Análise de acessibilidade em Death Stranding 2: desafios e limitações

Jogo apresenta poucas opções de acessibilidade, dificultando a experiência de jogadores com deficiência, aumentando a exclusão no universo dos games.
Atualizado há 10 horas atrás
Análise de acessibilidade em Death Stranding 2: desafios e limitações
Falta de acessibilidade nos jogos exclui jogadores com deficiência. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Death Stranding 2 possui suporte limitado para recursos de acessibilidade.
    • A interface, legendas e personalizações dificultam a navegação e leitura.
    • Os modos de dificuldade são amplos, mas não atendem às necessidades de acessibilidade específicas.
    • Controles permitem ajustes, porém faltam remapeamentos internos ao jogo.
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Será que Death Stranding 2: On the Beach é realmente acessível para jogadores com deficiência? O novo jogo expande o universo conhecido com uma narrativa profunda e jogabilidade mais fluida. Contudo, apesar do histórico da Sony em acessibilidade, esta análise detalha os recursos disponíveis, ou a falta deles, e como isso pode impactar a experiência de quem busca adaptações. Uma cópia do jogo foi cedida para esta análise.

A imagem mostra o protagonista segurando uma criaçã no colo e ao lado deles aparesse o titulo do jogo

Essa análise foi feita usando uma versão do jogo que a equipe da Nuuvem ofereceu. A plataforma vende o game com opções de parcelamento na versão digital. Atualmente, o valor do jogo é de R$ 400.

Interface e Opções de Legendas

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Quando pensamos na interface de um jogo, é bom separar a parte externa, como menus e configurações, da interna, que são os ícones e elementos visíveis durante o jogo. Infelizmente, em Death Stranding 2, as duas partes deixam a desejar em termos de personalização e suporte.

Assim que o jogo inicia, notamos a ausência de um menu dedicado à acessibilidade. Não há instruções iniciais ou sugestões para adaptação, o que já indica que as opções para jogadores com deficiência são bastante limitadas. Os menus não contam com abas específicas e, fora ajustes básicos de controle, faltam ferramentas que realmente ajudem a acolher diversos públicos.

Os textos apresentados são pequenos e, por vezes, difíceis de ler. A transparência em alguns elementos da interface prejudica o contraste, tornando a navegação ainda mais complicada. Não existe a possibilidade de alterar o tamanho da fonte ou mudar o fundo dos menus para melhorar a visibilidade, algo básico em muitos jogos modernos.

Durante o jogo, a situação continua. Não é possível redimensionar ícones, mudar suas cores ou personalizar a tela de informações (HUD) de maneira significativa. O que se pode fazer é apenas ligar ou desligar certos elementos da tela, o que é bem limitado para os padrões atuais da indústria. Podemos ver melhorias na multitarefa e na interação com aplicativos em outros sistemas.

A imagem mostra o tamanho padrão das fontes dos menus de configuração do jogo

As legendas também carecem de personalização. A única opção disponível é exibir o nome do personagem que está falando. Recursos como ajuste de tamanho, fundo opaco para melhorar o contraste, destaque de palavras-chave ou legendas descritivas para sons ambientes simplesmente não existem. O tamanho padrão não é dos piores, mas a falta de opções faz com que pessoas com dislexia, surdez ou baixa visão encontrem dificuldades.

Em resumo, a interface de Death Stranding 2 se mostra como uma das menos acessíveis dos últimos anos. Não há nem mesmo filtros para daltônicos, uma funcionalidade básica que muitos jogos já oferecem. Se você precisa de adaptações visuais para uma experiência confortável, este jogo, infelizmente, não oferece o suporte necessário.

Modos de Dificuldade

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O jogo oferece diferentes modos para que os jogadores possam ajustar o desafio conforme preferem. São quatro opções de dificuldade disponíveis desde o início do jogo, e o jogador pode alternar entre elas a qualquer momento durante a jornada.

  • História (considerado o mais fácil)
  • Casual
  • Normal
  • Brutal

É bom lembrar que o nível de dificuldade de um jogo e sua acessibilidade são coisas diferentes. No entanto, em algumas situações, ajustar a dificuldade pode servir como uma solução temporária para tornar a experiência mais jogável. Por exemplo, novas funções no Microsoft 365 também visam aumentar a produtividade ao tornar o uso mais fácil.

Em Death Stranding 2, os modos de dificuldade são bastante gerais. Não há divisões específicas para ajustar o desafio apenas em combates, exploração ou quebra-cabeças. Muitos jogos recentes já permitem esse tipo de ajuste detalhado, e a ausência dessas opções aqui é notável e faz falta para quem busca uma experiência mais personalizada.

A tela mostra o mnu do game com as opções de modos de dificuldade presentes para o jogador escolher

Jogabilidade

A essência da jogabilidade mantém a proposta original: o objetivo é entregar cargas em um vasto mundo aberto. Os jogadores precisam lidar com obstáculos naturais e enfrentar inimigos, sempre com foco na exploração e em estratégias de rota. Mas, quando o assunto é acessibilidade, o jogo oferece muito pouco.

Além de uma assistência de mira básica e das opções de controle, que veremos a seguir, o jogo praticamente não oferece suporte a jogadores com deficiência. Isso gera uma grande frustração. Esperava-se mais de uma sequência de um dos títulos mais importantes do PlayStation, e um dos primeiros grandes lançamentos da Sony nesta geração de consoles.

A imagem mostra uma cena do gameplay em terceira pessoa

É preocupante ver que títulos de grande porte como Death Stranding 2 e Clair Obscur: Expedition 33, ambos considerados destaques de 2025, apresentam uma acessibilidade tão limitada. Além disso, a imprensa especializada muitas vezes não aborda essa questão de forma aprofundada em suas análises.

Para jogadores com deficiência, essa falta de atenção é dolorosa. Mesmo fazendo parte do público consumidor, essa parcela de jogadores muitas vezes se sente invisível. Em 2025, é desapontador que uma experiência com tanto potencial seja impedida por recursos básicos que deveriam estar presentes. Ofertas de jogos para PC neste fim de semana e opções gratuitas são sempre bem-vindas, mas a inclusão também é fundamental.

Controles e Acessibilidade de Death Stranding 2

Aqui está a parte mais positiva, e talvez a única área onde o jogo demonstra algum esforço para oferecer opções de acessibilidade. Há algumas ferramentas úteis para personalizar a experiência de controle, especialmente para quem tem limitações motoras.

É possível ajustar diversas configurações para os controles. Por exemplo, você pode ativar ou desativar os sensores de movimento para mecânicas específicas. Também é possível alternar entre a necessidade de manter um botão pressionado ou apenas apertá-lo para realizar ações, como correr ou construir estruturas. Além disso, o jogo permite ajustar a zona morta dos analógicos.

A imagem mostra os menus das opções para configuração dos controles do jogo

Essas opções são realmente úteis. Contudo, ainda falta um recurso fundamental: a capacidade de remapear os botões diretamente dentro do jogo. Embora o PlayStation 5 já ofereça essa função no nível do sistema, nem todos os jogadores sabem disso ou usam essa opção. Ter a função de remapeamento integrada ao jogo seria muito mais prático e um avanço para a acessibilidade.

Apesar de ser a seção mais completa em termos de acessibilidade, as opções de controle ainda são consideradas limitadas se comparadas ao que outros jogos de grande orçamento oferecem atualmente. Ainda há um longo caminho a percorrer para que o título seja totalmente inclusivo.

Avaliação da Experiência

Death Stranding 2: On the Beach é, sem dúvida, um dos lançamentos mais aguardados do ano. O jogo entrega uma experiência visualmente rica, com uma trilha sonora memorável e uma narrativa que explora temas profundos. No entanto, para quem precisa de recursos de acessibilidade, essa jornada pode se transformar em um desafio quase intransponível.

Apesar de o jogo focar em conexões, a ausência de recursos de acessibilidade acaba, ironicamente, criando barreiras. A única área com algum cuidado é a dos controles, e mesmo assim, com certas limitações. Todo o resto — interface, jogabilidade, legendas, contraste e a clareza da leitura — apresenta dificuldades constantes para jogadores que necessitam de adaptações.

Para jogar confortavelmente, parte do público precisará usar “gambiarras” ou adaptações externas, o que por si só já torna o jogo excludente. Como jornalista, jogador e pessoa com deficiência, a recomendação é que Death Stranding 2 não é uma experiência acessível. A jornada, que deveria aproximar, infelizmente, acaba por afastar.

Um ponto importante para os colegas jogadores PCD: com os preços atuais dos jogos no PlayStation, ser mais exigente é essencial. Não vale a pena investir R$ 400 em um jogo que não se preocupa com a sua experiência. Descontos de até 95% em jogos na Steam mostram que há opções mais acessíveis para quem busca economizar.

Se, mesmo com acesso gratuito ao jogo, a experiência não foi como o esperado, imagine para quem investiu alto para ter o título. Fique atento às novidades no mundo dos games, com foco em acessibilidade, acompanhando o Voxel e o TecMundo, que frequentemente trazem notícias sobre ofertas de jogos para PC neste fim de semana e outros conteúdos relevantes.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.