Apple ainda depende da China na produção de iPhones, mesmo com montagem na Índia

Descubra por que a Apple ainda depende da China para seus iPhones, mesmo com a produção na Índia. Entenda os desafios da cadeia de suprimentos global.
Atualizado há 4 dias atrás
Apple ainda depende da China na produção de iPhones, mesmo com montagem na Índia
(Imagem/Reprodução: Wccftech)
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A dependência da Apple da China, construída ao longo de décadas, continua forte. Relatos recentes sugerem que, embora alguns iPhones vendidos nos Estados Unidos sejam montados na Índia, essa mudança não significa uma ruptura completa da cadeia de suprimentos chinesa. Especialistas alertam que a transição total levaria anos e custos altíssimos.

Para contornar as tarifas sobre produtos chineses, a Apple tem expandido suas operações de montagem para outros países, como a Índia. Contudo, essa estratégia, embora ajude a empresa a evitar certos impostos, não altera a dependência profunda da China em termos de componentes e infraestrutura de fabricação.

Montagem na Índia e a Continuidade da Cadeia Chinesa

O CEO da Apple, Tim Cook, tem mencionado que iPhones fabricados na Índia já estão sendo vendidos nos EUA nos últimos trimestres fiscais. Essa movimentação visa, em parte, escapar das tarifas impostas por governos como o do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, o jornalista Patrick McGee, autor de “Apple in China: The Capture of the World’s Greatest Company”, oferece uma perspectiva mais detalhada sobre o assunto.

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McGee explica que, apesar da montagem final ser concluída na Índia, a vasta e complexa cadeia de suprimentos por trás dos iPhones permanece centrada na China. Ele destaca que a alteração do “último passo” na produção é o que permite que os aparelhos evitem as tarifas de importação. Isso é considerado uma mudança “substantiva” no produto para fins alfandegários.

O jornalista aponta que a profundidade e a abrangência da cadeia de suprimentos da Apple não se deslocaram da China. Para cada iPhone, são utilizados milhares de componentes minúsculos e complexos. Estes são usinados, fabricados, soldados a laser, moldados, formatados e gravados em uma rede de fábricas chinesas, que envolvem até 3 milhões de trabalhadores por ano.

Ainda segundo McGee, após a montagem de subcomponentes na China, estes são exportados para a Índia. Lá, ocorre a montagem final e o empacotamento, um processo que envolve dezenas de milhares de trabalhadores. Mover completamente essa rede de produção para fora da China exigiria anos, dezenas de bilhões de dólares e poderia gerar atritos indesejados com o governo de Pequim e os consumidores chineses.

Desafios e Perspectivas para a Cadeia de Suprimentos

Apesar de o plano da Apple ser a “desriscar” sua cadeia de suprimentos no futuro, a realidade atual mostra que os iPhones produzidos na Índia servem principalmente para evitar tarifas. Isso inclui tanto as tarifas de Modi (para o mercado indiano) quanto as tarifas de Trump (para o mercado dos EUA).

Enquanto a Apple busca flexibilidade, a China também age. Há relatos de que autoridades chinesas estariam impedindo a saída de equipamentos de fornecedores da Apple do país. Isso obriga as empresas a desenvolverem táticas engenhosas para mover seu maquinário sem serem descobertas ou penalizadas, o que adiciona mais uma camada de complicação ao cenário.

O analista Mark Gurman, da Bloomberg, já havia comentado que a mudança da produção de iPhone para os Estados Unidos é improvável. O investimento de tempo e dinheiro necessários para tal transição seria tão grande que a consideraria um “exercício de futility”. Ele também menciona que a TSMC, uma importante fornecedora de chips, enfrenta desafios similares com a transferência de tecnologia.

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Essa situação demonstra que, mesmo com esforços de diversificação, a dependência da Apple em relação à China é complexa e profundamente enraizada. A cadeia de suprimentos global, interligada há décadas, exige um esforço monumental para ser reconfigurada. Além disso, as relações comerciais entre grandes potências podem gerar consequências amplas para outras empresas de tecnologia que dependem de cadeias de produção similares, criando um cenário de “friction indesejada” para as companhias.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.