Apple Watch e Mac mini deixam de ser divulgados como “carbono neutro” em todo o mundo

Apple remove menção ao selo carbono neutro do Apple Watch e Mac mini após revisão global e decisão judicial na Alemanha.
Atualizado há 1 hora
Apple Watch e Mac mini deixam de ser divulgados como "carbono neutro" em todo o mundo
(Imagem/Reprodução: Macrumors)
Resumo da notícia
    • A Apple retirou o selo “carbono neutro” do Apple Watch e do Mac mini em seu site oficialmente em todos os países.
    • Se você usa ou pretende comprar esses produtos, não verá mais a divulgação da neutralidade de carbono como benefício ambiental direto.
    • A mudança foi motivada por uma decisão judicial na Alemanha e novas regulamentações na União Europeia, refletindo maior rigor nas declarações ambientais.
    • Essa alteração indica que a Apple está unificando sua comunicação ambiental global para evitar acusações de marketing enganoso.
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Apple removeu o selo “carbono neutro” de seus produtos Apple Watch e Mac mini em seu site oficial. A mudança, notada inicialmente pelo blog francês WatchGeneration, afeta as novas gerações de smartwatches e também o computador, globalmente. Essa alteração ocorre após uma decisão judicial na Alemanha e uma reavaliação das certificações ambientais da empresa.

Apple Watch: Adeus ao Selo Carbono Neutro

Recentemente, a Apple parou de promover seus dispositivos como o Apple Watch carbono neutro em suas páginas oficiais. As páginas dos produtos para o novo Apple Watch Series 11 e Apple Watch Ultra 3 não mostram mais qualquer menção à neutralidade de carbono globalmente. Antes, modelos como o Apple Watch Series 10 e Apple Watch Ultra 2 eram anunciados com essa característica, especialmente quando combinados com pulseiras específicas, que complementavam a redução de impacto ambiental.

Essa alteração não foi repentina. Em agosto, um tribunal alemão decidiu que o Apple Watch não poderia mais ser anunciado como “carbono neutro”. A decisão veio após um grupo ambiental local acusar a Apple de greenwashing, prática de marketing que promove uma percepção de sustentabilidade que não corresponde à realidade. Essa acusação levou a um escrutínio maior sobre as declarações ambientais da empresa.

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Logo após essa decisão judicial na Alemanha, a Apple retirou a etiqueta de seu site alemão. Pouco depois, a empresa estendeu essa remoção, tirando todas as menções à neutralidade de carbono das páginas de seus produtos em todo o mundo. Essa medida global indica uma uniformização da comunicação ambiental da empresa, buscando evitar futuras controvérsias em diferentes mercados.

Mac mini e a Mudança Global da Apple

Outro exemplo notável dessa mudança é o Mac mini. Este computador também não é mais anunciado como “carbono neutro” no site da Apple. Curiosamente, essa alteração foi implementada globalmente logo após o evento do iPhone em setembro, mesmo sem que o Mac mini recebesse qualquer atualização de hardware. A remoção do selo, portanto, parece ser uma decisão de política geral, e não ligada a mudanças específicas de produto.

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A Apple já havia informado à agência Reuters que tinha planos de remover a etiqueta “carbono neutro” em toda a União Europeia. Isso aconteceria antes da entrada em vigor de uma nova regulamentação que proíbe tais alegações quando estão ligadas a projetos de compensação de carbono com emissão líquida zero, ou “créditos de carbono”. As novas regras visam garantir maior transparência nas declarações ambientais das empresas.

No entanto, a empresa decidiu ir além da União Europeia. A remoção do selo das páginas de seus produtos foi estendida para todas as regiões, incluindo os Estados Unidos. Isso sugere uma abordagem unificada da Apple para suas comunicações de sustentabilidade em nível global, possivelmente para evitar inconsistências em diferentes jurisdições e simplificar suas mensagens.

Critérios Anteriores e Controvérsias sobre Créditos de Carbono

Em um comunicado de imprensa de 2023, a Apple detalhou os rigorosos critérios para que cada modelo de Apple Watch fosse considerado “carbono neutro”. Isso incluía o uso de 100% de eletricidade limpa na fabricação e no uso do produto, além de pelo menos 30% de material reciclado ou renovável por peso. Tais especificações buscavam minimizar o impacto ambiental desde a produção até a entrega ao consumidor.

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Outro ponto importante era que no mínimo 50% dos envios dos produtos deveriam ocorrer sem o uso de transporte aéreo. A empresa afirmava que esses esforços combinados resultavam em uma redução de, no mínimo, 75% nas emissões de carbono dos produtos. Para o restante, a Apple mencionava o uso de “créditos de carbono de alta qualidade” para compensar as emissões que não podiam ser eliminadas diretamente.

A Apple esclareceu que seus créditos de carbono viriam principalmente de projetos baseados na natureza. Estes projetos seriam focados na remoção de carbono da atmosfera, como a restauração de pastagens, pântanos e florestas. Um exemplo mencionado foi a parceria com a Forestal Apepu para desenvolver florestas de eucalipto em terras desmatadas no Paraguai, buscando contribuir para a biodiversidade e a captura de carbono.

No entanto, essa abordagem não era isenta de críticas. Alguns ecologistas, conforme reportado pela Reuters, indicaram que plantações como as de eucalipto podem, na verdade, prejudicar a biodiversidade e exigir um alto consumo de água. Essas preocupações levantam questionamentos sobre a verdadeira eficácia e o impacto ecológico a longo prazo de certas iniciativas de compensação.

Com todas essas mudanças e debates, os planos futuros da Apple para o uso de créditos de carbono permanecem incertos. A empresa pode estar reavaliando sua estratégia de sustentabilidade para atender a novas regulamentações e expectativas, e também com o avanço da IA, como visto na discussão entre a Apple e ChatGPT.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.