Aumento na conta de luz pode elevar despesas domésticas no Brasil

Reajustes na tarifa de energia elevam o valor da conta de luz em várias regiões, impactando o orçamento familiar e a rotina do consumidor brasileiro.
Atualizado há 11 horas atrás
Aumento na conta de luz pode elevar despesas domésticas no Brasil
Reajustes nas tarifas de energia afetam o bolso e a rotina das famílias brasileiras. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • A conta de luz apresentará valores mais altos devido ao reajuste aprovado pela ANEEL na última semana.
    • O aumento médio nas tarifas varia entre 13,94% e 15,77%, afetando milhões de consumidores de diferentes regiões.
    • O reajuste decorre do aumento em encargos setoriais, custos de distribuição, compra de energia e condições da geração hidrelétrica.
    • A permanência da bandeira tarifária vermelha aumenta ainda mais o valor final na conta de luz devido ao uso de usinas termelétricas.
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A conta de luz vai apresentar valores mais elevados para os moradores de São Paulo, clientes da Enel, a partir desta sexta-feira (04). O reajuste, aprovado pela ANEEL na última terça-feira (1º), poderá chegar a 15,77% em alguns casos. Afetará os 24 municípios atendidos pela concessionária, incluindo a capital, impactando mais de 8 milhões de unidades consumidoras.

De acordo com os cálculos da ANEEL, a média do aumento na conta de luz dos clientes será de 13,94%. Essa alteração nas tarifas é parte do reajuste anual da empresa, que busca equilibrar os custos de operação e investimento na rede de distribuição de energia elétrica. É importante que os consumidores estejam cientes desses novos valores para planejar seus gastos.

Por que a Conta de Luz da Enel está mais cara?

A ANEEL explicou que o reajuste nas tarifas da Enel foi impulsionado por fatores que a distribuidora de energia não consegue controlar diretamente. Um dos principais motivos foi o aumento nos custos com encargos setoriais, que subiram 6,44%. Esses encargos são valores determinados por políticas governamentais e setoriais que financiam diversas iniciativas do setor elétrico.

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Outro ponto significativo foi a retirada de componentes financeiros que, no ano anterior, ajudaram a diminuir a correção tarifária. Essa mudança resultou em uma elevação de 7,97% nas tarifas. Esses componentes são mecanismos regulatórios que suavizam os impactos de variações nos custos e receitas da concessionária.

Além disso, outros elementos contribuíram para o aumento. Os custos de distribuição, que envolvem a manutenção e operação da rede, ficaram 1,02% mais caros. Já os custos relacionados à compra de energia tiveram um acréscimo de 1,38%. Esses valores são repassados aos consumidores conforme a regulamentação vigente.

Usinas como as da Eletrobras e de Itaipu também viram seus encargos aumentarem, influenciados pela valorização do dólar, o que impacta os contratos e custos de geração. Em contrapartida, os custos de transmissão representaram um impacto negativo de 0,52%, ou seja, uma redução percentual que ajudou a mitigar parte do aumento total.

Um fator positivo para os consumidores foi a redução de 1,49% devido ao fim da cobrança da Conta Covid e da Conta Escassez Hídrica. Essas contas foram criadas em períodos específicos para cobrir custos emergenciais e extraordinários, e sua descontinuação aliviou um pouco a pressão sobre as tarifas.

Segundo a concessionária, a estrutura do reajuste tarifário se divide em duas partes principais. A “Parcela A” abrange os custos que não são responsabilidade direta da empresa, como encargos, transmissão e compra de energia, e teve uma variação de +7,30%. A “Parcela B”, por sua vez, inclui os custos gerenciados pela própria empresa, que apresentaram uma variação de +1,02%.

Com esse cenário, as tarifas da Enel terão diferentes elevações. Para os consumidores conectados em redes de baixa tensão, como residências, o aumento será de 13,26%. Pequenos comércios, também em baixa tensão, pagarão 13,47% a mais. Já para os consumidores ligados em redes de alta tensão, como grandes indústrias, o aumento será de 15,77%.

Bandeira tarifária vermelha permanece

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Além do reajuste anual da Enel, outro fator que pode elevar o valor da conta de luz é a manutenção da bandeira tarifária vermelha, que já estava em vigor em junho. Essa bandeira indica condições desfavoráveis de geração de energia no país, influenciando diretamente o custo final para o consumidor.

As projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam que o volume de chuvas deve continuar baixo. Essa escassez hídrica impacta diretamente a capacidade de geração de energia das hidrelétricas, que são a principal fonte de eletricidade no Brasil e possuem um custo mais baixo de operação.

Nesse cenário de pouca chuva, a ANEEL justificou a permanência da bandeira vermelha. Isso ocorre devido à necessidade de ativar as usinas termelétricas, que são mais caras para operar, a fim de assegurar o fornecimento normal de energia e evitar qualquer risco de desabastecimento.

O custo adicional gerado por essas usinas termelétricas é repassado diretamente ao consumidor final, elevando a conta. As termelétricas utilizam combustíveis fósseis, tornando sua operação mais cara em comparação com a geração hidrelétrica.

Com a bandeira vermelha no patamar 1, há uma cobrança extra de R$ 0,04463 por kWh consumido. Esse valor é somado à tarifa base, impactando diretamente o total a ser pago na fatura. Cada unidade consumidora é afetada por essa taxa adicional em seu consumo mensal.

Isso se traduz em um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh gastos pela unidade consumidora. Essa tarifa adicional, somada ao reajuste anual já mencionado, pode resultar em um valor final ainda mais alto na sua próxima conta, exigindo atenção aos hábitos de consumo.

Como aliviar o impacto na conta de luz?

Com a energia elétrica mais cara, algumas adaptações nos hábitos do dia a dia podem ser necessárias para evitar gastos extras. Confira dicas para economizar:

  • Evite tomar banhos demorados e, se possível, mantenha o chuveiro na posição “verão”, mesmo com o tempo mais frio, para reduzir o consumo de energia do aquecimento.
  • Prefira as lâmpadas de LED em vez das fluorescentes e halógenas, pois elas são significativamente mais eficientes e duram mais tempo, representando economia a longo prazo.
  • Mantenha as luzes desligadas durante o dia, aproveitando ao máximo a iluminação natural, e à noite ilumine apenas os cômodos que estão sendo utilizados, concentrando a luz onde é realmente necessária.
  • Não deixe a TV ligada sem necessidade e utilize a função “timer” na hora de dormir para programar o desligamento automático, evitando consumo desnecessário durante o sono.
  • Passe a maior quantidade de roupas de uma vez, ajustando a temperatura do ferro conforme o tipo de tecido, e evite ligá-lo nos horários de pico de consumo, quando a energia é mais cara.
  • O mesmo vale para a máquina de lavar roupas, que deve ser utilizada em sua capacidade total, realizando uma única carga em vez de várias pequenas, otimizando o uso de água e energia.
  • Ajuste o termostato da geladeira conforme as instruções do fabricante, mantendo-a desencostada da parede para melhor ventilação e evitando abrir a porta com frequência para não perder o frio.
  • Aproveite as temperaturas mais baixas do inverno e não ligue o ar-condicionado sem necessidade para evitar consumo excessivo, já que este é um dos aparelhos que mais gastam energia.
  • Dê preferência aos eletrodomésticos com maior eficiência energética, verificando o selo Procel e o selo INMETRO na hora da compra. Para descontos em dispositivos Amazon e outras plataformas, pesquise antes de adquirir novos equipamentos.

Essas são algumas estratégias que podem ajudar a controlar os gastos com energia em um período de tarifas mais elevadas. Pequenas mudanças diárias nos hábitos de consumo podem fazer uma grande diferença no orçamento doméstico ao longo do mês.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.