A inovação nos câmera dos telefones tem sido constante, com opções e recursos cada vez mais interessantes. Funções como o Best Take do Google, remoção de objetos, sombras e reflexos, além de estilos fotográficos e perfis de cores, ganharam destaque nas últimas gerações. No entanto, muitos fabricantes estão utilizando a nuvem para potencializar esses recursos, uma tendência que tem gerado debates sobre privacidade e conveniência.
A crescente tendência de usar a nuvem nos câmera dos telefones
Nos últimos dois anos, várias marcas adotaram funcionalidades de câmera dos telefones baseadas na nuvem. Um exemplo notável é o Pixel 8 Pro e o Pixel 9 Pro da Google, que oferecem o Video Boost para vídeos em baixa luminosidade e resolução 8K, dependendo dos servidores da empresa. Usuários do vivo X200 Pro também expressaram descontentamento ao descobrir que ferramentas de edição como remoção de elementos indesejados e redução de brilho exigem conexão com a internet.
Outro caso é o OnePlus 13, que oferece recursos como AI Eraser, remoção de reflexos e AI Unblur. Foi confirmado que todas essas funções são alimentadas pela nuvem. Qual é o sentido de as empresas se gabarem da inteligência artificial em seus telefones se todos esses recursos exigem uma conexão com a internet? A necessidade de conexão com a internet para funcionalidades básicas de edição parece um retrocesso, especialmente quando a tecnologia dos próprios aparelhos evolui constantemente.
O HONOR Magic 7 Pro também entra nessa lista, com uma opção de aprimoramento de telefoto AI baseada na nuvem, ativada após 30x para “melhorar” a qualidade do zoom. Se as imagens resultantes fossem boas, talvez o requisito de conexão com a internet fosse mais aceitável, mas o resultado geralmente é insatisfatório. Essa utilização da IA para fotografia está entre as piores de grandes marcas Android, superando os antigos “modos AI” que apenas saturavam as imagens.
Por que a exigência da nuvem para os recursos de câmera dos telefones é um problema?
Existem várias razões pelas quais a dependência da nuvem para os recursos de câmera dos telefones é vista de forma negativa. A preocupação com a privacidade e segurança é uma das principais. Muitos usuários não se sentem confortáveis em compartilhar suas fotos e vídeos com empresas, mesmo que estas tenham boas intenções. Há sempre o risco de que informações privadas sejam vazadas ou mal utilizadas, como já aconteceu em outros casos envolvendo diversas empresas e autoridades.
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Outro ponto crucial é a necessidade de uma conexão com a internet. Mesmo que a maioria das pessoas esteja conectada ao Wi-Fi ou tenha cobertura de celular razoavelmente rápida, a impossibilidade de usar esses recursos em áreas remotas ou durante voos é uma grande desvantagem. Imagine querer usar o Video Boost do Pixel em uma viagem e descobrir que ele exige vários gigabytes de dados. Para quem tem planos de dados limitados ou conexões lentas, essa dependência da nuvem é ainda mais problemática.
Além disso, mesmo com uma conexão rápida e ilimitada, é preciso esperar algumas horas para que o vídeo seja processado pelos servidores do Google. A alternativa seria oferecer vídeos em baixa luminosidade e captura em 8K diretamente no dispositivo, como outras empresas já fazem. Embora a qualidade dos servidores do Google possa ser superior, muitos usuários prefeririam a conveniência de uma solução local, mesmo que isso significasse uma pequena perda na qualidade.
Alternativas: Mais recursos de câmera dos telefones que não precisam da nuvem
A boa notícia é que existem ótimos recursos de câmera dos telefones que não exigem conexão com a internet. O Google, por exemplo, introduziu a função Add Me, que permite adicionar o usuário a uma foto, o Audio Magic Eraser, para remover sons indesejados de um vídeo, e o Super Res Zoom, que melhora a qualidade do zoom híbrido. A empresa também lançou o recurso Zoom Enhance, para aprimorar a qualidade de fotos com zoom de longo alcance, embora este último seja um tanto inconsistente.
Outras marcas também oferecem recursos interessantes que não dependem da nuvem. O Single Take da Samsung, o AI Zoom da Xiaomi e a captura de vídeo noturno em 4K/120fps de diversas marcas são exemplos de que não é preciso da nuvem para criar ferramentas de câmera dos telefones inovadoras. Os avanços nos chips Snapdragon e Dimensity têm impulsionado as capacidades de imagem e inteligência artificial nos dispositivos, tornando a dependência da nuvem menos necessária.
Isso não significa que funcionalidades de câmera dos telefones baseadas na nuvem são totalmente ruins, mas é importante que as empresas avaliem cuidadosamente a necessidade de usar a nuvem para recursos de câmera dos telefones e outras funcionalidades de IA, como transcrições e resumos. A privacidade, a segurança e a conveniência do usuário devem ser prioridades na hora de decidir quais recursos serão processados localmente e quais dependerão da nuvem.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Android Authority