Análise do jogo Echoes of the End: pontos positivos e desafios técnicos

Conheça os destaques e problemas técnicos de Echoes of the End, jogo de estreia da Myrkur Games.
Análise do jogo Echoes of the End: pontos positivos e desafios técnicos
(Imagem/Reprodução: Wccftech)
Resumo da notícia
    • Echoes of the End é o jogo de estreia da Myrkur Games, que traz uma experiência misturada entre narrativa marcante e problemas técnicos.
    • O jogo melhora significativamente a partir do quinto capítulo, oferecendo uma história envolvendo os personagens Ryn e Abram.
    • Os problemas de combate e falhas técnicas persistem, prejudicando a fluidez e a experiência geral do jogo.
    • Os visuais e a atuação de voz são destaques, mas não compensam as falhas técnicas e jogabilidade repetitiva.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Echoes of the End, o jogo de estreia da Myrkur Games, lançado pela Deep Silver, mostra uma mistura de experiências. Embora comece com elementos que preocupam pela familiaridade e lentidão, o jogo entrega uma narrativa e momentos de jogabilidade marcantes na sua segunda metade. No entanto, diversos elementos técnicos e de combate permanecem problemáticos, tornando a jornada até esses pontos altos desafiadora.

Inicialmente, a sensação de familiaridade pode causar preocupação. A experiência não parecia nova, e isso dificultava evitar comparações com títulos considerados melhores. Contudo, ao avançar, Echoes of the End consegue desenvolver uma história e até alguns momentos de jogo que se tornam significativos. Mesmo assim, a relevância desses pontos não compensa a primeira metade, que pode ser cansativa, e certos problemas que nunca melhoram.

A Jornada de Ryn em Echoes of the End

No jogo, você assume o papel de Ryn, uma Vestige. Pessoas com essa condição possuem um potencial de poder destrutivo enorme, o que as torna perigosas para quem está ao redor, a ponto de não poderem tocar em ninguém. Logo no início, enquanto Ryn observa uma área com seu irmão Cor, ela evita segurar a mão dele para se levantar de um penhasco. Cor então relembra um incidente anterior, onde Ryn o feriu devido aos seus poderes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quanto mais Ryn compartilha sobre o que significa ser uma Vestige, mais fica claro que ela foi ensinada a vida toda a temer a si mesma. Sua identidade como personagem é definida principalmente por isso: o medo de seu poder e uma constante raiva de tê-lo. Ela parece encontrar alguma paz apenas ao usar sua força para lutar contra ameaças que seu povo, especialmente seu irmão, não consegue enfrentar sozinho.

No entanto, a relação de Ryn com Cor, talvez a única pessoa com quem ela se sente confortável, é abruptamente interrompida. Ele é sequestrado pelos vilões do jogo: Aurick, líder de uma força invasora de uma nação rival, e Zara, uma Vestige que utiliza seus poderes para tentar destruir as proteções mágicas que mantiveram a nação de Ryn e Cor segura por anos.

O sucesso de Zara em derrubar as barreiras é preocupante, mas não a ponto de Ryn hesitar em se lançar em uma batalha contra Aurick, Zara e suas legiões. É neste ponto inicial da história que conhecemos Abram, um estudioso que viajava para a terra natal de Ryn. Ele queria entender o que aconteceu com o pai dela, pois, sem o conhecimento de Ryn, ele trocava correspondências com o falecido pai dela e ficou preocupado quando as cartas pararam de chegar. Isso é o que Abram conta no começo, mas não é preciso ser um estudioso para perceber que há mais em seu personagem do que ele revela.

Logo, é revelado que Abram perdeu sua filha há alguns anos. Com essa informação, a dinâmica de um relacionamento fraturado entre pai e filha, que Abram e Ryn representam de lados opostos, se estabelece. Essa relação será curada ao longo dos eventos do jogo. Abram é um pai buscando preencher o vazio deixado pela perda de sua filha, e Ryn procura uma figura paterna que possa oferecer a compaixão que ela sente que nunca recebeu.

Essa base estabelece um enredo mais interessante e focado nos personagens na segunda metade do jogo, embora eu não revele mais detalhes para evitar estragar a surpresa. No entanto, mesmo com o que já foi compartilhado, é possível prever o desfecho. E isso é parte do dilema com Echoes of the End, um ponto que me fez oscilar durante a análise.

A narrativa é familiar. Seus temas e até mesmo o visual do cenário não podem evitar a semelhança com uma série de jogos de ação-aventura lançada recentemente, com linguagem visual e exploração de personagens similares, como um conhecido título de 2018. Se você gosta de jogos desse estilo, vale conferir outros lançamentos como Black Myth: Zhong Kui, apresentado na Gamescom 2025. Será que Echoes of the End é um jogo abaixo do esperado por ser previsível e tentar replicar uma fórmula de sucesso pós-2018? Não necessariamente, mas também não é um ponto forte por isso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A história pode ser descrita como “C” em termos de qualidade geral, com alguns momentos “B” e até um momento “A” antes dos créditos. No entanto, o jogo erra mais do que acerta, e só começa a se aproximar do alvo quando você atinge o quinto capítulo, entrando oficialmente na segunda metade de um jogo de dez capítulos. Para quem busca outras experiências narrativas impactantes, a sequência de um clássico como Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 tem data oficial de lançamento definida.

Pontos Positivos na Experiência

Ainda falando sobre os aspectos mais positivos, ou pelo menos os parcialmente bons de Echoes of the End, é importante mencionar a atuação de voz. Foi um dos principais motivos pelos quais passei a me importar com Ryn e Abram, mesmo antes de a história se tornar mais envolvente nas partes finais do jogo.

A Atuação de Voz

O elenco conseguiu entregar as emoções dos personagens de forma convincente, adicionando profundidade às suas interações. As vozes ajudam a humanizar Ryn e Abram, tornando suas conversas mais autênticas e os momentos de desenvolvimento de personagem, que são mais evidentes no final, ainda mais impactantes.

Quebra-cabeças e Plataformas

Os elementos de jogabilidade que se enquadram na categoria “bons” são as mecânicas de quebra-cabeça e plataforma. No entanto, esses só se tornam interessantes na segunda metade do jogo. Para um fã de jogos de quebra-cabeça como eu, é ainda mais frustrante que algumas das mecânicas mais interessantes sejam introduzidas em um capítulo e nunca mais apareçam. Embora isso possa ser frustrante, outros jogos oferecem experiências de quebra-cabeças consistentes, como a aventura colorida de Astro Glider, disponível para iOS.

Alguns elementos de quebra-cabeça são combinados nos capítulos finais, criando os desafios mais divertidos do jogo. Mas são tão poucos que a sensação é mais de decepção, me fazendo questionar por que não exploraram mais a combinação entre quebra-cabeças e plataformas. Fico grato que essas seções tenham sido incluídas, mas o ritmo de introdução desses desafios é um ponto fraco.

Outro detalhe que me incomodou foi a rapidez com que o jogo fornecia as respostas. Echoes of the End ao menos tinha a cortesia de permitir que eu apertasse um botão para pedir uma dica. Raramente, no início do jogo, meu companheiro, seja Cor ou Abram, dava a solução antes mesmo de eu ter tempo de começar a resolver o quebra-cabeça. Para quem busca conquistas, é bom evitar o botão de dicas, pois em alguns quebra-cabeças você ganha uma conquista por resolvê-los sem ajuda.

Um Mundo para Contemplar

O último ponto na categoria “bom” é inegável: Echoes of the End agrada aos olhos em todos os seus dez capítulos. Alguns cenários, como o capítulo que se passa inteiramente em um vulcão, ou a fase em um lago congelado com um skybox que lembra a Aurora Boreal, são mais envolventes e convidavam a parar e admirar. No geral, o jogo é um deleite visual, especialmente para quem tem um PC capaz de extrair o máximo de um lançamento moderno.

O Calcanhar de Aquiles: O Combate

Com o “bom” infelizmente esgotado, é hora do “ruim”, e o “ruim” é o combate. Achei-o totalmente desinteressante, com pouca variedade de inimigos. Graças às falhas técnicas que estavam constantemente presentes em todos os aspectos do jogo, era difícil, se não impossível, entrar em qualquer ritmo com Ryn e seus movimentos em cada confronto, incluindo as lutas contra chefes. Um elemento chave disso é a função de lock-on (trava de mira) do jogo, que pode estar simplesmente quebrada. É possível que, ao ler esta análise um ano após o lançamento do jogo, você não entenda o que estou falando porque a Myrkur Games possa ter corrigido isso. Mas, atualmente, o lock-on parece não funcionar, e eu estava lutando contra a câmera tanto quanto contra a barragem de inimigos humanoides sem graça à minha frente.

Qualquer fluidez no combate só era encontrada ao atordoar inimigos com seus poderes para arremessá-los uns contra os outros, ou infligir dano com vários outros ataques baseados em mana enquanto você os eliminava. Isso porque a inteligência artificial dos inimigos não tinha outro pensamento além de “atacar o personagem do jogador” em uma luta. Ficou entediante rapidamente, mesmo que o sistema de aparar me fizesse sentir poderoso desde o início sem precisar subir de nível, e algumas das animações de golpe final ao derrotar o último inimigo em um confronto eram, ocasionalmente, interessantes de se ver.

Infelizmente, a árvore de habilidades que você progride fez muito pouco para apimentar o combate. Para ser sincero, mesmo que tenha sido um julgamento inicial, eu meio que imaginei que seria o caso quando vi que a primeira melhoria que você desbloqueia é o seu ataque pesado básico. Talvez seja uma análise simplificada, mas se você está bloqueando qualquer aspecto da progressão de combate do meu personagem com uma mecânica que vem como parte do pacote padrão em qualquer jogo de ação em terceira pessoa, isso significa um sistema de combate superficial aos meus olhos.

É preciso dar crédito onde é devido: algumas das habilidades finais da árvore tornam um pouco mais divertido arremessar inimigos. Mas não há nada no combate de Echoes of the End que me deixe empolgado para o próximo confronto inimigo ou luta contra chefe. Em vez disso, eu ficava grato quando um terminava, pois, pelo menos, poderia ter uma cena narrativa interessante depois ou um quebra-cabeça divertido para resolver.

Falhas e Desempenho

Por fim, os problemas técnicos, que, para a surpresa de ninguém, afetam cada elemento em Echoes of the End. Talvez já seja um clichê, mas este é mais um lançamento na Unreal Engine 5 que se mostra tecnicamente fraco no lançamento. O jogo parece tentar ao máximo desviar a atenção de falhas, carregamento tardio de texturas (pop-ins), travamentos, quedas de taxa de quadros e todo o tipo de problema que não chega a travar o jogo. Joguei praticamente toda a minha jornada de 15 horas em meu laptop, que possui um Ryzen 9 6900HS e uma NVIDIA RTX 3070Ti para notebooks, em 1440p com configurações médias. Mesmo diminuindo a predefinição gráfica para baixo, meus problemas não foram resolvidos.

Honestamente, ao final da minha jogatina, Echoes of the End parecia algo lançado em meados dos anos 2000, como um jogo de console da sétima geração. Isso pode ter seu próprio charme, se, como eu, você passou por alguns de seus anos mais formativos de jogo naquela época. Mas isso não significa que vale a pena gastar seu dinheiro. Além disso, esse charme desaparecia sempre que um projétil invisível me atingia no meio de uma animação de ataque. Quase não importava que eu pudesse apará-los mais tarde no jogo, já que não conseguia vê-los vindo em primeiro lugar. No entanto, o jogo enfrenta uma série de questões técnicas que prejudicam a experiência geral, impactando até mesmo seus pontos mais fortes.

E rochas flamejantes invisíveis são apenas a ponta do iceberg para as falhas constantes que eu estava enfrentando além dos inimigos à minha frente. Pelo menos quando eu parava para olhar a paisagem, o que acontecia com tanta frequência que a maioria das minhas capturas de tela são de Ryn olhando para o horizonte, era agradável de se ver.

Uma Experiência de Altos e Baixos

Em última análise, Echoes of the End entrega uma experiência de nível “C” que tenta ser chamativa o suficiente para um “A”. Embora seja visualmente atraente, e a segunda metade da narrativa do jogo possa ter alguns momentos sólidos de personagens, os problemas técnicos e as falhas reminiscentes da sétima geração de consoles prejudicam toda a experiência.

O combate, infelizmente, nunca a eleva, com uma jogabilidade rotineira que não busca inovação e não acerta nem mesmo os elementos já estabelecidos. As poucas e divertidas seções de plataforma e quebra-cabeça, junto com uma história que consegue ter um desfecho satisfatório, não são suficientes para salvá-lo. Em parte, é questionável se vale a pena continuar jogando para ver essas partes, quando você poderia usar seu tempo e dinheiro em algo que não leva metade de sua duração para ficar interessante. É compreensível que este seja o jogo de estreia de uma equipe pequena, na qual eles dedicaram muito esforço, mas isso não justifica as deficiências do pacote geral.

Aspectos Positivos Aspectos Negativos
Narrativa com foco em personagens que se desenvolve bem na parte final O jogo inicia com seus piores elementos e só melhora a partir do quinto capítulo de dez
Apresentação visual impactante, agradável em toda a jornada Problemas técnicos constantes que afetam até os pontos positivos
Alguns quebra-cabeças e desafios de plataforma divertidos, especialmente na segunda metade Combate sem inovação, que não atende aos padrões atuais de jogos de ação-aventura
  Falta de variedade de inimigos, que só melhora nos capítulos finais
  Batalhas contra chefes pouco interessantes, muitas vezes repetições contra os mesmos personagens

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.