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- O Cade retoma na próxima semana a análise de um inquérito sobre o uso de conteúdo jornalístico pelo Google em suas ferramentas de busca.
- Você pode ver como essa decisão pode afetar a forma como consome notícias e o futuro do jornalismo no Brasil.
- O caso pode definir regras para plataformas digitais e veículos de notícias, impactando a concorrência e a remuneração do setor.
- A discussão também reflete tendências globais sobre o papel das grandes empresas de tecnologia na distribuição de conteúdo.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está pronto para retomar a análise de um inquérito que envolve o Google. A investigação, que se arrasta desde 2019, apura se a gigante da tecnologia está abusando de sua posição dominante ao utilizar conteúdo jornalístico em seus serviços de busca. A discussão sobre a relação entre plataformas digitais e veículos de notícias está cada vez mais acalorada no Brasil e no mundo.
Cade analisa Google: Entenda o caso
Na próxima quarta-feira (28), o Cade vai revisitar o inquérito administrativo que examina o uso de conteúdo jornalístico pelo Google em suas ferramentas de busca. O cerne da questão é se a empresa estaria se aproveitando desse conteúdo para manter os usuários dentro de seu próprio ecossistema, prejudicando a concorrência.
Em dezembro de 2024, a Superintendência-Geral do Cade havia sugerido o arquivamento do caso, alegando falta de evidências de infração. Contudo, o Tribunal do Cade, instância decisória final, resolveu trazer o caso de volta à discussão em abril.
Um dos pontos levantados é que a forma como o Google exibe conteúdo de terceiros pode ser prejudicial à concorrência, permitindo que a empresa abocanhe uma parcela maior dos investimentos em publicidade online. Essa é uma área em que o Google compete diretamente com os veículos jornalísticos e outros sites.
O Google, por sua vez, argumenta que não atua diretamente no setor jornalístico e que seus serviços, como a busca e a exibição de trechos de notícias, são benéficos para os veículos, direcionando tráfego para eles sem custo. A empresa também alega que sua capacidade de gerar receita com notícias é limitada e que tem investido em iniciativas para apoiar o jornalismo.
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A visão da ANJ sobre o caso
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) discorda dessa visão e alega que a atuação do Google prejudica os veículos de notícias. A entidade argumenta que o Google exerce um controle excessivo sobre o acesso à informação, atuando como um gatekeeper, já que os veículos dependem da plataforma para alcançar seus leitores e ganhar visibilidade.
Essa discussão não é exclusividade do Brasil. Em outros países, como Indonésia e Canadá, foram aprovadas medidas que obrigam as grandes empresas de tecnologia a remunerar as empresas de mídia. A ascensão da inteligência artificial generativa também adicionou uma nova camada de complexidade ao debate.
Recentemente, o Google anunciou que sua busca com IA ganhará uma aba exclusiva, buscando acompanhar a popularidade de aplicativos como o ChatGPT. Desde o ano passado, a empresa já exibe resumos gerados por IA no topo dos resultados de pesquisa.
O impacto da IA e a busca do Google
A Inteligência artificial (IA) está transformando a maneira como interagimos com a informação na internet. O Google, ciente dessa mudança, tem investido em novas funcionalidades para sua ferramenta de busca, buscando oferecer respostas mais rápidas e relevantes aos usuários. Essa movimentação, no entanto, levanta questões sobre o futuro do jornalismo e a sustentabilidade dos veículos de notícias.
Afinal, se a IA do Google pode resumir e entregar a informação diretamente ao usuário, qual o valor do conteúdo original produzido pelos veículos jornalísticos? Como garantir que esses veículos sejam devidamente remunerados pelo uso de seu trabalho? Essas são algumas das perguntas que o Cade terá que ponderar ao analisar o caso.
A discussão sobre o uso de conteúdo jornalístico pelo Google não é nova, mas ganha contornos ainda mais complexos com o avanço da IA. O Cade terá a missão de encontrar um equilíbrio entre o incentivo à inovação tecnológica e a proteção da atividade jornalística, essencial para a manutenção de uma sociedade informada e democrática.
O desfecho dessa análise pode ter um impacto significativo no futuro da mídia no Brasil, definindo as regras do jogo entre as plataformas digitais e os veículos de notícias. Resta acompanhar os próximos capítulos dessa história para ver como o Cade irá se posicionar diante desse desafio.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.