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- A Supermicro, líder em servidores AI com refrigeração líquida, recebeu rebaixamento de classificação por analistas.
- O Bank of America aponta que a comoditização da tecnologia e a crescente concorrência afetam sua lucratividade.
- O desempenho das ações está sob pressão devido ao estoque antigo, limitações de componentes e forte competição.
- Investigações e controle interno frágil podem aumentar a instabilidade e afetar a confiança dos investidores.
- A parceria com a DataVolt aumenta a presença no Oriente Médio e potencialmente gera receitas significativas.
A Supermicro (SMCI), conhecida por seus racks de servidores AI com sistemas de refrigeração líquida, recebeu um rebaixamento de classificação por analistas. A decisão do Bank of America (BofA) levanta dúvidas sobre os mecanismos de controle internos da empresa, a crescente concorrência e a possível comoditização de sua tecnologia de resfriamento, algo que era um diferencial importante no mercado.
Análise do Rebaixamento da Supermicro no Mercado de Servidores
O analista Ruplu Bhattacharya, do Bank of America (BofA), retomou a cobertura das ações da Supermicro, mas com uma perspectiva mais cautelosa. Ele atribuiu uma classificação de ‘Underperform’, que significa um desempenho esperado abaixo da média, e estabeleceu um preço-alvo de US$ 35 por ação. Este valor representa uma queda potencial de cerca de 28% em relação ao preço atual de US$ 48,69.
Bhattacharya destacou que a empresa enfrenta um cenário onde suas margens de lucro podem continuar sob pressão. Isso se deve, em parte, aos altos estoques de produtos de gerações anteriores, que precisam ser vendidos. Além disso, a competição no setor está se intensificando, o que tende a comprimir as margens a longo prazo para a Supermicro.
Outro ponto levantado é que o crescimento da receita da Supermicro tem sido limitado. A principal restrição é a disponibilidade de unidades de processamento gráfico (GPUs) e de componentes essenciais para a tecnologia de refrigeração líquida de servidores. Esses componentes são cruciais para a montagem e entrega dos servidores de AI de alta performance que a empresa oferece.
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A concorrência também desempenha um papel significativo. Empresas como Dell e HP, grandes nomes no mercado de servidores de AI, têm uma vantagem considerável. Elas conseguem usar suas vastas bases de clientes corporativos já estabelecidas para ganhar terreno e impulsionar suas vendas de servidores, competindo diretamente com a Supermicro.
Os Cinco Fatores de Pressão para a Supermicro
O analista do BofA identificou cinco catalisadores principais que podem impactar negativamente as ações da Supermicro. Estes fatores são cruciais para entender a visão mais pessimista sobre o futuro da empresa no mercado de tecnologia e ações.
Primeiro, as margens da Supermicro devem continuar apertadas a curto prazo devido a um alto estoque de produtos mais antigos. No longo prazo, a concorrência crescente no setor de servidores continuará a pressionar essas margens. Esse cenário competitivo afeta diretamente a rentabilidade da empresa.
Em segundo lugar, o crescimento da receita ainda está condicionado à oferta de GPUs e de peças chave para a sua tecnologia de refrigeração líquida. A dependência desses componentes externos pode limitar a capacidade da Supermicro de expandir rapidamente, independentemente da demanda por seus produtos.
Terceiro, rivais de peso como Dell e HP seguem utilizando sua forte presença entre clientes corporativos para se destacar no segmento de servidores de inteligência artificial. Essa alavancagem de clientes existentes dá a eles uma vantagem competitiva considerável sobre a Supermicro.
Quarto, a Supermicro enfrenta riscos relacionados a investigações e processos judiciais em andamento. Além disso, a estrutura de controle interno da empresa é considerada mais frágil, o que pode trazer instabilidade e preocupações para investidores. Para saber mais sobre como questões de governança afetam empresas, você pode ler sobre os desafios do MCP na regulação financeira.
Por fim, e de forma crítica, o diferencial da Supermicro, sua tecnologia de resfriamento líquido, pode se tornar uma commodity com o tempo. Isso permitiria que concorrentes diminuíssem a diferença tecnológica, tornando a oferta da Supermicro menos exclusiva. Essa comoditização pode ser um grande desafio para a liderança da empresa no futuro.
Movimentações Financeiras e Parcerias Estratégicas Recentes
O Bank of America agora projeta uma redução na margem bruta da Supermicro, prevendo uma queda de 11,3% no ano fiscal de 2025 para 9,4% até o ano fiscal de 2027. Essa projeção reflete as pressões competitivas e de estoque que a empresa deve enfrentar nos próximos anos.
No mês passado, a Supermicro conseguiu captar cerca de US$ 2 bilhões por meio da oferta de convertible senior notes (notas seniores conversíveis) para investidores qualificados. Desse montante, US$ 200 milhões foram usados para comprar capped call options sobre suas próprias ações, uma medida financeira para proteger a empresa contra a valorização excessiva de suas ações em caso de conversão das notas.
A Supermicro também fechou recentemente uma parceria de longo prazo com a DataVolt, uma proeminente empresa de data centers da Arábia Saudita. Esse acordo promete impulsionar a presença da Supermicro no Oriente Médio e reforçar seu papel no fornecimento de infraestrutura para centros de dados. É um tipo de acordo que reflete o crescimento em infraestrutura tecnológica, similar a parcerias em nuvem como a do Reino Unido com Google Cloud.
De acordo com estimativas do Goldman Sachs, o negócio com a DataVolt poderia gerar uma receita anual de US$ 5 bilhões para a Supermicro, considerando um período de contrato de cinco anos e uma margem de lucro operacional (EBIT) de cerca de 5%. Isso poderia resultar em um EBIT anual de aproximadamente US$ 200 milhões, mostrando o potencial financeiro da parceria.
No mercado de ações, as ações da Supermicro tiveram uma leve queda de pouco mais de 1% nas negociações de pré-mercado. Contudo, ao longo do último mês, as ações apresentaram um aumento de cerca de 14%, e no acumulado do ano, a valorização chega a aproximadamente 63%. Esse comportamento volátil reflete a dinâmica do mercado, que também influencia outros setores, como o de PCs, que mostra sinais de recuperação.
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