A nova Siri com IA da Apple tem gerado muita expectativa, mas parece que a empresa está enfrentando dificuldades para cumprir suas promessas. Anunciada com grande alarde, a assistente virtual repaginada, que deveria entender o usuário de forma mais intuitiva e pessoal, ainda não está pronta. Vazamentos internos revelam um certo descontentamento na Apple com os atrasos, levantando questões sobre o futuro da Siri e a capacidade da empresa de entregar inovação em inteligência artificial.
A Saga da Siri: De Promessa a Atraso
Para entender o momento atual, é preciso relembrar a trajetória da Siri. Apresentada em 2011, junto com o iPhone 4s, a Siri original era um aplicativo adquirido pela Apple que prometia revolucionar a interação com os smartphones. A ideia era simples: um assistente inteligente que ajudaria o usuário a realizar tarefas apenas com comandos de voz. Phil Schiller, executivo da Apple na época, falava sobre um celular que saberia o que você quer e resolveria tudo para você.
A demonstração da Siri, feita por Scott Forstall, ex-executivo de software da Apple, impressionou pela capacidade de entender o contexto e manter uma conversa. Era possível pedir para ler mensagens, checar a agenda e responder e-mails sem se perder. Nos anos seguintes, a Siri evoluiu, ganhando novas funcionalidades e um design mais moderno, mas nunca se tornou a assistente virtual definitiva.
Em 2013, com o iOS 7, a Siri ganhou um visual mais limpo e passou a executar ações diretas no sistema, como desligar o Bluetooth. Em 2014, o iOS 8 trouxe a função “E aí, Siri”, que permitia ativar a assistente sem tocar no aparelho. A partir de 2016, com o iOS 10, a Siri começou a ser integrada a mais aplicativos, como WhatsApp e Uber. Em 2020, com o iOS 14, a Siri adotou o formato compacto que conhecemos hoje, deixando de ocupar a tela inteira.
Agora, com o iOS 18, a Apple promete uma nova Siri com IA ainda mais inteligente e integrada, mas será que a empresa conseguirá cumprir suas promessas?
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O Que a Apple Prometeu com a Nova Siri com IA?
Durante a WWDC do ano passado, a Apple apresentou o Apple Intelligence e a nova Siri com IA. A promessa era de que, diferente dos chatbots de IA, o Apple Intelligence entenderia o usuário e seu contexto pessoal, antecipando suas necessidades. A Siri estaria conectada a todos os aplicativos, pronta para ajudar no momento certo.
A Apple demonstrou a Siri “enxergando” o que está na tela e adicionando um endereço de uma conversa a um contato com um simples comando de voz. Seria possível pedir para mostrar fotos tiradas em Nova York e, em seguida, editar uma imagem e usá-la em uma anotação no app Notas, tudo com a ajuda da assistente virtual.
Os aplicativos de outros desenvolvedores também poderiam aproveitar os recursos da nova Siri com IA através do framework App Intents e do SDK SiriKit. A grande promessa era que a Siri entenderia o contexto pessoal do usuário, buscando informações em fotos, contatos, eventos, arquivos e até em aplicativos de terceiros, como reservas de hotel e ingressos de shows.
A Siri conseguiria cruzar informações de diferentes aplicativos, como Mail, Mensagens e Mapas, para encontrar o horário de um voo recebido por e-mail, combinar um almoço com um contato por mensagem e calcular o tempo de deslocamento até o aeroporto. A integração com o ChatGPT também foi anunciada, permitindo fazer perguntas complexas e enviar fotos e documentos para análise.
A Realidade: Atrasos e Dificuldades no Desenvolvimento
Muitos desses recursos da nova Siri com IA estavam previstos para chegar em abril deste ano com o iOS 18.4, incluindo o suporte ao português. No entanto, a Apple anunciou que eles só estarão disponíveis “no próximo ano”, no mínimo. Segundo a Bloomberg, Craig Federighi, líder da divisão de software da Apple, admitiu que os recursos não estão funcionando corretamente. Funcionários da divisão de IA chegaram a cogitar refazer os recursos, o que poderia atrasar o lançamento da “nova Siri de verdade” para 2027, com o iOS 20.
Apesar dos atrasos, a Apple merece reconhecimento pelo novo design da IA e pela linguagem mais natural da Siri, que consegue entender o usuário mesmo em frases mal elaboradas. No entanto, a realidade ainda está distante do que a empresa vem divulgando em seus comerciais e em seu site. Um comercial com a atriz Bella Ramsey, de The Last of Us, promovendo um recurso da Siri que reconhece pessoas em fotos, foi retirado do ar após o adiamento.
A Apple também adicionou avisos em seu site informando que o entendimento de contexto pessoal pela Siri, o reconhecimento de conteúdo na tela e as ações no app estão em desenvolvimento e estarão disponíveis em uma atualização futura. Jacqueline Roy, porta-voz da Apple, afirmou que a Siri está mais conversacional e integrada ao ChatGPT, e que a empresa está trabalhando para deixá-la do jeito que foi anunciado, mas que levará mais tempo do que o previsto.
A situação da nova Siri com IA é diferente de outros casos da Apple, como a base de carregamento AirPower, que foi cancelada. A empresa já anunciou e demonstrou a nova Siri, e está lançando novos iPhones que foram feitos para o Apple Intelligence. A grande questão é se a Apple conseguirá entregar o que prometeu e se a Siri conseguirá se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
O Futuro da Siri e a Pressão da Concorrência
A Apple não pode mais voltar atrás como fez com o AirPower. A empresa já anunciou e demonstrou a nova Siri com IA, e a concorrência está cada vez mais forte. A Amazon revelou a Alexa+, e a Samsung tem ampliado o Galaxy AI com o Google Gemini. O iPhone 16 foi lançado como o celular “feito para o Apple Intelligence“, e a Siri é o principal destaque dessa tecnologia.
A Apple justifica os atrasos afirmando que os recursos da Siri para o Apple Intelligence e o iOS 18 ainda não estão prontos e que a empresa não quer lançar nada sem ter a certeza de que o público terá uma boa experiência. Robby Walker, diretor sênior e supervisor de desenvolvimento da Siri, teria dito à equipe que os atrasos foram “feios e embaraçosos”, especialmente porque a Apple promoveu a tecnologia antes de ela estar pronta.
Apesar dos problemas, Walker teria dito aos funcionários que a equipe deveria se orgulhar por desenvolver recursos “incrivelmente impressionantes” e que a empresa quer lançar “o melhor assistente virtual do mundo”. A Bloomberg relata que a Apple não tem planos de demitir nenhum executivo ligado ao projeto da nova Siri com IA e que a empresa pode fazer uma apresentação mais discreta sobre a assistente na WWDC deste ano, focando mais na integração com outros aplicativos e menos em novos recursos.
A verdade é que a Apple tem enfrentado dificuldades claras no campo da inteligência artificial e no desenvolvimento da nova Siri com IA. A proposta de deixar a Siri mais proativa e conversacional ainda não está concretizada, e os consumidores precisarão esperar ainda mais. Se a Apple não resolver esses problemas com agilidade, ela pode ficar ainda mais atrás de empresas como Amazon, Google e Samsung na corrida dos assistentes virtuais. A ver vamos os próximos capítulos dessa novela tecnológica.
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