Burnout e estresse levam 59% dos médicos a antecipar aposentadoria no Brasil

Pesquisa revela que 59% dos médicos jovens consideram estresse motivo principal para sair da carreira mais cedo.
Publicado dia 16/10/2025
Burnout e estresse levam 59% dos médicos a antecipar aposentadoria no Brasil
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Um estudo recente com 1.240 médicos brasileiros mostra que 59% dos profissionais abaixo de 45 anos consideram o burnout motivo para se aposentar mais cedo.
    • Se você é médico, entender essa tendência pode ajudar a planejar sua carreira e saúde mental, evitando o esgotamento precoce.
    • O desgaste causado pelo estresse impacta tanto médicos quanto a qualidade dos serviços de saúde prestados à população.
    • Mulheres médicas enfrentam níveis maiores de desgaste e insegurança financeira em relação à aposentadoria, evidenciando desafios adicionais.
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A aposentadoria na medicina brasileira é um tema complexo, mostrando um equilíbrio delicado entre o desejo por novos caminhos de vida e a realidade de um esgotamento precoce, junto com as pressões financeiras. Esta visão vem de um estudo recente do Medscape, que entrevistou 1.240 médicos em todo o Brasil, oferecendo um panorama atual da situação.

Um dos pontos mais importantes é o alto índice de burnout, ou esgotamento profissional. Cerca de 59% dos médicos com menos de 45 anos apontam o desgaste como um dos principais motivos para pensar em deixar a carreira mais cedo. Para esses profissionais mais jovens, a vontade de ter mais tempo para a família (56%) caminha lado a lado com o cansaço do trabalho diário.

A pesquisa também destaca uma diferença entre os gêneros. Mulheres médicas relatam níveis de desgaste ainda maiores, com 57% delas sentindo o peso do esgotamento, comparado a 51% dos homens. Além disso, elas demonstram menos confiança em sua segurança financeira para o futuro.

Como Gênero e Idade Afetam a Aposentadoria de Médicos

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A percepção sobre a aposentadoria muda bastante dependendo da idade e do gênero. Médicos mais jovens, com menos de 45 anos, geralmente planejam parar por volta dos 60 anos. Já os mais experientes demonstram mais disposição para continuar trabalhando, muitas vezes até os 70, 80 anos ou até mais.

A diferença é ainda maior quando se observa o gênero. Vinte e um por cento dos homens médicos planejam continuar ativos até os 80 anos ou além, enquanto apenas 10% das mulheres têm planos semelhantes. Esses números revelam perspectivas diversas sobre o fim da carreira.

Leoleli Schwartz, editora sênior do Medscape em português, comentou sobre os resultados. Ela afirma que a decisão de se aposentar na medicina não envolve apenas questões de dinheiro ou tempo. É também uma questão crucial de saúde mental e de busca por um equilíbrio de vida.

Os planos para o período pós-medicina são variados. Trinta por cento dos entrevistados desejam encerrar a carreira completamente. Outros 25% preferem continuar atuando, mas em meio período. Quatorze por cento pensam em migrar para outras áreas, como gestão ou docência, aproveitando sua experiência de outra forma.

Desafios Financeiros e Emocionais na Aposentadoria Médica

A segurança financeira é uma grande preocupação para muitos médicos. A renda média projetada para a aposentadoria é de R$ 23 mil mensais. No entanto, existe uma diferença notável por gênero: homens estimam receber R$ 25 mil, enquanto as mulheres projetam R$ 19 mil. Essa disparidade evidencia um desafio a ser enfrentado.

As principais fontes de renda esperadas para a aposentadoria são a poupança e os investimentos, citadas por 82% dos médicos. A pensão do governo também é esperada por 64% dos profissionais. Apesar da importância do planejamento, apenas 36% dos médicos buscam apoio de consultores financeiros para organizar suas finanças.

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Ao pensar em investimentos, é importante considerar diversas fontes para uma segurança maior no futuro.

Emocionalmente, a decisão de parar de trabalhar gera sentimentos mistos. Quarenta e três por cento dos médicos acreditam que se sentirão bem com a mudança. Dezoito por cento esperam sentir alívio, um sentimento mais comum entre os profissionais mais jovens.

Por outro lado, 13% dos médicos relatam sentir tristeza ao pensar na aposentadoria. Esse sentimento é frequentemente ligado à perda da identidade profissional, sendo mais presente entre os médicos mais velhos. A transição pode ser um momento de grandes reflexões.

A maioria dos entrevistados (62%) acredita que a idade é um fator importante para continuar exercendo a profissão. Muitos consideram que, a partir dos 75 anos, o médico já estaria “muito idoso” para a atuação plena. No entanto, a aposentadoria é vista por muitos como um processo gradual, e não como um fim abrupto da carreira. Gerenciar essa transição exige planejamento cuidadoso.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.