Apple planejou oferecer internet via satélite para residências, revela relatório

Descubra como a Apple quase entrou no mercado de internet via satélite para residências, mas desistiu do projeto. Saiba os motivos.
Atualizado em 27/05/2025 às 11:10
Apple planejou oferecer internet via satélite para residências, revela relatório
Apple cogitou internet via satélite para casas, mas abandonou o projeto por razões estratégicas. (Imagem/Reprodução: Macrumors)
Resumo da notícia
    • A Apple explorou a criação de um serviço de internet via satélite para residências, semelhante ao Starlink, mas abandonou o projeto.
    • O objetivo era reduzir a dependência de operadoras de telefonia e oferecer uma experiência mais fluida aos usuários.
    • O cancelamento pode afetar quem esperava uma alternativa inovadora para conexão residencial.
    • Apesar disso, a Apple continuou investindo em conectividade via satélite para iPhones em áreas remotas.
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A Apple, conhecida por sua inovação, explorou a possibilidade de oferecer internet via satélite para residências, um projeto ambicioso semelhante ao Starlink. A ideia, que envolvia uma colaboração com a Boeing, visava contornar as operadoras de telefonia móvel, tidas como “parceiros necessários, mas inconvenientes”. Vamos mergulhar nos detalhes desse plano que, apesar de promissor, nunca chegou a se concretizar.

O “Projeto Eagle” da Apple e a Busca por Independência

Em 2015, a Apple iniciou conversas com a Boeing sobre o “Projeto Eagle”, um plano audacioso para fornecer serviços de internet sem fio tanto para iPhones quanto para residências. A proposta era lançar milhares de satélites em órbita ao redor da Terra, transmitindo internet diretamente para os usuários. A Apple planejava vender antenas que seriam acopladas às janelas, distribuindo a conectividade por toda a casa.

A motivação por trás do “Projeto Eagle” era clara: reduzir a dependência de outras empresas e garantir uma experiência mais fluida para os usuários. Assim como a transição para o Apple Silicon, a Apple via nesse projeto uma forma de ter maior controle sobre seus produtos e serviços. Para testar o conceito, a empresa investiu US$ 36 milhões em uma instalação em El Segundo, na Califórnia.

Preocupações e Cancelamento do Projeto

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Apesar do entusiasmo inicial, o projeto enfrentou obstáculos significativos. Originalmente programado para ser lançado em 2019, o “Projeto Eagle” nunca decolou. O CEO da Apple, Tim Cook, expressou preocupações sobre o impacto do projeto no relacionamento da empresa com as operadoras de telecomunicações. Além disso, os altos custos envolvidos e a falta de um caso de negócios claro a curto prazo também pesaram na decisão.

Em 2016, a Apple cancelou o “Projeto Eagle”, e muitos dos funcionários envolvidos deixaram a empresa. No entanto, a ideia de oferecer conectividade sem fio diferenciada para os dispositivos da Apple não foi completamente abandonada.

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Novas Tentativas e o Foco na Conectividade via Satélite

Após o cancelamento do “Projeto Eagle”, Dan Riccio, então chefe de engenharia de hardware, formou uma equipe para explorar novas oportunidades sem fio que pudessem diferenciar os dispositivos da Apple. Em 2018, a empresa iniciou conversas com provedores de internet via satélite, como a OneWeb, sobre a possibilidade de investir em um serviço de internet residencial via satélite.

A OneWeb estimou que o custo para implementar o serviço seria entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões. As mesmas preocupações que levaram ao fim do “Projeto Eagle” ressurgiram, e a Apple decidiu não seguir adiante com essa proposta.

A equipe então redirecionou seus esforços para oferecer comunicação via satélite para iPhones em áreas remotas, onde as redes celulares convencionais não estão disponíveis. Essa mudança de foco resultou no lançamento do recurso Emergency SOS via Satellite em 2022.

A Viabilidade a Longo Prazo e o Futuro da Conectividade via Satélite

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Em 2023, a equipe de satélites da Apple propôs usar uma nova geração de satélites para fornecer serviço de internet completo e irrestrito para iPhones em locais remotos. No entanto, essa opção seria significativamente mais cara do que o serviço existente da Globalstar para a Apple, exigindo a expansão de algumas dezenas de satélites para centenas. Mais uma vez, a Apple optou por não seguir adiante, temendo irritar as operadoras de telefonia móvel.

Atualmente, alguns funcionários e executivos da Apple questionam a viabilidade a longo prazo dos recursos de conectividade via satélite do iPhone. Ex-funcionários que trabalharam no projeto afirmam que a rede Globalstar já está desatualizada, lenta e limitada em comparação com a SpaceX, e que essa situação persistirá na próxima década. Aliás, você sabe SpaceX tenta novo lançamento da nave Starship após falhas anteriores.

Além disso, a Apple ainda não começou a cobrar dos usuários de iPhone pelos recursos de conectividade via satélite e estendeu o período de acesso gratuito até pelo menos setembro de 2025. A hesitação em cobrar os clientes parece estar relacionada ao receio de que o governo dos EUA passe a regular a Apple como uma operadora de telecomunicações, o que poderia forçar a empresa a construir backdoors de vigilância no iMessage.

Custos Elevados e Debate Interno

Os recursos de conectividade via satélite existentes custam à Apple centenas de milhões de dólares por ano. Alguns dos principais executivos, incluindo o chefe de software, Craig Federighi, e o chefe de desenvolvimento corporativo, Adrian Perica, defenderam a descontinuação desses recursos. Eles argumentam que os clientes são mais propensos a contratar recursos de satélite por meio de suas operadoras de telefonia móvel. Se você está procurando maneiras de combater a procrastinação, talvez repensar sobre o uso de alguns recursos do seu iPhone ajude.

A Apple, que planeja redesenhar o iPhone anualmente até 2027, tem um longo histórico de inovação e exploração de novas tecnologias. No entanto, a empresa também é conhecida por sua cautela e por evitar projetos que possam prejudicar seus relacionamentos com parceiros importantes ou que não apresentem um retorno financeiro claro. A decisão de não seguir adiante com o serviço de internet via satélite para residências é um exemplo dessa abordagem pragmática.

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Segunda: Via MacRumors

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.