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- The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered foi lançado com melhorias gráficas, mas decepcionou na acessibilidade.
- Esta análise detalha como a falta de opções inclusivas pode afetar jogadores com deficiência.
- Os jogadores esperavam por mais recursos de acessibilidade, mas tiveram que se contentar com melhorias limitadas.
- O relançamento poderia ter sido uma oportunidade para ampliar a inclusão, mas não atendeu às expectativas.
A nova versão de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered acessibilidade chegou com a promessa de reviver um clássico, mas nem tudo são flores. Apesar de trazer melhorias no visual e na jogabilidade, o jogo da Bethesda deixou a desejar em um aspecto crucial: a acessibilidade. Para quem esperava que o remaster trouxesse opções inclusivas, prepare-se para algumas decepções. Vamos analisar o que mudou e o que ficou faltando nesta nova versão.
Visual aprimorado, mas e a acessibilidade?
O lançamento de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered pegou muitos fãs de surpresa, e as primeiras impressões foram positivas, principalmente em relação aos gráficos. Os modelos de inimigos, como Daedra, esqueletos e trolls, foram completamente refeitos, ganhando um nível de detalhe impressionante. Isso deixou os combates mais interessantes e a experiência mais imersiva.
As animações dos NPCs também foram aprimoradas, com diálogos que agora incluem expressões faciais e movimentos corporais mais naturais. Essas mudanças aprofundam as interações e enriquecem a narrativa, tornando o mundo do jogo mais vivo e envolvente. No entanto, a acessibilidade, um ponto cada vez mais valorizado nos jogos atuais, parece não ter recebido a mesma atenção.
Remasters e remakes são ótimas oportunidades para adicionar recursos de acessibilidade em jogos já existentes. Muitas vezes, esses relançamentos representam uma chance de tornar títulos antigos mais inclusivos para jogadores com deficiência. Será que Oblivion aproveitou essa oportunidade, ou se limitou a atualizar os aspectos visuais e sonoros?
É importante lembrar que a acessibilidade é algo muito pessoal, e cada jogador tem necessidades diferentes. As impressões a seguir são de um jogador com baixa visão, com o objetivo de destacar as opções disponíveis que tornam o jogo mais inclusivo.
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Interface e legendas: o básico que não convence
Para quem esperava que este relançamento de Oblivion trouxesse opções específicas de acessibilidade, como é comum em jogos da Microsoft, a decepção pode ser grande. Logo de cara, o jogo não apresenta as configurações de acessibilidade que já se tornaram padrão em muitos títulos AAA. As únicas opções disponíveis são as básicas de brilho e jogabilidade, sem nenhum menu dedicado à acessibilidade. Essa falta de atenção já causa uma má primeira impressão para jogadores com deficiência.
A interface de Oblivion oferece pouquíssimas opções de personalização. As únicas configurações disponíveis são o aumento do tamanho do texto nos menus e o ajuste do cursor do mouse, para quem joga no PC. Elementos importantes da jogabilidade, como a exibição de vida e mana, não contam com opções de personalização. Se o padrão do jogo não funcionar para você, infelizmente, não há muito o que fazer.
As legendas também são bem simples e com opções limitadas, como a possibilidade de alterar a fonte do texto. No entanto, não é possível mudar a cor das legendas ou adicionar um fundo, o que ajudaria a destacá-las do cenário e criar um contraste mais eficiente para facilitar a leitura. E, como esperado, também não há legendas avançadas para surdos, como as closed captions. No geral, a interface do jogo parece bem datada nesse aspecto.
Embora ter uma variedade de modos de dificuldade seja uma vantagem em qualquer jogo, isso, por si só, não representa um recurso de acessibilidade. Na prática, acaba funcionando como uma solução improvisada, já que muitos jogadores com deficiência recorrem ao modo mais fácil apenas para contornar barreiras causadas pela falta de opções inclusivas.
Dificuldade e controles: um auxílio tímido
Em Oblivion, estão disponíveis cinco níveis de dificuldade: Iniciante, Aprendiz, Adepto, Especialista e Mestre, do mais fácil ao mais desafiador. Apesar dessa variedade, o jogo não permite configurar aspectos específicos de cada modo para atender necessidades individuais. No caso de jogadores com baixa visão, seria interessante que inimigos que atacam à distância tivessem uma mira mais imprecisa, enquanto os de combate corpo a corpo pudessem manter o desafio, criando um equilíbrio melhor para a experiência.
No entanto, o jogo oferece apenas o básico. A única opção de assistência é um auxílio de mira que, apesar de não ser perfeito, ainda fornece algum suporte. Quanto aos controles, o jogo permite o remapeamento dos botões, o que é um ponto positivo, especialmente para quem utiliza controles adaptáveis da Microsoft. Também é possível ajustar a sensibilidade dos analógicos.
Porém, faltam opções mais avançadas, como configurar o ponto morto dos analógicos (dead zone) ou escolher entre pressionar e segurar botões para realizar ações como correr ou atirar flechas. No geral, as opções são bastante limitadas, lembrando muito o que era oferecido na época do lançamento original de Oblivion, em 2006. Para jogadores com deficiência, toda a beleza gráfica do remaster não compensa a ausência de atualizações essenciais no design de acessibilidade.
A jogabilidade de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered é rica, com um mundo aberto expansivo onde os jogadores podem explorar livremente, personalizar personagens e se envolver em combates dinâmicos. Essa liberdade de escolha e imersão é o que torna o jogo tão especial. No entanto, quando o assunto é acessibilidade, o jogo oferece muito pouco.
Jogabilidade limitada em acessibilidade
Fora as opções voltadas para jogadores com cinetose, que sofrem enjoo com o movimento da câmera, não há recursos adicionais que impactem a experiência de gameplay. Nem mesmo um filtro para daltonismo está disponível, algo que já deveria ser considerado o mínimo. Nesse quesito, Oblivion Remastered falha e desperdiça uma grande oportunidade de tornar o jogo mais acessível para todos.
De modo geral, remasterizações e remakes são ótimas oportunidades para as empresas adaptarem títulos clássicos, melhorando a qualidade de vida do jogador, atraindo um novo público e revivendo a nostalgia. Mais do que isso, acredito que esses relançamentos são momentos ideais para incorporar recursos de acessibilidade, permitindo que jogadores com deficiência tenham acesso a obras que, na época original, não eram inclusivas por limitações técnicas ou de design.
Alguns jogos já aproveitaram esse potencial, como as versões remasterizadas de Days Gone e The Last of Us Part II Remastered. Infelizmente, Oblivion Remastered perde essa chance. O mais frustrante é que este título vem da Microsoft, uma empresa que, historicamente, tem um bom posicionamento quando o assunto é acessibilidade, oferecendo recursos de inclusão de destaque em muitos de seus jogos.
Se você busca alternativas, uma boa pedida é conferir a biblioteca que permite pegar jogos emprestados de graça de Xbox, Playstation e Switch.
Por isso, é decepcionante ver que Oblivion Remastered não segue esse padrão. Se você está em busca de um jogo recente no Game Pass com foco em acessibilidade, recomendo South of Midnight, que traz uma variedade de ferramentas inclusivas. Claro, não é um RPG como Oblivion, mas o gênero ainda carece de boas opções realmente acessíveis, e esse lançamento da Bethesda, infelizmente, não muda esse cenário.
Apesar de ter evoluído em gameplay e visuais, The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered ainda está preso ao passado no quesito acessibilidade, impedindo a indicação para jogadores com deficiência. Esta análise foi realizada com uma chave do jogo cedida gratuitamente pela equipe da Bethesda Brasil para PC, com o objetivo de produzir conteúdo.
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Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo