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- A Editora Kotter anunciou o cancelamento do Prêmio Kotter 2025 por suspeita de obras feitas por IA.
- O objetivo é manter a idoneidade e a autenticidade na publicação de textos inéditos.
- O uso de IA na criação de textos dificulta a identificação da autoria humana, levando ao cancelamento.
- A situação exemplifica os desafios éticos e técnicos na avaliação de obras geradas por inteligência artificial.
A Editora Kotter, localizada em Curitiba, anunciou na última sexta-feira, dia 4 de agosto, o cancelamento do “Prêmio Kotter 2025”. A decisão foi tomada após a equipe identificar a presença de inúmeras obras que, ao que tudo indica, foram geradas por inteligência artificial. A notícia veio por meio de uma publicação oficial no perfil da editora no Instagram, pegando muitos de surpresa.
O comunicado da editora reforçou seu compromisso com a idoneidade literária. Segundo eles, a impossibilidade de identificar com a certeza necessária o uso de IA nas submissões os forçou a cancelar o concurso deste ano. “Estamos estudando como realizar o concurso, ano que vem, em tempos de IA. Contamos com a compreensão de todos e somos gratos pelas centenas de obras recebidas”, concluiu a nota divulgada pela Kotter.
Este seria o segundo ano da premiação, que começou em 2024. O objetivo do prêmio era reconhecer textos inéditos e originais nas áreas de literatura, filosofia e política. A Editora Kotter optou por não divulgar quais obras específicas foram apontadas com possível uso de inteligência artificial, mantendo a privacidade dos participantes.
O Dilema da Autoria e o Prêmio Kotter cancelado
Salvio Kotter, fundador da editora curitibana, compartilhou alguns detalhes sobre as inscrições. O concurso deste ano recebeu cerca de 900 trabalhos. Desse total, aproximadamente 40 obras mostravam sinais bem claros de terem sido criadas com IA. Um dos exemplos citados foram comentários deixados pela própria ferramenta de inteligência artificial dentro do texto.
Além dessas, outras 60 submissões apresentavam indícios mais discretos do uso de modelos de linguagem generativos. Kotter explicou ao g1 que a soma de vários sinais aumenta a certeza sobre a autoria não humana. Um desses indícios seria um texto formalmente impecável em termos de ortografia, gramática e sintaxe, mas com um baixo valor literário.
Ele ponderou que um autor humano pode ter revisado exaustivamente, mas outros padrões surgem. Kotter mencionou o uso de palavras que são incomuns no português, mas que aparecem frequentemente em inglês, o idioma predominante no treinamento de muitas IAs. Embora seja importante notar que muitos modelos também são treinados com vasto conteúdo em português brasileiro, essa observação ainda levanta questões sobre a origem do texto.
Outro ponto de atenção para a editora foi a “regularidade” das passagens. O texto, segundo Kotter, não demonstra variações de intensidade, mantendo-se em um “brilho plástico”, sem altos ou baixos. Quando diversos desses indícios são observados em um mesmo trabalho, se torna muito difícil considerar que a obra foi produzida por um ser humano. Isso mostra como a inteligência artificial está impactando diversos setores, inclusive no que tange à autoria e originalidade. Entender a fundo como essas tecnologias funcionam é fundamental, e discussões sobre o sistema de roteamento de LLM podem ser bastante elucidativas para quem busca mais informações.
Identificar IA é um Desafio Constante
Desde que as ferramentas de inteligência artificial generativas se popularizaram, especialmente para a criação e revisão de textos, surgiu um debate sobre a legitimidade e a ética do seu uso em produções acadêmicas ou literárias. Há quem condene completamente a prática, considerando-a uma forma de fraude. Outros, por sua vez, aceitam a ferramenta, desde que seu uso seja criterioso e transparente, agindo mais como um auxílio do que como um substituto total.
No universo acadêmico, o uso de IA para criar conteúdo pode ser visto como plágio. Por isso, muitos professores têm recorrido a detectores online que tentam estimar a chance de um texto ter sido gerado por um modelo de linguagem. Essas ferramentas, contudo, não garantem uma precisão total. Seus resultados se baseiam em padrões estatísticos que podem, às vezes, ser manipulados ou até mesmo reproduzidos por escritores humanos de forma natural.
Existem vários relatos de profissionais, como jornalistas e escritores, que tiveram seus textos originais apontados como “gerados por IA”, mesmo quando escritos antes da popularização de ferramentas como o ChatGPT. Isso demonstra a complexidade de diferenciar uma escrita humana de uma artificial, um desafio que segue em evolução no meio digital. É crucial que as pessoas fiquem atentas a esses desdobramentos, pois a manipulação de dados de IA com narrativas falsas já é uma realidade que especialistas alertam.
A situação do Prêmio Kotter ilustra bem como a inteligência artificial está transformando as discussões sobre autoria e originalidade. Enquanto a tecnologia avança, editoras e organizadores de concursos terão que continuar buscando soluções para garantir a integridade de suas seleções. Este cenário impulsiona o desenvolvimento de novas abordagens e ferramentas para lidar com a criatividade assistida por IA no futuro da literatura.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.