Aquisição da Windsurf pela Cognition reforça fusão de tecnologias de IA

Cognition anuncia a compra da Windsurf e integra suas tecnologias de IA, visando aprimorar ferramentas de desenvolvimento e automação para programadores no Brasil
Atualizado há 18 horas atrás
Aquisição da Windsurf pela Cognition reforça fusão de tecnologias de IA
Cognition adquire Windsurf para aprimorar IA em ferramentas de desenvolvimento no Brasil. (Imagem/Reprodução: Venturebeat)
Resumo da notícia
    • A Cognition adquiriu a startup Windsurf, que desenvolve ambientes de IA para programação.
    • A compra busca integrar tecnologia de agentes de IA ao ambiente de desenvolvimento de software.
    • A iniciativa pode transformar o modo como programadores utilizam IA, aumentando produtividade.
    • A aquisição reforça a competitividade do mercado de IA para desenvolvimento de software no Brasil.
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A Cognition, empresa por trás do engenheiro autônomo de inteligência artificial Devin, anunciou um acordo para adquirir a Windsurf. A Windsurf é uma startup conhecida por seu ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) que usa agentes de IA. Essa aquisição unirá as tecnologias das duas companhias para otimizar o trabalho de desenvolvedores.

Acordo Fragmentado: Google e a Aquisição da Windsurf pela Cognition

O cenário da compra da Windsurf se desenrolou de forma única, com diferentes partes adquirindo elementos distintos da empresa. Na semana anterior ao anúncio da Cognition, o Google já havia contratado Varun Mohan, cofundador e CEO da Windsurf, além de outros membros da equipe de pesquisa e desenvolvimento sênior. O Google confirmou essas contratações em 11 de julho.

Relatos da CNBC indicaram que o Google pagou US$ 2,4 bilhões em compensações e taxas de licenciamento. Esse valor incluiu uma licença não exclusiva para tecnologias específicas da Windsurf. É importante ressaltar que o acordo do Google não envolveu investimento em ações na Windsurf nem a aquisição completa da empresa.

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Apesar da saída dos fundadores, a Windsurf manteve a capacidade de licenciar sua tecnologia para outras empresas. Ela continuará operando de forma independente sob a liderança de Jeff Wang, o novo CEO interino. Essa divisão da empresa é resultado de meses turbulentos, com conversas de aquisição que não avançaram e mudanças na liderança.

O Bloomberg havia noticiado em maio de 2025 que a OpenAI estava em negociações exclusivas para comprar a Windsurf por até US$ 3 bilhões. No entanto, essas conversas não progrediram e o período de exclusividade expirou, como a OpenAI informou posteriormente à CNBC. Este desenrolar complexo resultou em uma saída fragmentada para a startup.

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Reconciliação com a Anthropic

Um dos momentos mais desafiadores para a Windsurf ocorreu em junho, quando a Anthropic, desenvolvedora de modelos de IA, cancelou o acesso da Windsurf à sua família de modelos Claude 3.x. Em um comunicado publicado em seu blog, a Windsurf confirmou que a Anthropic havia interrompido quase toda a capacidade de API de seus modelos, como o Claude 3.5 Sonnet e Claude 3.7 Sonnet, com menos de uma semana de aviso.

Como consequência, a Windsurf precisou redirecionar o tráfego por meio de provedores de inferência de terceiros. Também houve restrições no acesso para usuários da modalidade gratuita da plataforma. A empresa ainda lançou preços promocionais para o Gemini Pro como uma alternativa temporária. Para mais detalhes sobre as ferramentas que usam IA, veja este artigo sobre ferramentas para humanizar textos de IA e evitar detecção.

Jared Kaplan, cofundador da Anthropic, explicou a decisão em um evento, afirmando que a empresa não via sentido em fornecer seus modelos para um concorrente direto como a OpenAI. Ele mencionou a tensão competitiva e a capacidade de processamento limitada da Anthropic. Kaplan adicionou que a Anthropic prefere se concentrar em parcerias duradouras. Você pode se aprofundar sobre o universo Google e seus recursos em Google aprimora recursos de interação com conteúdo digital.

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No vídeo de anúncio da aquisição pela Cognition, Jeff Wang mencionou: “E claro, somos amigos novamente da Anthropic”. Isso faz referência direta à interrupção anterior do acesso aos modelos Claude. A Windsurf, em seu comunicado anterior, havia expressado decepção, mas reforçou que sua plataforma oferecia mais do que apenas acesso a modelos de IA.

Nova Visão de Produto com a Fusão Windsurf e Cognition/Devin

O acordo com a Cognition traz uma direção operacional clara para a Windsurf. Em um vídeo que divulgou o negócio, Scott Wu, CEO da Cognition, explicou como as duas plataformas serão integradas. Ele descreveu um cenário onde desenvolvedores podem planejar tarefas na Windsurf, usar um “time de Devins” e revisar solicitações de pull (PRs) diretamente no IDE.

O Devin, que tem a capacidade de completar tarefas de software de forma autônoma, como corrigir erros e implementar aplicativos, agora será incorporado ao IDE da Windsurf. As empresas afirmam que essa configuração permitirá que os desenvolvedores deleguem tarefas repetitivas a múltiplos agentes de IA. Essa capacidade de automação com IA se alinha com as mudanças no mercado de trabalho.

Os desenvolvedores ainda terão controle sobre as decisões arquitetônicas cruciais. A Cognition vê essa integração como um passo importante para construir sistemas colaborativos entre humanos e agentes de IA. A empresa acredita que o IDE da Windsurf oferece a interface necessária para tornar os fluxos de trabalho com agentes práticos em larga escala. Ambas as empresas expressaram confiança nos benefícios para os usuários.

O blog post da Windsurf também trouxe mais detalhes sobre os planos de produto. Ele confirmou que recursos existentes da Windsurf, como o Tab e o Cascade — usados para codificação manual e de alta alavancagem — permanecerão integrados ao IDE. Assim, os desenvolvedores poderão atribuir trabalho a uma equipe de Devins, enquanto ainda podem intervir para completar ou editar partes complexas do código.

Mercado em Consolidação

A nova entidade formada pela Cognition e Windsurf entra em concorrência direta com nomes como GitHub Copilot, Replit, Cursor e outras plataformas de desenvolvimento com IA. Plataformas como o Gemini do Google e o Visual Studio Code da Microsoft com seu “modo agente” também estão expandindo rapidamente neste segmento. A Microsoft, por exemplo, também está focando em IA para segurança, conforme Microsoft disponibiliza Security Copilot em Entra para administradores de TI.

O Devin ganhou destaque recentemente por sua capacidade de resolver problemas no GitHub e completar tarefas de codificação de ponta a ponta de forma autônoma. Unir essa capacidade com o ambiente personalizável da Windsurf, que inclui recursos como Previews, Reviews e fluxos de trabalho empresariais, pode resultar em um produto com menos barreiras e mais automação do que os concorrentes.

Contudo, a disputa por talentos técnicos é intensa. A contratação da equipe fundadora da Windsurf pelo Google, incluindo Varun Mohan e Douglas Chen, mostra que saídas, mesmo que parciais, podem ter custos bilionários. Empresas como Meta, Amazon e Microsoft fizeram movimentos similares, incorporando figuras importantes de startups como Scale AI, Adept e Inflection. Apesar da mudança de liderança, a Windsurf segue operando sob a gestão de Jeff Wang.

Wang afirmou que a maior parte da equipe da Windsurf continuará desenvolvendo o produto com o objetivo de maximizar seu impacto nas empresas. Ele também destacou que a equipe escolheu a Cognition entre outras opções viáveis, citando não apenas o alinhamento técnico, mas também a admiração: “Eles eram a única equipe que nos assustava.” Wang ressaltou que a receita da Cognition está crescendo ainda mais rápido que a da Windsurf e que seu financiamento de US$ 300 milhões e avaliação de US$ 4 bilhões indicam uma forte base financeira.

A empresa deve focar na prontidão para o ambiente corporativo, nas capacidades de IDE com agentes e em implantações híbridas/federadas. Essas são características fundamentais que a ajudaram a se destacar em um mercado concorrido. Para os desenvolvedores, o futuro agora combina continuidade e mudança: um produto que continua vivo dentro da Cognition, uma equipe fundadora agora na DeepMind e um cenário que se consolida rapidamente em torno do acesso a modelos e talentos de engenharia.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.