja, as pessoas não sabem o que ela pode fazer. A segunda é a inércia de hábito, a dificuldade em mudar a rotina. A terceira e mais difícil é a ameaça à identidade. Desenvolvedores se perguntam: “Se essa IA pode escrever código para mim, quem sou eu? Qual é o meu valor?”

Kropp afirma que o verdadeiro trabalho dos próximos três a cinco anos será fazer com que as pessoas usem esses agentes de IA. A tecnologia avança, mas a adaptação humana é o principal desafio. A resistência à mudança e a percepção de perda de valor profissional são barreiras significativas que precisam ser abordadas com cuidado.

Estratégias para Incentivar a Utilização de IA

Existem algumas maneiras eficazes de superar a relutância em usar a inteligência artificial. O primeiro passo é ter a ferramenta certa e integrá-la ao fluxo de trabalho existente. É essencial treinar os funcionários de forma clara e específica sobre como usar as novas tecnologias.

Medir e celebrar a adoção de agente de IA por aqueles que já estão usando as ferramentas é outro passo crucial. Isso faz com que os outros vejam os benefícios e percebam a importância de aderir à novidade. Criar exemplos de sucesso dentro da própria equipe ajuda a inspirar a mudança.

Uma estratégia adicional é gerenciar a escassez de recursos, o que significa que os funcionários precisarão fazer mais com menos. Ao mesmo tempo, é vital redesenhar os processos de trabalho junto com os colaboradores que estão na linha de frente. Não se trata apenas de automatizar tarefas repetitivas, mas de identificar onde os humanos realmente agregam valor.

Kropp resume que o objetivo é “minimizar o trabalho pesado e maximizar a alegria”. Isso resulta em processos mais eficientes, uma empresa mais produtiva, uma força de trabalho engajada e trabalhos que as pessoas realmente gostam de fazer. A parceria entre humanos e IA pode levar a um ambiente de trabalho mais gratificante e eficaz.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.