Argentina lidera comércio automotivo com Brasil no primeiro trimestre de 2025

Com a Argentina liderando as negociações, o comércio automotivo com Brasil teve um início de ano agitado em 2025. O país vizinho se destacou como o principal destino das exportações e a maior origem das importações de veículos no primeiro trimestre. Dados da Análise Setorial do Data OLX Autos revelam um crescimento notável nas relações comerciais do setor.

A Argentina se tornou um parceiro comercial crucial para o Brasil no setor automotivo. Vamos conferir os números e os fatores que impulsionaram essa liderança.

Argentina lidera as exportações e importações

A Argentina absorveu 69% das exportações brasileiras de veículos, superando o México (7%) e a Colômbia (6,9%). Nas importações, a liderança também é dos hermanos, com 33% de participação, deixando a China em segundo lugar com 22%, e o México em terceiro com 15%.

O levantamento do Data OLX Autos, baseado em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), aponta um cenário positivo para o setor automotivo brasileiro. As exportações cresceram 15,3% e as importações, 23,4% entre março de 2024 e março de 2025.

No primeiro trimestre de 2025, as vendas de automóveis leves para o exterior tiveram um aumento de 38,7%. Esse crescimento superou o das importações, que registraram uma alta de 25,4% no mesmo período.

Flávio Passos, VP de Autos do Grupo OLX, destaca a importância da recuperação econômica da Argentina para esses resultados. “A recuperação econômica da Argentina acabou impulsionando esses resultados e posicionou o país como parceiro relevante do Brasil, tanto como destino quanto origem desses veículos”, explica.

Vale destacar que, nas importações de carros em 2025, a Argentina ultrapassou a China. No acumulado de janeiro a novembro de 2024, os carros chineses lideravam com 40% das origens, enquanto os argentinos representavam 27%.

Segundo Passos, os dados indicam um cenário promissor para o setor automotivo. A estabilidade na concessão de crédito e no volume de financiamentos para a compra de veículos contribui para esse otimismo. “Entre janeiro e março, observamos um crescimento na produção e nas vendas de veículos novos, além de um desempenho sólido no mercado de seminovos e usados”, completa.

Produção e vendas automotivas em alta

A produção de veículos novos apresentou um aumento de 10,2% no acumulado de 12 meses até março de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre, o crescimento foi de 8,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024.

As vendas de automóveis e comerciais leves zero quilômetro subiram 10,9% no comparativo de março de 2025 com março de 2024. No trimestre, a venda de novos cresceu 7,6%. Os dados são da Anfavea.

As comercializações de automóveis seminovos e usados também apresentaram crescimento. No acumulado de 12 meses, o aumento foi de 9%, e no trimestre, de 3,9%.

Desafios macroeconômicos e comércio automotivo com Brasil

No final de 2024, as previsões já indicavam que um dos principais desafios para o setor seria o aumento da Selic. A alta da taxa impactaria o custo do financiamento de veículos, especialmente os mais novos, e aumentaria a inadimplência.

A conjuntura atual traz ainda mais desafios, como as incertezas causadas pela guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos. Entre os impactos mais relevantes estão o enfraquecimento das relações comerciais com a China, o risco aumentado de recessão global, a alta volatilidade nos preços das commodities e os entraves na logística global de transporte.

No setor automotivo, o anúncio e a suspensão de tarifas geram incertezas. Brasil e Argentina correm o risco de perder investimentos planejados por montadoras.

A previsão de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2025 é de 2%, de acordo com o boletim Focus do Banco Central. Esse número é inferior à alta de 3,4% observada em 2024 e reflete fatores como a alta da Selic, que em março registrou 14,25%.

Em março, o IPCA atingiu 5,48% no acumulado em 12 meses. No setor automotivo, a inflação para veículos novos segue a tendência de queda observada em 2024, chegando a 4,70% para os carros novos. O cenário é de deflação, atingindo -0,97%, de acordo com dados do IBGE e Banco Central.

Os juros para financiamento de veículos também aumentaram até janeiro. Em fevereiro, a taxa para pessoas físicas apresentou leve queda de -0,3 pontos percentuais, atingindo 29,1%. Para pessoas jurídicas, a taxa é de 20%.

A concessão de crédito real para a aquisição de automóveis recuou 0,4% em janeiro, em comparação a dezembro. Em fevereiro, cresceu apenas 0,1 ponto percentual (p.p.), em comparação com o mês anterior. Quer saber mais sobre o mercado? Aproveite e veja agora mesmo como a Startup QINV capta R$ 1 milhão para plataforma de investimentos automatizados.

O cenário para o comércio automotivo com Brasil em 2025 é de desafios e oportunidades. A liderança da Argentina, impulsionada pela sua recuperação econômica, é um fator positivo. No entanto, as incertezas macroeconômicas e a guerra comercial exigem atenção e estratégias para mitigar os riscos.

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Segunda: Via InfoMoney