Bateria de silício-carbono poderia ter melhorado o desempenho do iPhone Air

Entenda como a bateria de silício-carbono poderia ter impactado a autonomia do iPhone Air da Apple.
Atualizado há 6 horas
Bateria de silício-carbono poderia ter melhorado o desempenho do iPhone Air
(Imagem/Reprodução: Wccftech)
Resumo da notícia
    • O iPhone Air da Apple enfrenta baixa demanda e queda na produção de componentes em até 80%.
    • Você pode entender como a bateria de silício-carbono poderia equilibrar um design fino com maior autonomia.
    • Essa tecnologia permite baterias mais compactas e com maior capacidade, melhorando a experiência do usuário.
    • Outras marcas chinesas já usam baterias de silício-carbono em celulares finos, destacando a viabilidade da tecnologia.
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O iPhone Air da Apple tem enfrentado uma recepção morna no mercado. Notícias recentes apontam que a empresa já está reduzindo drasticamente a produção de componentes para este modelo. Muitos se perguntam se uma tecnologia de bateria diferente poderia ter mudado o rumo desse aparelho, que prometia um design ultrafino, mas que talvez não tenha agradado a todos.

De acordo com um relatório recente de Ming-Chi Kuo, analista conhecido na indústria, a Apple solicitou aos seus fornecedores que diminuam a produção de peças para o iPhone Air em até 80%. Essa decisão vem após uma demanda abaixo do esperado para o smartphone que foi lançado com o propósito de ser um dispositivo extremamente fino.

A surpresa não é tão grande, considerando que o iPhone Air possui a menor capacidade de bateria entre todos os modelos da linha iPhone 17. Essa característica, focada na redução da espessura, pode ter comprometido a experiência de uso para muitos consumidores. Aparentemente, a busca por um design “superfino” não se alinhou com as expectativas de autonomia dos usuários.

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No entanto, a Apple poderia ter evitado essa situação se tivesse explorado outras opções de tecnologia de bateria. Uma alternativa disponível, e já utilizada por outras fabricantes, seriam as baterias de silício-carbono, que poderiam oferecer uma solução para o dilema entre um corpo fino e uma boa duração de carga.

A Bateria de silício-carbono: Mais Energia para o iPhone Air Fino

As baterias convencionais de íons de lítio geralmente contam com um cátodo de óxido de lítio e um ânodo de grafite. Durante a descarga, os íons de lítio se movem do ânodo para o cátodo, atravessando um eletrólito. Enquanto isso, o ânodo atrai ânions carregados negativamente, que reagem quimicamente e liberam elétrons. Esses elétrons, incapazes de atravessar o eletrólito, percorrem um circuito externo, alimentando os dispositivos eletrônicos.

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A diferença nas baterias de silício-carbono (Si-C) está no ânodo. Em vez de grafite, elas utilizam um ânodo feito de silício. Especificamente, o ânodo é composto por um material compósito de silício-carbono com uma estrutura em nanoescala. Essa mudança permite que o ânodo de silício armazene uma quantidade significativamente maior de íons de lítio.

Essa capacidade superior de armazenamento, que pode ser até dez vezes maior que a do grafite, resulta em um aumento notável na capacidade total da bateria. Isso significa que, mesmo em um formato mais compacto, uma bateria de Si-C pode oferecer uma autonomia de energia muito maior. Para um aparelho como o iPhone Air, isso seria um grande diferencial.

No passado, a capacidade do silício de absorver tantos íons de lítio representava um desafio. O ânodo inchava consideravelmente, o que poderia deformar a bateria inteira. A solução para esse problema foi a adição de nanoestruturas de carbono resistentes a fraturas ao silício, mitigando a expansão e tornando a tecnologia mais viável para uso comercial.

Outras Marcas Usam Baterias de Silício-Carbono

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Muitas marcas chinesas, como Xiaomi, HONOR, e Tecno, já incorporaram as baterias de silício-carbono em seus celulares chineses. Esses aparelhos são conhecidos por seus designs finos, algo que se beneficia diretamente dessa tecnologia de bateria.

Por exemplo, o HONOR Magic V3, um telefone dobrável, mede apenas 9,2 mm quando fechado e incríveis 4,35 mm quando aberto. Já o HONOR Magic V5 é ainda mais fino, com 8,8 mm dobrado e 4,1 mm desdobrado. Outros exemplos incluem o OPPO Find N5, com 4,21 mm de espessura quando aberto, e o Tecno Pova Slim 5G, que tem uma espessura de 5,95 mm.

Para colocar em perspectiva, o iPhone Air da Apple tem 5,6 mm de espessura, sendo apenas um pouco mais fino que o Tecno Pova Slim 5G. No entanto, o aparelho da Tecno vem com uma bateria de silício-carbono de 5.160 mAh, enquanto o iPhone Air tem uma bateria de 3.149 mAh. Isso significa que, embora o iPhone Air seja cerca de 6% mais fino, sua bateria é aproximadamente 39% menor.

Imagine o iPhone Air com uma bateria de silício-carbono de cerca de 5.000 mAh. Para comparação, o iPhone 17 Pro Max possui uma capacidade de bateria de 5.088 mAh. Uma capacidade similar no iPhone Air certamente teria um impacto positivo no desempenho e na atração dos consumidores. Esse cenário poderia ter sido uma “receita para o sucesso imediato” para a Apple.

No entanto, há um motivo para a escolha da Apple. Mesmo com as nanoestruturas de carbono que resistem a fraturas, as baterias de silício-carbono ainda se expandem em cerca de 20% quando totalmente carregadas. Essa expansão e contração constantes afetam a longevidade da bateria, levando a uma degradação significativa em aproximadamente dois a três anos.

A Apple teve que fazer uma escolha: produzir um iPhone ultrafino funcional e capaz, mas com uma bateria que se degradaria mais rapidamente, ou optar por um telefone com funcionalidade limitada, mas com uma bateria de vida útil mais longa. As vendas atuais do iPhone Air indicam que a decisão tomada pela empresa não foi a mais acertada para o sucesso do produto no mercado.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.