China utiliza software para extrair dados de celulares apreendidos

Autoridades chinesas usam o programa Massistant para extrair informações de celulares apreendidos, levantando questões sobre privacidade e segurança.
Atualizado há 18 horas atrás
China utiliza software para extrair dados de celulares apreendidos
Autoridades chinesas usam o Massistant, gerando preocupações sobre privacidade e segurança. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • A China utiliza o software Massistant para extrair dados de celulares apreendidos, incluindo mensagens e fotos.
    • O objetivo é facilitar a coleta de informações por parte das autoridades no país.
    • Esse método aumenta a preocupação sobre privacidade e o uso de tecnologia forense.
    • Ferramentas similares podem ser utilizadas em investigações e controle de fronteiras.
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Autoridades chinesas estão usando um novo tipo de software para extração de dados de celulares apreendidos. Esse programa consegue acessar mensagens, lista de contatos e outras informações. Os detalhes sobre essa ferramenta, chamada Massistant, foram revelados recentemente pela empresa de cibersegurança Lookout. Ela permite a coleta forense de dados em smartphones Android e, possivelmente, iPhones.

A ferramenta, desenvolvida pela Xiamen Meyia Pico, tem sido motivo de preocupação. Não se sabe ao certo quais órgãos governamentais têm acesso a ela. No entanto, acredita-se que o uso do Massistant é bastante difundido. Isso inclui a possibilidade de ser aplicado em smartphones de turistas que, por alguma razão, tiveram seus aparelhos confiscados no país. Essa prática levanta questões importantes sobre privacidade.

ilustração de um celular com um ícone de cadeado aberto
O software chinês pode ser usado para inspecionar celulares apreendidos de turistas. (Imagem: Getty Images)

Como funciona a Extração de dados de celulares com o Massistant?

O relatório da Lookout explica que o programa, usado pelas autoridades chinesas para coletar informações de celulares, é capaz de acessar dados de diversos aplicativos de mensagens, incluindo o Signal. Isso significa que as conversas armazenadas no aparelho podem ser lidas. Ele age como um tipo de malware, mas com algumas características peculiares.

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Além de bate-papos, o Massistant consegue capturar muitos outros tipos de informações pessoais. Entre os dados acessíveis estão imagens feitas com as câmeras do dispositivo, gravações de áudio, históricos de localização e a lista de contatos. A amplitude dos dados coletados é considerável, abrangendo diversas áreas da vida digital dos usuários.

Diferente de muitos programas maliciosos que conhecemos, o Massistant não precisa explorar falhas de segurança para ser instalado no aparelho. Isso porque o telefone já precisa estar desbloqueado e nas mãos das autoridades para que o processo ocorra. Postagens em fóruns chineses indicam que a instalação acontece após o proprietário interagir com agentes policiais.

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Imagens divulgadas no site da empresa desenvolvedora, Xiamen Meyia Pico, mostram celulares conectados a uma espécie de torre. Essa torre, provavelmente alimentada por um software forense, se conecta a um computador. A presença de imagens de iPhones ligados ao hardware sugere a existência de uma versão compatível com o sistema iOS.

celulares conectados a um dispositivo de extração de dados
Celulares têm os dados coletados por meio do programa Massistant. (Imagem: TechCrunch/Reprodução)

Poderes legais e implicações

A empresa de cibersegurança destaca que as autoridades na China têm poderes legais para vasculhar smartphones e computadores. Isso pode ocorrer sem a necessidade de uma autorização judicial ou de uma investigação criminal em andamento. Essa prerrogativa existe, pelo menos, desde 2024.

A pesquisadora de segurança da Lookout, Kristina Balaam, expressou preocupação em entrevista ao TechCrunch. Ela alertou que quem viaja pela região deve estar ciente do risco de ter seu dispositivo confiscado. Consequentemente, qualquer informação contida nele pode ser coletada.

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Para quem busca otimizar a experiência com seus dispositivos, é interessante notar como a gestão de dados pode se tornar um foco. Por exemplo, soluções para dispositivos Android podem incluir novos recursos que aprimoram a interação e a segurança das informações. O conhecimento de tecnologias emergentes também é crucial, como os destaques do setor em tecnologia.

Removendo o Massistant

Ao contrário de outros programas do tipo, essa ferramenta forense chinesa não opera de forma oculta no aparelho afetado. Ela deixa rastros de sua presença e aparece como um aplicativo instalado no smartphone. Assim, é possível excluí-lo como qualquer outro programa indesejado.

Caso o método tradicional de desinstalação de aplicativos não funcione, existem outras maneiras de removê-lo. Uma dessas soluções é o Android Debug Bridge (ADB), que permite conectar o celular a um computador para gerenciar o dispositivo. Contudo, é importante ressaltar que a remoção só ocorrerá depois que os dados já tiverem sido extraídos do aparelho.

Kristina Balaam explicou que o Massistant é uma evolução de outra ferramenta da mesma empresa, o MSSocket, que foi analisado por especialistas em 2019. A pesquisadora também mencionou que a Lookout atualmente rastreia pelo menos 15 outras famílias de malwares e spywares chineses com capacidades parecidas. A segurança de dados é uma preocupação constante, e novidades como a melhoria de buscas e correções de segurança são sempre relevantes.

A Xiamen Meyia Pico, responsável pelo desenvolvimento do Massistant, foi incluída em uma lista de sanções do governo dos Estados Unidos em 2021. A medida foi tomada porque a empresa forneceu tecnologia para o governo chinês. Ela é uma das principais fornecedoras no setor forense local, detendo uma fatia de 40% desse mercado.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.