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- O aumento do IOF e a alta da Selic estão dificultando o acesso ao crédito para médios produtores rurais no Brasil.
- Informar sobre os desafios enfrentados pelos médios produtores e as soluções propostas por especialistas.
- O custo mais alto do crédito pode limitar a produção e o crescimento do setor agropecuário.
- Especialistas sugerem medidas como securitização simplificada e estruturas coletivas de crédito para aliviar o problema.
O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tem complicado o acesso ao crédito para o médio produtor rural no Brasil. Além do IOF, a taxa Selic elevada e a escassez de alternativas de financiamento também são grandes desafios. Especialistas alertaram sobre essa situação durante o 2º Congresso Brasileiro de Direito do Mercado de Capitais, realizado no Rio de Janeiro.
Fabrício Almeida, diretor jurídico da XP, e Renato Buranello, advogado especialista em mercado financeiro e agronegócio, foram alguns dos especialistas que abordaram o tema no evento. Eles destacaram que o médio produtor, que representa uma parcela significativa da produção agropecuária nacional, está particularmente vulnerável.
Segundo Fabrício Almeida, os pequenos produtores ainda conseguem acessar linhas de crédito subsidiadas. Já os grandes produtores, com maior capacidade de planejamento e garantias, podem recorrer a instrumentos como debêntures, CRAs ou até mesmo estruturar operações com Fiagros. O médio produtor, no entanto, enfrenta mais dificuldades.
“Com a Selic a 14,75%, o custo do crédito já era bastante alto. Agora, com o IOF de 3,95% sobre operações de empréstimos de dois anos, ficou ainda mais caro”, explicou Almeida. Buranello complementou, afirmando que “não se encontra investidor do dia para a noite. Para esse perfil de produtor, o mercado ainda é um caminho distante”.
Crédito Concentrado e Desafios Estruturais
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Mesmo com o crescimento da indústria de Fiagros e CRAs, o acesso a esses instrumentos financeiros exige uma estruturação jurídica robusta, capacidade de governança e escala, atributos que o médio produtor rural frequentemente não possui. Essa falta de estrutura acaba limitando suas opções de financiamento.
Buranello ressaltou a importância do preparo e do relacionamento para acessar o mercado de capitais. “É um mercado que exige preparação e relacionamento. Sem assistência técnica e estrutura mínima, é difícil estruturar uma emissão ou mesmo entender como entrar nesse ecossistema”, destacou o advogado.
João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também esteve presente no evento e reconheceu os desafios enfrentados pelo setor. Ele reforçou a importância do agronegócio para o mercado de capitais, destacando que o setor representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB), mas apenas 3,5% do volume movimentado no mercado regulado.
Nascimento enfatizou que há um grande potencial de crescimento para o agronegócio no mercado de capitais. “O agro é um trator. Plantamos as sementes, adubamos o caminho e agora começamos a colher”, disse o presidente da CVM. Ele também mencionou o aumento de 354% no volume de emissões ligadas ao agro nos últimos dois anos, mas reconheceu que ainda existem entraves estruturais.
Alternativas e Soluções para o Médio Produtor
Para melhorar o acesso ao crédito para o médio produtor rural, os especialistas defenderam o fortalecimento de mecanismos de securitização simplificada, o estímulo a estruturas coletivas de crédito e o uso do FiAgro como ferramenta de acesso para quem ainda está fora do mercado formal. Essas medidas poderiam facilitar o acesso a recursos financeiros e impulsionar o crescimento do setor.
Além das soluções financeiras, os especialistas também destacaram a importância de medidas institucionais para apoiar o médio produtor. “A solução não é só financeira, é institucional. É preciso fomentar associações, cooperativas, criar pontes entre mercado e produtor”, concluiu Buranello.
É importante lembrar que a tecnologia impulsiona a transformação no mercado de seguros no Brasil, um setor que pode oferecer soluções inovadoras para mitigar riscos no agronegócio.
A descentralização de data centers proposta pelo MDIC também pode ser benéfica, ao impulsionar a tecnologia no Brasil e facilitar o acesso a ferramentas essenciais para o planejamento e gestão da produção agrícola.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Via InfoMoney