ANPD mantém proibição da coleta de íris para criptoativos no Brasil

A ANPD confirma proibição da coleta de íris para criptoativos no Brasil, impedindo o Worldcoin. Proteja seus dados biométricos e entenda a decisão crucial.
Atualizado há 5 dias atrás
ANPD mantém proibição da coleta de íris para criptoativos no Brasil
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
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A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) confirmou a proibição da coleta de dados biométricos em troca de criptoativos no Brasil. A decisão, publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (06), impede a Tools for Humanity, responsável pelo projeto Worldcoin, de continuar suas operações no país. A empresa segue sem autorização para oferecer tokens em troca do registro da íris.

Em janeiro, o órgão já havia notificado a Tools for Humanity sobre a distribuição de e-tokens para quem permitia a coleta de seus dados, incluindo o registro da íris. Desde essa notificação, a prática foi suspensa. A Tools for Humanity tem tentado de várias formas retomar suas atividades no Brasil, mas até o momento não conseguiu obter sucesso.

A Polêmica da Venda de Íris no Brasil: Entenda a Proibição

Para tentar retomar as atividades, a Tools for Humanity, que faz parte da rede World ligada ao CEO da OpenAI, Sam Altman, propôs uma nova abordagem. O plano envolvia um sistema de indicação: após o cadastro dos dados biométricos, o participante poderia convidar outras pessoas, acumulando mais tokens conforme novos registros fossem feitos.

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A empresa argumentava que esse novo modelo não oferecia incentivo financeiro direto ao titular dos dados. No entanto, a ANPD não aceitou essa visão. Segundo a autoridade, a proposta não eliminava os riscos já identificados anteriormente.

Além disso, o órgão regulador entendeu que o novo sistema ainda beneficiava financeiramente os participantes. A ANPD havia classificado o tratamento de dados do projeto como “particularmente grave” por um motivo importante: a dificuldade de excluir as informações coletadas e de cancelar o consentimento dado.

A preocupação inicial da ANPD era que o pagamento pelos dados prejudicava o consentimento verdadeiro, afetando a livre vontade das pessoas. Esse ponto foi crucial na decisão. O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) apoiou a medida da ANPD, reforçando que a nova proposta não resolvia o problema inicial. Eles também destacaram que a iniciativa comprometia a autonomia dos usuários, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade.

A Tools for Humanity, em um comunicado à Folha de S.Paulo, declarou que seu projeto está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A empresa também expressou seu desacordo “respeitoso” com a decisão da ANPD.

Eles sinalizaram que podem buscar outras medidas legais para resolver a questão e esclarecer a situação. Aspectos de segurança de dados e privacidade são sempre um ponto de atenção no cenário tecnológico. Ferramentas de IA, por exemplo, geram discussões relevantes em eventos como a Black Hat 2025, onde a ameaça interna e o uso de IA são temas importantes.

O Processo de Coleta da Íris para Identidade Digital

O processo de coleta envolve o reconhecimento facial e o escaneamento da íris. Tudo isso é feito usando um dispositivo específico, o Orb. O objetivo é criar a chamada World ID.

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Essa identidade digital serve para comprovar que o usuário é uma pessoa real, não um robô. Ela pode ser usada para fazer login em vários serviços online, funcionando como um substituto para as senhas tradicionais.

Em troca da participação na iniciativa, os voluntários recebiam criptoativos. Essas moedas digitais, chamadas Worldcoins, podiam ser vendidas ou trocadas por reais. O valor que o participante recebia dependia da cotação do e-token no dia da transação.

Alguns relatos indicavam que as pessoas chegaram a receber até R$ 300 com a iniciativa. O projeto tinha dezenas de postos de atendimento na cidade de São Paulo, que foi a primeira no Brasil a receber o serviço. No entanto, a coleta de dados biométricos está suspensa no país desde a notificação da ANPD.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.