Análise do Lenovo Legion Pro 7i (2025): Início promissor com Arrow Lake e Blackwell

O Lenovo Legion Pro 7i (2025) chegou com os novos componentes da Intel e Nvidia para laptops gamers: o Arrow Lake-HX Core Ultra 9 275HX da Intel e as GPUs Blackwell série 5000 da Nvidia. Essa combinação promete um salto significativo em desempenho e qualidade de imagem. Tivemos a chance de testar um dos primeiros modelos a usar ambos.

O Legion Pro 7i vem equipado com o Core Ultra 9 e a GeForce RTX 5080, a segunda GPU Blackwell mais rápida. É um laptop veloz, construído com um design atraente e um display OLED incrível. Ele representa a nova geração de laptops gamers, ideal também para criadores de conteúdo.

Especificações e configurações

A Lenovo ainda está definindo a distribuição do Legion Pro 7i, incluindo disponibilidade e preço. No momento da redação desta análise, apenas uma configuração estava disponível, mas não podia ser comprada. O preço era de US$ 3.399 para um chipset Intel Core Ultra 9 275HX, 32GB de RAM, dois SSDs de 1TB, uma GPU Nvidia GeForce RTX 5080 e um display OLED de 16 polegadas QHD+ com até 240Hz.

É um computador potente para a maioria dos gamers, e o preço reflete isso. Resta saber se a Lenovo oferecerá outras configurações e se os preços permanecerão tão altos.

Design

O Legion Pro 7i é um laptop claramente voltado para jogos. Isso fica evidente em seu tamanho, sendo um pouco mais espesso que os modelos atuais, com pouco mais de 2,5 cm, e pesado, com 2,57 kg. Essa robustez tem um motivo: a Lenovo precisou criar espaço para a circulação de ar e incorporar um sistema de resfriamento para manter o calor sob controle e o desempenho elevado. O Legion Pro 7i pode usar até 250 watts de TDP entre a CPU e a GPU, o que exige um sistema “ColdFront” com câmara de vapor, duas ventoinhas grandes e uma “hiper câmara” que puxa ar frio da parte inferior e expele o ar quente pela parte traseira. Apesar do marketing, o sistema de resfriamento funciona bem, e o ruído das ventoinhas não é tão alto quanto em outras máquinas gamers.

O design também incorpora elementos visuais típicos de gamers, como a iluminação RGB em cada tecla do teclado e a faixa RGB na borda frontal, que projeta cores sobre a superfície. Na parte traseira, os LEDs RGB contornam as saídas de ar que lembram um caça. A iluminação pode ser controlada pelo aplicativo LegionSpace e nas configurações do Windows.

Além da iluminação e da estrutura, o Legion Pro 7i é relativamente simples. Todo preto, sem texturas especiais como no Lenovo Legion 9i. A tampa deslocada aumenta a aparência de robustez, fazendo com que pareça ainda maior do que realmente é. As bordas superior e laterais da tela são finas, mas a inferior é bem grande. Combinado com a borda traseira, o Legion Pro 7i se torna ainda mais profundo.

A Lenovo equilibrou o que os gamers procuram sem exagerar no estilo. O Legion 9i de 2023 era mais parecido com um laptop “tradicional”, mas este modelo não parece exagerado.

O chassi é feito de alumínio CNC, o que o torna robusto. Sendo pesado, a Lenovo não economizou nos materiais. Transportá-lo pode ser cansativo, mas ele parece resistente. O Apple MacBook Pro 16 e o Razer Blade 16 também são sólidos e podem parecer de qualidade superior devido à densidade de seus chassis mais finos, mas a diferença está mais na estética do que na construção. O Legion Pro 7i é mais do que bom o suficiente.

Teclado e touchpad

Gamers preferem um tipo específico de teclado: teclas com resposta tátil rápida e durabilidade para resistir a longas sessões de jogo. O teclado TrueStrike da Lenovo oferece um bom deslocamento (1,6 mm, dentro da faixa ideal de 1,5 mm a 2,0 mm) e resposta rápida, com 100% de anti-ghosting. Para quem não joga tanto, o teclado é confortável. Há um teclado numérico na lateral, útil para atalhos, mas um pouco pequeno, tirando espaço do resto do teclado. Para quem escreve, como eu, não é o teclado ideal, mas não sou o público-alvo deste laptop.

O touchpad é menor do que poderia ser, mas funciona bem. É responsivo e cercado por alumínio resistente na área de descanso das mãos. Suficiente, mas muitos gamers usarão um mouse externo. Para produtividade, é apenas razoável.

Não há tela touch, o que não é um problema, já que o público-alvo provavelmente não se importa com isso.

Conectividade e webcam

O Legion Pro 7i é um laptop grande, com espaço para várias portas. Laptops gamers costumam ter muitas. Há diversas opções, com conexões modernas e antigas. Seria bom ter mais de uma porta Thunderbolt 4, e seria preferível que mais portas estivessem na parte traseira. Há uma porta Ethernet, importante para jogos online que exigem baixa latência, mas não há leitor de cartão SD, o que decepciona criadores de conteúdo. A conectividade sem fio é atualizada.

A webcam tem resolução de 5MP, suficiente para videochamadas. No entanto, não há recursos para melhorar a qualidade de videoconferências, já que não é o foco deste laptop. Além disso, não há câmera infravermelha para reconhecimento facial do Windows 11 Hello nem leitor de impressão digital. É estranho depender de um PIN para fazer login quando quase todos os outros laptops têm métodos biométricos.

Os chipsets Arrow Lake não possuem a Neural Processing Unit (NPU) da Intel. Sua NPU “AI Boost” opera a apenas 13 tera operations per second (TOPS), em comparação com os mais de 40 TOPS de outros chipsets da Intel, AMD, Qualcomm e Apple com Neural Engine rodando a 38 TOPS. Isso significa que os laptops Arrow Lake não se qualificam para a iniciativa Copilot+ PC da Microsoft, que exige 40 TOPS ou mais, e qualquer processo de IA será mais lento, a menos que utilize a GPU. GPUs são mais rápidas no processamento de tarefas de IA, mas também menos eficientes em termos de energia. Isso não importa muito, já que raramente você usará este laptop sem estar conectado à tomada.

Performance

O Intel Core Ultra 9 275HX é um membro high-end da série Arrow Lake-HX, projetado para gamers e criadores que exigem o máximo desempenho da CPU. É um chip de 24 núcleos (oito de Performance e 16 de Eficiência), 24 threads rodando até 5,4GHz (núcleos de Performance) e 4,6GHz (núcleos de Eficiência), consumindo 55 watts de potência base, podendo chegar a 160 watts.

A Nvidia GeForce RTX 5080 pertence à linha de CPUs Blackwell série 5000 e possui os mais recentes núcleos CUDA, multiprocessadores de streaming e núcleos RT e Tensor, todos suportando o novo DLSS 4, que utiliza upscaling e geração de quadros baseados em IA para oferecer qualidade visual superior, mantendo taxas de quadros semelhantes à geração anterior. A RTX 5080 pode consumir até 175 watts, e o Lenovo Legion 7i pode fornecer dinamicamente até 250 watts de potência total.

O utilitário LegionSpace permite controlar o desempenho, com opções limitadas a modos predefinidos ou ajustes personalizados. É possível alternar entre um modo híbrido que alterna entre os gráficos integrados e a RTX 5080, ou usar apenas a RTX 5080 para garantir o desempenho mais rápido. Alguns laptops oferecem mais controle sobre os componentes do sistema. Além disso, a Lenovo usa um chip LA3 AI como parte do Lenovo AI Engine+, que utiliza aprendizado de máquina para otimizar o desempenho ajustando ventoinhas e distribuição de energia. O objetivo é maximizar as taxas de quadros e não necessariamente melhorar o desempenho em aplicativos de produtividade e criação.

Nos nossos benchmarks, o Legion Pro 7i foi o laptop Windows mais rápido que testamos em quase todas as tarefas. O Core Ultra 9 275HX é quase sempre mais rápido em desempenho de núcleo único e multicore do que o Core i9-14900HX e o AMD Ryzen AI MAX+ 395. Ele também se aproxima do M4 Max 16/40 da Apple, que permanece mais rápido em tarefas de núcleo único e em algumas tarefas multicore. O Legion Pro 7i alcançou a pontuação mais rápida no teste Handbrake, que codifica um vídeo de 420MB como H.265. Em todos os testes, exceto no Cinebench R24 multicore, o AMD Ryzen AI MAX+ 395 foi quase tão rápido quanto o Core Ultra 9 em tarefas intensivas de CPU.

Realizamos dois testes PugetBench, que rodam versões live dos aplicativos Premiere Pro e Photoshop da Adobe, para avaliar o desempenho do Legion Pro 7i como estação de trabalho para criadores. Ambos os testes utilizam uma GPU discreta para acelerar o desempenho, com o Premiere Pro aproveitando o desempenho multicore e o Photoshop sendo mais impactado pelo desempenho de núcleo único. Os resultados mostraram que o Legion Pro 7i foi um pouco mais rápido que o MacBook Pro 16 com o chipset M4 Max no Premiere Pro, enquanto o MacBook Pro 16 foi consideravelmente mais rápido no Photoshop devido aos seus núcleos individuais. Ambos são excelentes opções para criadores.

Desempenho em jogos

A RTX 5080 visa aprimorar a qualidade visual, e isso fica evidente ao executar jogos otimizados para DLSS 4. Embora não testemos o desempenho nesses jogos, a qualidade do realismo é notável, mesmo que as taxas de quadros não sejam maiores do que em um laptop com RTX 4080.

O Legion Pro 7i é um laptop rápido para jogos, capaz de rodar qualquer título moderno em resolução 1440p com altas taxas de quadros, e os jogos otimizados para DLSS 4 terão visuais incríveis.

Nos benchmarks, o Legion Pro 7i se destacou no 3DMark Time Spy, superando laptops com RTX 4080 e RTX 4090. No Civilization VI, ele superou todos os outros, incluindo desktops, devido à combinação da CPU e GPU.

Em Cyberpunk 2077, com FSR 2.1 ativado e geração de quadros desativada, o Legion Pro 7i foi o mais rápido, mas não por muito. Com DLSS ligado, atingiu 134 fps. Já em Red Dead Redemption, não foi o mais rápido, mas provou que, mesmo não sendo significativamente mais veloz, não é muito mais lento. Em Assassin’s Creed Valhalla, foi consideravelmente mais rápido que a geração anterior.

No geral, o Legion Pro 7i com RTX 5080 teve um desempenho forte, rodando jogos modernos em 1440p com altas taxas de quadros, e os jogos otimizados para DLSS 4 terão visuais melhores.

Duração da bateria

Laptops com tela OLED de 16 polegadas e componentes potentes não costumam ter boa duração de bateria. A Lenovo incluiu a maior bateria possível, com quase 100 watt-horas, mas o Legion Pro 7i não foi feito para durar muito tempo sem carga.

Nos testes de navegação na web e vídeo em loop, desligou em cerca de duas horas. No teste Cinebench R24, durou uma hora. Este é um laptop que precisa ser transportado com sua fonte de alimentação.

Tela e áudio

O Legion Pro 7i possui uma tela OLED de 16 polegadas 16:10 QHD+ (2560 x 1600) com até 240Hz. A tela tem cores dinâmicas e pretos profundos.

O colorímetro registrou alto brilho de 523 nits, pretos perfeitos e cores amplas em 100% sRGB, 95% AdobeRGB e 100% DCI-P3, com um DeltaE de 0,55. A tela é excelente para todos os usos, incluindo trabalho criativo. A alta taxa de atualização garante jogos sem cortes.

O desempenho de high dynamic range (HDR) é bom. Ligar o HDR no Windows às vezes resulta em cores ruins, mas não aqui. Tudo fica ótimo com o HDR ligado, e assistir conteúdo Dolby Vision na Netflix foi incrível. Não é tão brilhante quanto a tela mini-LED do MacBook Pro 16, mas ainda é melhor do que a maioria dos laptops Windows.

O áudio é alimentado por um sistema de quatro alto-falantes com Nahimic 3D Audio para jogos compatíveis. O som é alto, com médios e agudos claros e boa quantidade de graves. Em comparação com os melhores alto-falantes de laptop, como o sistema de seis alto-falantes do MacBook Pro 16, o Legion Pro 7i fica um pouco abaixo. O áudio não é tão nítido e os graves não são tão impactantes. Ainda assim, é muito bom e aprimora a experiência de jogo.

Considerações Finais

Como o primeiro laptop para jogos que testei com o Core Ultra 9 275HX da Intel e a GeForce RTX 5080 da Nvidia, não tenho reclamações. É incrivelmente rápido em qualquer tarefa, incluindo jogos, e tem uma excelente tela OLED com alta taxa de atualização que aproveitará o aprimoramento visual de Blackwell.

Com preço de US$ 3.399, é um laptop caro. É difícil dizer se é a opção mais competitiva, mas, considerando suas qualidades, há muito o que agradar os gamers.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Digital Trends

André Luiz

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.