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- A Anatel alertou o governo federal sobre os riscos da concentração de data centers em grandes centros urbanos no Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro.
- Você pode ser afetado por falhas na internet e na conectividade caso esses centros sofram apagões ou desastres naturais devido à centralização.
- Essa centralização aumenta a vulnerabilidade da infraestrutura digital brasileira e pode impactar a segurança e estabilidade dos serviços online.
- O governo promove incentivos fiscais para descentralizar os data centers, estimulando investimentos em regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, melhorando a resiliência da rede.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) enviou um alerta ao governo federal sobre os riscos de manter data centers no Brasil muito concentrados em grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o presidente da agência, Carlos Baigorri, essa centralização aumenta a vulnerabilidade da infraestrutura digital do país e pode gerar impacto nacional em eventos como apagões ou desastres naturais.
Descentralização e riscos para os data centers no Brasil
Baigorri destacou que colocar todos os data centers em poucas regiões cria uma vulnerabilidade maior para a infraestrutura digital do país. Quando esses centros estão agrupados, uma falha elétrica ou desastre natural pode afetar vários serviços ao mesmo tempo, causando prejuízos à segurança e à estabilidade do sistema. A concentração também dificulta a resiliência da conectividade, que é vital para o funcionamento das operações digitais.
De acordo com o presidente da Anatel, essa vulnerabilidade pode ter repercussões muito grandes para toda a economia brasileira, uma vez que dependemos cada vez mais de serviços digitais e de alta disponibilidade. A preocupação também foi levada ao Ministério das Comunicações, que discute estratégias para diversificar esse cenário e proporcionar maior segurança às operações críticas.
Medidas do governo para promover a descentralização
Como resposta a esse cenário, o governo assinou uma Medida Provisória que cria o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata). Essa iniciativa oferece incentivos fiscais para empresas que investirem na expansão de infraestrutura nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Dessa forma, busca-se estimular uma distribuição mais equilibrada dos servidores e investimentos tecnológicos pelo país, fortalecendo também a economia dessas regiões.
Além do incentivo fiscal, há um esforço para diversificar os locais onde os data centers estão instalados, promovendo uma maior resiliência do sistema digital nacional. Para isso, o governo busca atrair investimentos por meio de benefícios tributários, ajudando a reduzir a dependência de poucos polos tecnológicos.
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Impacto na conectividade e inovação tecnológica
A descentralização da infraestrutura digital também traz benefícios na redução da latência — tempo de resposta para o acesso a serviços online. Com servidores mais distribuídos, o acesso a aplicações, plataformas e serviços digitais se torna mais rápido e estável, facilitando a adoção de novas tecnologias, como a computação em nuvem e inteligência artificial, que também estão recebendo incentivos no país.
Esse movimento para diversificar os data centers no Brasil é importante para alinhar o país à transformação digital global. A redução da vulnerabilidade da infraestrutura digital contribui para maior segurança cibernética, além de potencializar o crescimento de projetos inovadores que dependem de uma rede de servidores mais resistente e acessível.
Transformação e desafios futuros
O crescimento de data centers em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos apresenta desafios de infraestrutura e conectividade. Ainda assim, é uma estratégia que busca diminuir riscos e aumentar a eficiência na distribuição de recursos digitais. Propostas de melhorias na rede de fibra óptica e o incentivo ao uso de energias renováveis vão ajudar a superar obstáculos naturais na instalação dessas estruturas.
O crescimento dos data centers no Brasil também favorece a expansão de serviços mais acessíveis e de alta qualidade para diferentes regiões do país. Essa mudança pode fortalecer a inclusão digital e promover a competitividade do mercado, alinhando o Brasil à agenda mundial de inovação e segurança dos seus serviços digitais. O futuro da infraestrutura dependerá de ações integradas entre setor público e privado, para garantir uma maior resiliência e eficiência.
Via TecMundo.