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- A Cognition adquiriu a startup Windsurf, que desenvolve ambientes de IA para programação.
- A compra busca integrar tecnologia de agentes de IA ao ambiente de desenvolvimento de software.
- A iniciativa pode transformar o modo como programadores utilizam IA, aumentando produtividade.
- A aquisição reforça a competitividade do mercado de IA para desenvolvimento de software no Brasil.
A Cognition, empresa por trás do engenheiro autônomo de inteligência artificial Devin, anunciou um acordo para adquirir a Windsurf. A Windsurf é uma startup conhecida por seu ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) que usa agentes de IA. Essa aquisição unirá as tecnologias das duas companhias para otimizar o trabalho de desenvolvedores.
Acordo Fragmentado: Google e a Aquisição da Windsurf pela Cognition
O cenário da compra da Windsurf se desenrolou de forma única, com diferentes partes adquirindo elementos distintos da empresa. Na semana anterior ao anúncio da Cognition, o Google já havia contratado Varun Mohan, cofundador e CEO da Windsurf, além de outros membros da equipe de pesquisa e desenvolvimento sênior. O Google confirmou essas contratações em 11 de julho.
Relatos da CNBC indicaram que o Google pagou US$ 2,4 bilhões em compensações e taxas de licenciamento. Esse valor incluiu uma licença não exclusiva para tecnologias específicas da Windsurf. É importante ressaltar que o acordo do Google não envolveu investimento em ações na Windsurf nem a aquisição completa da empresa.
Apesar da saída dos fundadores, a Windsurf manteve a capacidade de licenciar sua tecnologia para outras empresas. Ela continuará operando de forma independente sob a liderança de Jeff Wang, o novo CEO interino. Essa divisão da empresa é resultado de meses turbulentos, com conversas de aquisição que não avançaram e mudanças na liderança.
O Bloomberg havia noticiado em maio de 2025 que a OpenAI estava em negociações exclusivas para comprar a Windsurf por até US$ 3 bilhões. No entanto, essas conversas não progrediram e o período de exclusividade expirou, como a OpenAI informou posteriormente à CNBC. Este desenrolar complexo resultou em uma saída fragmentada para a startup.
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Reconciliação com a Anthropic
Um dos momentos mais desafiadores para a Windsurf ocorreu em junho, quando a Anthropic, desenvolvedora de modelos de IA, cancelou o acesso da Windsurf à sua família de modelos Claude 3.x. Em um comunicado publicado em seu blog, a Windsurf confirmou que a Anthropic havia interrompido quase toda a capacidade de API de seus modelos, como o Claude 3.5 Sonnet e Claude 3.7 Sonnet, com menos de uma semana de aviso.
Como consequência, a Windsurf precisou redirecionar o tráfego por meio de provedores de inferência de terceiros. Também houve restrições no acesso para usuários da modalidade gratuita da plataforma. A empresa ainda lançou preços promocionais para o Gemini Pro como uma alternativa temporária. Para mais detalhes sobre as ferramentas que usam IA, veja este artigo sobre ferramentas para humanizar textos de IA e evitar detecção.
Jared Kaplan, cofundador da Anthropic, explicou a decisão em um evento, afirmando que a empresa não via sentido em fornecer seus modelos para um concorrente direto como a OpenAI. Ele mencionou a tensão competitiva e a capacidade de processamento limitada da Anthropic. Kaplan adicionou que a Anthropic prefere se concentrar em parcerias duradouras. Você pode se aprofundar sobre o universo Google e seus recursos em Google aprimora recursos de interação com conteúdo digital.
No vídeo de anúncio da aquisição pela Cognition, Jeff Wang mencionou: “E claro, somos amigos novamente da Anthropic”. Isso faz referência direta à interrupção anterior do acesso aos modelos Claude. A Windsurf, em seu comunicado anterior, havia expressado decepção, mas reforçou que sua plataforma oferecia mais do que apenas acesso a modelos de IA.
Nova Visão de Produto com a Fusão Windsurf e Cognition/Devin
O acordo com a Cognition traz uma direção operacional clara para a Windsurf. Em um vídeo que divulgou o negócio, Scott Wu, CEO da Cognition, explicou como as duas plataformas serão integradas. Ele descreveu um cenário onde desenvolvedores podem planejar tarefas na Windsurf, usar um “time de Devins” e revisar solicitações de pull (PRs) diretamente no IDE.
O Devin, que tem a capacidade de completar tarefas de software de forma autônoma, como corrigir erros e implementar aplicativos, agora será incorporado ao IDE da Windsurf. As empresas afirmam que essa configuração permitirá que os desenvolvedores deleguem tarefas repetitivas a múltiplos agentes de IA. Essa capacidade de automação com IA se alinha com as mudanças no mercado de trabalho.
Os desenvolvedores ainda terão controle sobre as decisões arquitetônicas cruciais. A Cognition vê essa integração como um passo importante para construir sistemas colaborativos entre humanos e agentes de IA. A empresa acredita que o IDE da Windsurf oferece a interface necessária para tornar os fluxos de trabalho com agentes práticos em larga escala. Ambas as empresas expressaram confiança nos benefícios para os usuários.
O blog post da Windsurf também trouxe mais detalhes sobre os planos de produto. Ele confirmou que recursos existentes da Windsurf, como o Tab e o Cascade — usados para codificação manual e de alta alavancagem — permanecerão integrados ao IDE. Assim, os desenvolvedores poderão atribuir trabalho a uma equipe de Devins, enquanto ainda podem intervir para completar ou editar partes complexas do código.
Mercado em Consolidação
A nova entidade formada pela Cognition e Windsurf entra em concorrência direta com nomes como GitHub Copilot, Replit, Cursor e outras plataformas de desenvolvimento com IA. Plataformas como o Gemini do Google e o Visual Studio Code da Microsoft com seu “modo agente” também estão expandindo rapidamente neste segmento. A Microsoft, por exemplo, também está focando em IA para segurança, conforme Microsoft disponibiliza Security Copilot em Entra para administradores de TI.
O Devin ganhou destaque recentemente por sua capacidade de resolver problemas no GitHub e completar tarefas de codificação de ponta a ponta de forma autônoma. Unir essa capacidade com o ambiente personalizável da Windsurf, que inclui recursos como Previews, Reviews e fluxos de trabalho empresariais, pode resultar em um produto com menos barreiras e mais automação do que os concorrentes.
Contudo, a disputa por talentos técnicos é intensa. A contratação da equipe fundadora da Windsurf pelo Google, incluindo Varun Mohan e Douglas Chen, mostra que saídas, mesmo que parciais, podem ter custos bilionários. Empresas como Meta, Amazon e Microsoft fizeram movimentos similares, incorporando figuras importantes de startups como Scale AI, Adept e Inflection. Apesar da mudança de liderança, a Windsurf segue operando sob a gestão de Jeff Wang.
Wang afirmou que a maior parte da equipe da Windsurf continuará desenvolvendo o produto com o objetivo de maximizar seu impacto nas empresas. Ele também destacou que a equipe escolheu a Cognition entre outras opções viáveis, citando não apenas o alinhamento técnico, mas também a admiração: “Eles eram a única equipe que nos assustava.” Wang ressaltou que a receita da Cognition está crescendo ainda mais rápido que a da Windsurf e que seu financiamento de US$ 300 milhões e avaliação de US$ 4 bilhões indicam uma forte base financeira.
A empresa deve focar na prontidão para o ambiente corporativo, nas capacidades de IDE com agentes e em implantações híbridas/federadas. Essas são características fundamentais que a ajudaram a se destacar em um mercado concorrido. Para os desenvolvedores, o futuro agora combina continuidade e mudança: um produto que continua vivo dentro da Cognition, uma equipe fundadora agora na DeepMind e um cenário que se consolida rapidamente em torno do acesso a modelos e talentos de engenharia.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.