Análise de Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2: Irregular, mas com pontos que valem a atenção

Confira a análise de Vampire: The Masquerade Bloodlines 2, jogo com narrativa envolvente e desempenho irregular.
Publicado dia 17/10/2025
Análise de Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2: Irregular, mas com pontos que valem a atenção
(Imagem/Reprodução: Wccftech)
Resumo da notícia
    • Após longo desenvolvimento, Vampire: The Masquerade Bloodlines 2 chega com narrativa envolvente e combate de RPG de ação.
    • O objetivo é apresentar a avaliação do jogo destacando seus pontos positivos e negativos para fãs e interessados.
    • O jogo impacta fãs do universo vampírico com sua ambientação e estilo, apesar de deficiências técnicas e missões secundárias repetitivas.
    • Problemas de otimização técnica e conteúdo secundário mediano podem influenciar a experiência geral dos jogadores.
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Após mais de seis anos de espera, Vampire The Masquerade Bloodlines 2 finalmente chega para os fãs. O jogo de RPG de ação, que teve um desenvolvimento cheio de desafios, conseguiu capturar a essência do universo de Vampire: The Masquerade. Apesar de apresentar alguns pontos desiguais, como missões secundárias pouco inspiradas e problemas de desempenho, a narrativa principal e o combate são bastante envolventes, tornando a experiência válida para quem curte o mundo dos vampiros.

O Caminho Complicado Até o Lançamento

Desde seu anúncio original, Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 gerou muita expectativa. O primeiro jogo de 2004, desenvolvido pela Troika Games, não teve sucesso comercial inicial, mas se tornou um clássico cult entre os RPGs. Os fãs pediam por uma sequência há anos, e o anúncio de uma continuação parecia um sonho realizado.

A desenvolvedora original, Hardsuit Labs, contava com Brian Mitsoda, escritor e designer do primeiro jogo, o que era um bom sinal. No entanto, o projeto não atendeu às expectativas da editora Paradox Interactive, que decidiu remover a equipe e atrasar o lançamento de forma indefinida.

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Fredrik Wester, CEO da Paradox, chegou a confessar que o jogo quase foi cancelado. Felizmente, um novo estúdio, The Chinese Room, apresentou uma proposta convincente, assumindo o projeto. Esse estúdio é conhecido por títulos como Dear Esther e Everybody’s Gone to the Rapture, além de jogos de terror como Amnesia: A Machine for Pigs e o recente Still Wakes the Deep.

É importante notar que The Chinese Room não tinha experiência prévia com RPGs de ação, e, ao contrário do time anterior, não contava com membros do desenvolvimento do jogo original. Apesar disso, muitos fãs estavam animados para finalmente ter um RPG de ação completo neste universo tão querido do World of Darkness.

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Combate e Poderes Vampíricos

Apesar da falta de experiência do estúdio em jogos de ação focados em combate corpo a corpo, o sistema de luta em Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 se mostrou divertido. Ele não compete com títulos como God of War ou Devil May Cry, mas cumpre bem o papel de transmitir a sensação de ser um vampiro poderoso, oferecendo um bom desafio nas dificuldades mais altas.

Os movimentos básicos incluem ataques leves e pesados, sendo que os pesados podem lançar inimigos no ar. É possível desviar, e não há barra de estamina, algo coerente para um vampiro. A maioria dos adversários também não são humanos comuns, o que torna até mesmo desvios ilimitados insuficientes para torná-lo invencível. Uma crítica ao combate é o sistema de “aparar”, que exige um movimento em direção ao inimigo pouco antes do golpe, sendo menos intuitivo que a esquiva.

A furtividade é uma ótima opção para iniciar os combates, permitindo que você se alimente imediatamente. Alimentar-se é a única maneira de recuperar vida (além de elixires de saúde) e é crucial para recarregar habilidades ativas. Contudo, o jogador fica vulnerável durante a animação de alimentação, então é bom isolar o alvo primeiro.

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Como um vampiro Ancião, você tem acesso à telecinese desde o início, que permite puxar inimigos ou arremessar objetos próximos. Curiosamente, ao pegar armas de fogo, a telecinese as dispara contra os inimigos enquanto houver munição, para depois arremessar a arma descarregada.

Variedade de Habilidades e Clãs

As habilidades são o destaque do jogo. No começo de Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2, você escolhe um de seis clãs: Brujah, Banu Haqim, Tremere, Ventrue, Toreador e Lasombra. Cada clã oferece seis habilidades, sendo duas passivas (alimentação e bônus do clã) e quatro ativas, divididas em categorias: Ataque (Strike), Relocação (Relocate), Afetar (Affect) e Maestria (Mastery). Inicialmente, apenas as habilidades do seu clã são desbloqueadas.

Rapidamente, o jogo permite adquirir habilidades de outros clãs. No entanto, é preciso remover temporariamente a habilidade equivalente do seu clã para usar uma nova. Ou seja, você sempre tem quatro habilidades ativas disponíveis, independentemente de quantas tenha desbloqueado, podendo trocá-las na árvore de habilidades. Isso pode parecer uma limitação, mas provavelmente foi implementado para equilibrar o poder do jogador no final do jogo.

Outra restrição é que você só pode trocar uma habilidade de Ataque por outra de Ataque, e assim por diante. Essa medida, também voltada para o balanceamento, pode ser questionável em um jogo focado na fantasia de poder em um universo solo. Talvez os desenvolvedores pudessem permitir mais liberdade na criação do conjunto de movimentos do vampiro no futuro.

Mesmo com essas limitações, a variedade na configuração das habilidades é notável. Por exemplo, a escolha do clã Toreador oferece a habilidade Entrancing Kiss Strike, que encanta um inimigo para o seu lado. Isso é útil em batalhas contra grupos, pois mesmo um inimigo virado pode desequilibrar a luta, especialmente se for um adversário mais forte, capaz de eliminar outros em seu próprio lado.

Entre as habilidades de Relocação, o Toreador tem o Blink, bom para travessia e para atacar. Há opções como Shadow Step e Recall, mas o Split Second do Banu Haqim é impressionante, criando um efeito de tempo bala que permite se aproximar para se alimentar mesmo de inimigos com vida cheia. No quesito Afetar, o Taunt do Brujah força um inimigo a focar em você, aumentando o dano que ele recebe. Para Maestria, o Blurred Momentum do Toreador evade ataques por alguns segundos, e o Unseen Aura do Banu Haqim concede invisibilidade temporária, embora não o deixe silencioso.

Explorando Seattle e os Desafios da Máscara

Quando você domina todo esse arsenal, a sensação de ser um vampiro Ancião imparável é completa. No entanto, é uma pena que não haja muitos chefes memoráveis em Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2, com exceção do combate final. Os encontros anteriores não são ruins, mas poderiam ser mais épicos, considerando os poderes à disposição do personagem.

Durante todo o jogo, Seattle está sob uma tempestade de neve natalina, que serve como justificativa dos desenvolvedores para a ausência de carros. Embora na realidade um nível de neve como esse não parasse completamente o trânsito, é compreensível que tenham usado isso para evitar a complexidade do tráfego. O mundo aberto, no entanto, não é muito extenso pelos padrões atuais.

Como vampiro, você tem acesso a habilidades de travessia como corrida ilimitada e a capacidade de planar de alturas, além de poder escalar edifícios até certo ponto para chegar aos telhados. Essa é a forma mais eficiente de se mover rapidamente sem andar como um humano ou correr o risco de quebrar a Máscara. A Máscara é um conceito central do universo, onde vampiros da Camarilla devem evitar ser descobertos por humanos a todo custo.

Sempre que você realiza uma ação sobrenatural, como correr em supervelocidade ou dar um salto duplo à vista de um humano, a barra da Máscara se enche. Ela começa verde, passa para amarelo e, se atingir o vermelho por completo, você é instantaneamente eliminado por um assassino da Camarilla. Antes disso, policiais alertados por civis podem persegui-lo.

Atingir o vermelho na barra da Máscara indica perigo iminente; é preciso desaparecer antes que ela se complete. Se conseguir, a barra diminuirá lentamente, restaurando a Máscara. Quando está amarela, os oficiais ainda estão no seu encalço. Só quando volta ao verde eles “esquecem” de você. Alimentar-se de humanos à vista é a forma mais rápida de encher a barra, mas é essencial encontrar uma maneira discreta de fazê-lo, seja isolando a vítima em um beco, usando habilidades como Beckon do Toreador, ou seduzindo-a com a conversa.

O sistema de Ressonância Sanguínea também é importante, especialmente para desbloquear habilidades de outros clãs. Você precisa de certas quantidades de sangue Sanguíneo, Colérico e Melancólico, além dos pontos de habilidade. O tipo de sangue humano pode ser visto com o sentido de vampiro; às vezes, é preciso conversar com a pessoa para que a ressonância atinja o máximo. Por exemplo, para sangue Colérico, irrite-os; para Sanguíneo, seduza-os.

Narrativa Principal e Conteúdo Secundário

Apesar de Seattle não ser um mapa vasto e o mundo aberto não ser particularmente interessante, o ponto fraco de Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 está no seu conteúdo secundário. Fãs de RPG sabem que a qualidade das missões paralelas é tão importante quanto a principal, mas aqui, The Chinese Room tropeçou feio.

Após se tornar o Xerife de Seattle, você recebe missões opcionais noturnas de três personagens: Mrs. Thorn (contato Tremere), Niko (contato Banu Haqim) e Onda (contato Lasombra). Todas as missões são extremamente monótonas. Onda pede para eliminar líderes Ghouls com informações mínimas; Niko aponta civis que “erraram” e precisam ser punidos; e Mrs. Thorn, uma acadêmica, oferece missões de “buscar e trazer”, onde você entrega um pacote a um NPC.

É evidente que os desenvolvedores poderiam ter feito muito mais nessas missões. Elas são isoladas, sem uma progressão narrativa interessante, o que é esperado em um RPG. Além disso, o jogo não cumpre a estimativa de 25 a 40 horas de conteúdo; mesmo com conhecimento prévio das primeiras horas, o tempo de jogo foi de apenas 18.3 horas para praticamente todas as missões, com uma média provável de 20 horas para outros jogadores.

Felizmente, a narrativa principal é um destaque, oferecendo o mistério e a intriga que se busca em um jogo de Vampire: The Masquerade. O elenco de personagens principais é profundo e interessante, com motivações complexas e um vilão que é o menos esperado. A adição de Fabien, o vampiro Malkaviano na mente de Phyre, embora tenha causado um atraso de um ano, melhorou inegavelmente a história. Ele é talvez o melhor personagem do jogo, com uma performance de voz brilhante de Ronan Summers. A única crítica é que o destino de um dos personagens principais é aparentemente esquecido no final, o que causa uma sensação estranha.

Gráficos e Otimização Técnica

Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 utiliza a Unreal Engine 5. Embora seus visuais sejam apenas medianos comparados a outros jogos recentes com essa tecnologia, ainda assim o jogo tem uma boa aparência geral, mesmo sem recursos avançados como o ray tracing. No PC, ele oferece suporte a tecnologias como NVIDIA DLSS Super Resolution, Frame Generation e Multi Frame Generation, além de AMD FSR 3.1 com Frame Generation.

Contudo, mesmo em um PC de alto desempenho, como um CPU 9800X3D e uma GPU RTX 5090, o jogo apresenta sérios problemas de otimização. O principal é a constante gagueira (stuttering), um problema comum em jogos com Unreal Engine, mas particularmente acentuado aqui. O desempenho cai para taxas de quadros muito baixas ao simplesmente andar por Seattle, o que é bastante irritante. Essa questão já havia sido notada na versão de prévia e reportada aos desenvolvedores, mas não houve melhorias perceptíveis na versão final. É torcer por correções em futuros patches, embora a confiança não seja alta. Para piorar, o jogo não oferece suporte a displays HDR, o que é considerado inaceitável para um jogo triplo A lançado no final de 2025.

Vale a Pena Conferir?

Mesmo com os problemas, Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 consegue preservar a atmosfera única do universo de Vampire: The Masquerade. O combate é envolvente, especialmente pelas habilidades vampíricas, e a trama principal, com seus personagens bem construídos, é capaz de prender a atenção do jogador.

Entretanto, o conteúdo secundário medíocre e a otimização técnica instável são pontos negativos. Considerando que a campanha principal pode ser um pouco curta para um RPG, a experiência geral é um tanto irregular. Para os verdadeiros fãs da série e do cenário, o jogo pode valer a pena, mas talvez seja prudente esperar por um preço mais acessível no futuro, ou por possíveis melhorias de desempenho via atualizações. O jogo está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series S|X. Fique de olho em promoções.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.