O CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), em parceria com a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), realizou um painel para discutir os desafios da cibersegurança no Brasil. O evento, chamado CESAR Spotlight, aconteceu em 4 de fevereiro e trouxe importantes debates sobre o tema.
Cibersegurança no Brasil: Desafios e Soluções
A parceria entre o CESAR e a Embrapii resultou na criação do CISSA (Centro Integrado de Segurança em Sistemas Avançados). Este centro foca em pesquisa científica, qualificação profissional em cibersegurança, e fomento a startups e tecnologia na área.
O Spotlight enfatizou a necessidade de uma abordagem ampla para a cibersegurança no Brasil, que vá além da tecnologia. Especialistas destacaram a importância da conscientização e treinamento dos funcionários para prevenir vazamentos de informações e ataques internos.
Ronan Couto, Gerente de Cibersegurança da Caixa Econômica Federal, explicou que a cibersegurança não se limita à tecnologia. Ele ressaltou a vulnerabilidade representada por funcionários que, corrompidos, podem acessar e vazar informações confidenciais. A proteção da pessoa, portanto, é tão crucial quanto a proteção dos sistemas.
Fábio Maia, Tech Manager do CESAR e líder do CISSA, complementou, afirmando que as ameaças internas são uma grande dor de cabeça para as empresas. Muitos vazamentos de dados se originam de dentro das organizações, muitas vezes em conluio com criminosos externos. O CISSA está pesquisando inteligência de ameaças, usando IA e machine learning para detectar comportamentos suspeitos.
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Setor Elétrico e Cibersegurança no Brasil
A discussão se estendeu ao setor de energia elétrica. A crescente digitalização deste setor requer práticas robustas de cibersegurança para prevenir ataques que poderiam causar falhas sistêmicas. Donorvan Fagundes, consultor do setor elétrico e ex-funcionário da CEMIG, alertou para a necessidade de evolução neste sentido, inspirando-se na experiência do setor bancário, que é mais avançado na área de cibersegurança.
Fagundes ressaltou que, embora o Brasil não tenha o mesmo nível de tensão geopolítica que países como China e EUA, o cenário futuro é incerto, principalmente considerando a inserção do Brasil nos BRICS. A vulnerabilidade a ataques cibernéticos aumenta, com o potencial de expor as fragilidades dos sistemas brasileiros. É crucial investir em projetos e tecnologias para mitigar riscos.
Fábio Maia comparou a cibersegurança a uma corrida armamentista, destacando a assimetria entre ataque e defesa. Um ataque bem-sucedido precisa acontecer apenas uma vez, enquanto a defesa precisa funcionar impecavelmente. A IA, embora ferramenta poderosa, pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal, favorecendo inicialmente os ataques, antes de um equilíbrio ser alcançado.
A Necessidade de um Índice Nacional de Cibersegurança no Brasil
O painel também apontou a ausência de um índice nacional de maturidade em cibersegurança, que avalie a situação do país em diferentes setores. Maia mencionou que até mesmo órgãos do governo federal utilizam índices estrangeiros. A falta deste índice dificulta a compreensão precisa do nível de cibersegurança no Brasil.
A percepção geral é que o nível de maturidade das empresas brasileiras em relação à cibersegurança é baixo. O CISSA pretende investigar e desenvolver um índice nacional para oferecer uma visão mais precisa e detalhada da situação. A necessidade de aprimoramento na área de cibersegurança no Brasil é evidente e requer ações conjuntas de diversos setores.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Mobile Time