Adotar agentes de IA: Como maximizar resultados e superar desafios

A Inteligência Artificial (IA) está transformando a forma como interagimos com os computadores, passando de simples ferramentas para verdadeiros parceiros de trabalho. Para as empresas, o próximo passo essencial é a integração de agentes de IA e a obtenção de resultados tangíveis. Em um evento recente da VentureBeat, Matthew Kropp, diretor e sócio sênior da BCG, compartilhou um guia prático para essa evolução.

De acordo com Kropp, as organizações mais avançadas na curva de maturidade em IA, que ele chama de “futuro construído”, já colhem frutos. Elas registram um crescimento de receita 1,5 vez maior e um valor para os acionistas 1,8 vez superior. Isso indica que, embora ainda estejamos no início dessa jornada, o valor gerado pela IA já é perceptível e significativo para quem a implementa de forma estratégica.

Construindo Valor com a Inteligência Artificial

Para aproveitar o potencial da IA e criar valor com os agentes inteligentes, as empresas precisam focar em uma estratégia clara. Essa estratégia pode ser dividida em três etapas: implementar, reformular e inventar. A implementação da IA já é uma realidade em diversas empresas. Nos próximos anos, a expectativa é que a presença de agentes de IA se torne ainda mais comum, consolidando-se em todos os setores e automatizando tarefas rotineiras.

Entretanto, apenas fornecer um chatbot a um funcionário não muda a forma como o trabalho é feito. É preciso ir além, repensando os processos e reformulando funções, departamentos e fluxos de trabalho. O foco aqui é identificar onde o trabalho humano pode ser automatizado para que os colaboradores se dediquem a atividades de maior valor.

Kropp sugere que as empresas concentrem seus esforços em áreas com grande impacto. “Se você tem uma grande organização de suporte ao cliente, deve aplicar IA no suporte ao cliente. Isso tem um impacto enorme. Se você tem uma grande organização de engenharia, deve empregar ferramentas como Windsurf para reformular a maneira como você faz engenharia, desenvolvimento de software”, explicou. Essas ferramentas específicas podem trazer ganhos consideráveis.

A fase de invenção ainda está em seus estágios iniciais, mas as empresas já devem começar a pensar em como usar a capacidade criativa, de raciocínio e de planejamento da IA. É um convite para reimaginar produtos, serviços e a forma como as empresas interagem com seus clientes, utilizando essas novas capacidades. Por exemplo, a L’Oréal lançou uma consultora de beleza virtual, expandindo um serviço exclusivo para além de suas lojas físicas e reinventando a interação com os consumidores em larga escala. Para empresas buscando orientações sobre a aplicação prática de modelos de IA para empresas, estratégias e desafios atuais são discutidos em profundidade, fornecendo um panorama claro do cenário.

Ampliando a Produtividade Além do Esperado

É fundamental entender como a IA pode transformar os negócios. Nos últimos anos, houve muito foco na redução de custos pela substituição de trabalhadores, mas essa visão não abrange o cenário completo. A Inteligência Artificial pode, na verdade, ampliar a capacidade dos funcionários atuais, aumentando de forma expressiva a produtividade de toda a equipe, em vez de apenas cortar custos.

No desenvolvimento de software, por exemplo, a IA não deve levar a demissões em massa. Pelo contrário, Kropp acredita que veremos uma expansão notável na quantidade de recursos e funcionalidades que as empresas de software conseguirão criar. Isso demonstra que a tecnologia pode ser uma aliada para impulsionar a capacidade de produção e inovação das equipes.

Um estudo realizado pela BCG em parceria com Harvard, Wharton e MIT, avaliou 750 trabalhadores. Eles foram solicitados a criar um plano de negócios e marketing, com e sem o uso de IA generativa. Os participantes que utilizaram o GPT4 foram 25% mais rápidos, completaram 15% mais tarefas e a qualidade de seu trabalho foi 40% melhor. O resultado mais surpreendente foi que os colaboradores com desempenho mais baixo no grupo de controle se igualaram aos melhores quando usaram a IA. Isso destaca o potencial da IA para nivelar o conhecimento e acelerar o tempo de proficiência, melhorando o desempenho geral.

A IA também tem a capacidade de ir além da escala humana, abrindo portas para novas aplicações que antes eram inviáveis. Na área médica, por exemplo, o acompanhamento pré e pós-operatório de enfermeiros melhora significativamente os resultados dos pacientes. No entanto, implementar isso em larga escala sempre foi muito caro. Com o surgimento de agentes de IA que podem assumir essa tarefa, é possível atender a um grande número de pacientes de forma mais acessível.

Desvendando os Desafios da Adoção de agentes de IA

Embora as ferramentas de IA sejam extremamente promissoras, muitas pessoas ainda não as utilizam de forma eficaz. A BCG acompanhou a adoção de agentes de IA GitHub Copilot e métricas de produtividade em uma empresa com cerca de 10 mil engenheiros de software. Os 5% melhores engenheiros dobraram sua produtividade em apenas quatro meses, mas 60% não apresentaram nenhuma melhoria, simplesmente porque não usaram a ferramenta.

Existem três razões principais para a relutância na adoção dessas ferramentas pelos humanos. A primeira é a ignorância sobre as capacidades: as pessoas não sabem o que a IA pode fazer ou como ela pode ajudá-las. A segunda é a inércia do hábito, que faz com que seja difícil mudar a forma como o trabalho sempre foi feito.

A terceira razão, e a mais difícil de superar, é a ameaça à identidade. Desenvolvedores, por exemplo, podem se perguntar: “Se essa IA pode escrever código para mim, quem sou eu? Qual é o meu valor?” Esse sentimento de desvalorização ou incerteza sobre o futuro do próprio papel é um grande obstáculo. “Esse será o verdadeiro trabalho dos próximos três a cinco anos”, afirmou Kropp, enfatizando a importância de fazer com que as pessoas usem os agentes de IA.

Táticas para Incentivar a Integração da IA

Para superar a resistência na adoção da IA, algumas estratégias se mostram eficazes. O primeiro passo é escolher a ferramenta certa, que realmente se encaixe nas necessidades da equipe. Em seguida, é crucial integrar a ferramenta ao fluxo de trabalho existente e oferecer treinamento específico aos funcionários. Isso garante que todos saibam como usar a IA de forma eficiente.

Outra medida importante é reconhecer e celebrar publicamente a adoção da IA por parte dos funcionários. Ao destacar o sucesso daqueles que utilizam as ferramentas, outros colegas começam a perceber os benefícios e são incentivados a aderir. Isso cria um senso de comunidade e impulsiona a mudança de comportamento em toda a organização.

Também é preciso criar um senso de urgência, ou “ramping up scarcity” como Kropp descreve, o que significa retirar alguns recursos para que os funcionários precisem fazer mais com menos. Ao mesmo tempo, é essencial redesenhar os processos de trabalho de mãos dadas com os funcionários que estão na linha de frente. Não se trata apenas de identificar tarefas maçantes que podem ser automatizadas, mas de descobrir onde os humanos agregam valor. Isso garante que a transição seja suave e que a tecnologia realmente potencialize as habilidades humanas.

“Nós minimizamos o esforço e maximizamos a alegria”, disse Kropp. O objetivo é criar processos mais eficientes, uma empresa mais produtiva e um ambiente de trabalho onde as pessoas se sintam valorizadas e satisfeitas. Dessa forma, a IA se torna um facilitador para tarefas que antes demandavam muito tempo ou eram menos agradáveis, liberando os profissionais para atividades mais estratégicas e criativas.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.