▲
- Braskem inaugura terminal no México para importar etano dos EUA e suprir a produção de resina.
- O projeto visa solucionar a escassez de matéria-prima e aumentar a capacidade produtiva da fábrica.
- A iniciativa pode impulsionar a indústria de embalagens e outros setores dependentes do plástico.
- O terminal também abre possibilidade de expansão da produção em até 125%.
A produção de resina no México está prestes a receber um grande impulso com a inauguração do Terminal Química Puerto México (TQMP) em Coatzacoalcos, Veracruz. Este projeto, com investimento de US$ 450 milhões, visa garantir o fornecimento de etano, matéria-prima essencial para a produção de polietileno, diretamente dos Estados Unidos. A iniciativa promete solucionar a carência que tem afetado a capacidade produtiva da fábrica local, impulsionando a indústria de embalagens e outros setores dependentes do plástico.
A inauguração do Terminal Química Puerto México (TQMP) representa um marco para as operações da Braskem no México. Localizada em Coatzacoalcos, no estado de Veracruz, a fábrica da Braskem está prestes a receber um reforço crucial para sua produção de resina no México. Após quatro anos de planejamento e investimento, o terminal será inaugurado nesta quarta-feira (7), com o objetivo de garantir o fornecimento de etano, um componente fundamental para a fabricação de polietileno.
Com um investimento de US$ 450 milhões, o TQMP foi projetado para importar etano dos Estados Unidos, suprindo a falta desse insumo na planta mexicana. A carência de etano tem limitado a capacidade de produção da fábrica de Veracruz, chegando a paralisar suas atividades em alguns momentos. Para entender melhor como a tecnologia pode impactar a economia, um estudo indica que Inteligência Artificial pode aumentar o PIB do Brasil em 13% até 2035.
Isabel Figueiredo, CEO da Braskem Idesa, destacou a importância de operar com capacidade total, especialmente em empresas de capital intensivo. “Hoje a gente não consegue passar de 80% da capacidade. […] Empresa de capital intensiva precisa rodar a plena carga”, afirmou a executiva durante um encontro com jornalistas na Cidade do México.
Solução para a falta de etano na produção de resina no México
O TQMP surge como a solução para esse gargalo, permitindo a recepção de navios vindos do Texas, onde se encontram os maiores produtores e exportadores de etano. A proximidade entre os dois pontos, com apenas dois dias de navegação pelo Golfo do México, garante uma logística eficiente e contínua. Para garantir o transporte adequado da matéria-prima, a Braskem investiu mais de US$ 200 milhões em duas embarcações projetadas para transportar etano em estado liquefeito e em temperaturas negativas. Esses navios serão dedicados exclusivamente à logística do TQMP.
Leia também:
A operação da Braskem no México é realizada em parceria com a Idesa, uma petroquímica local controlada pelo Grupo Carso, de Carlos Slim. Para a construção do terminal, a Braskem Idesa estabeleceu uma joint venture com a Advario, divisão holandesa da alemã Oiltanking, especializada na construção, financiamento e operação de terminais portuários.
A parceria entre Braskem e Idesa teve início em 2009, quando as empresas venceram os leilões da Petróleos Mexicanos (Pemex). O acordo, assinado no ano seguinte, previa o fornecimento de 66 mil barris diários de etano pela estatal mexicana à Braskem Idesa, durante duas décadas. A fábrica de etileno em Coatzacoalcos começou a operar em 2016, resultado de um investimento de US$ 5,2 bilhões. No entanto, os problemas de fornecimento de etano pela Pemex começaram a surgir dois anos depois, intensificando-se e gerando tensões com o governo de Andrés Manuel López Obrador.
O então presidente questionou a legitimidade do contrato, classificando-o como “leonino” e alegando que a Braskem Idesa adquiria o etano por um valor abaixo do praticado no mercado. A questão do fornecimento de gás é tão importante que o Governo deve enviar MP para política nacional de data centers nesta semana.
Em 2021, as partes chegaram a um acordo com um aditivo contratual que reduziu a obrigação de fornecimento da Pemex para 30 mil barris por dia, até a entrada em operação do TQMP. A estatal mexicana também se comprometeu a contribuir com o projeto, concedendo áreas para a construção do terminal.
Expansão da capacidade de produção com o novo terminal
A nova estrutura portuária tem capacidade para importar o equivalente a 80 mil barris diários de etano. “O terminal consegue nos fornecer além da nossa capacidade hoje”, explicou Isabel Figueiredo. Atualmente, a capacidade total de produção de resina no México da Braskem Idesa é de 1 milhão e 50 mil toneladas de polietileno por ano. Com a nova estrutura, a empresa estuda a possibilidade de expandir a capacidade de produção em até 125%.
“Isso ainda não está decidido, tem que ser aprovado pelo conselho. Mas faz muito sentido, pois vamos ter etano disponível, e a nossa planta de polietileno foi concebida para conseguir operar além da capacidade nominal”, explica a CEO.
Com o início das operações do terminal, a Pemex deixa de ter a obrigação de fornecer etano para a Braskem Idesa. No entanto, a executiva ressalta que a Braskem Idesa tentará continuar comprando a matéria-prima da estatal. “É o [etano] mais competitivo, pois vem de dutos. Sempre vai ser nossa melhor alternativa. E nós já dissemos isso à Pemex, que estamos dispostos a comprar”.
Foco no mercado mexicano e perspectivas futuras
A operação no México representa aproximadamente 15% dos volumes e do faturamento global da Braskem, e o aumento da produção tende a elevar esse percentual. Atualmente, 60% do polietileno produzido na planta de Veracruz é vendido no mercado interno, tornando a empresa o player local com a maior participação de mercado, cerca de 20%. “Os 80% restantes vêm praticamente dos Estados Unidos”, explica Isabel.
O restante da produção que não é destinada ao mercado interno é exportado, principalmente para a América Central, Caribe e a porção norte da América do Sul, regiões onde as facilidades logísticas tornam a exportação mais competitiva. Para quem busca opções de onde assistir jogos, confira Onde assistir Corinthians x América de Cali: saiba como acompanhar a partida ao vivo.
“A gente quer focar no mercado mexicano, porque ele é deficitário e importa 80% do que consome. Temos vantagens em relação ao produto que vem de fora. Estamos aqui, garantimos disponibilidade e entrega, porque somos um produtor local”, afirma a CEO.
Questionada sobre como a guerra tarifária iniciada pelo então presidente americano Donald Trump poderia impactar a logística no novo Terminal, a executiva diz não estar preocupada. “Dificilmente o governo mexicano vai colocar alguma taxação no etano [dos Estados Unidos], porque o próprio governo mexicano depende muito de gás americano”, diz.
Por outro lado, mercados que por ventura decidirem taxar o polietileno americano, podem se tornar potenciais compradores da Braskem Idesa. “O México tem acordos bilaterais com mais de 50 países do mundo. Não vai faltar mercado para a gente”, conclui a executiva.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.